The truth

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Elas me torturaram o dia inteiro e quando eu estava sendo arrastada de volta para o porão eu vi o garoto, Kesabel, inconsciente e sendo arrastado para algum lugar que eu desconfiava ser o lugar de tortura.

-O que irão fazer com ele? - murmurei e a mulher à minha esquerda bateu em meu rosto fazendo com que mais dor se espalhasse por meu corpo.

Eu me sentia horrível sabendo que ele sofreria o que eu sofri... Ou pior.

Mas eu não conseguia fazer nada, estava fraca, sempre estaria. Elas não me alimentam direito e eu não tenho companhia faz anos... Até agora pelo menos.

Estava tão perdida em meus pensamentos que não percebi quando chegamos ao porão até a porta abrir com um rangido antigo.

-Nunca faça perguntas. Sempre foi a regra mais importante que dissemos quando decidimos ajuda-la. - sussurrou a mais velha ao meu ouvido.

-Ajudar. - consegui dar uma risada fraca que se seguiu por uma tosse sangrenta. Olhei para a velha e lhe lancei um sorriso sarcástico antes de cuspir as palavras que vieram - Vocês acham que me torturar todos os anos no meu aniversário é me qjudar? Que limitar minha comida à duas maçãs e um copo de água por semana é me ajudar? Vocês são loucas, vocês acham que sou algum tipo de... Demônio somente por causa de meu nome. Sabe o que eu acho da "ajuda" de vocês? Uma grande e bela merda, senhoritas.

Elas me lançaram um olhar de ódio, a Irmã Trhista pegou o seu chicote e bateu em minhas costas. Eu urrei de dor para em seguida ser atirada ao porão.

Assim que a porta se fechou eu me encolhi e comecei a chorar como uma criança ao perder seu brinquedo favorito.

As horas seguintes foram dolorosas e solitárias como em todos os anos passados, só que dessa vez eu esperava alguém. Dessa vez eu esperava alguém para me contar o que havia acontecido, alguém para conversar.

A porta abriu-se e eu levantei a cabeça devagar, a forma de uma pessoa encolhida foi jogada no porão e a porta trancou-se novamente. Eu me arrastei até ele e o vi de olhos fechados, tremendo descontroladamente, e com vários cortes pelo corpo.

-Kesabel... - sussurrei e toquei seu rosto, ele logo abriu os olhos e eu me afastei. Seus olhos estavam completamente dourados, mas voltaram ao normal em instantes.

-Como sabe meu nome? O que está acontecendo? - ele sussurrou para mim e então gritou enquanto se contorcia. Eu me aproximei novamente e toquei seu rosto com minha mão trêmula, as lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.

-Eu apenas sei, e essas mulheres são loucas. Elas nunca irão nos soltar. - eu o observei em silêncio por alguns momentos - Mas você pode me ajudar, podemos sair daqui.

-Como? - ele grunhiu e então se contorceu novamente.

-Primeiro eu irei ajudar a amenizar sua dor, eu tenho alguns truques. - sussurrei com um sorriso e segurei sua mão - Espero não machuca-lo tanto... Kesabel.

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