Depois da breve conversa com Seokjin, descidi voltar para casa, agora mais desgastado do que eu admitiria. A noite continuou a cair, e a chuva, finalmente, começou a dar uma trégua. Mas, dentro de mim, eu sabia que aquele era só o começo. Eu não sabia o que o futuro reservava, mas uma coisa eu sabia: eu não ia deixar ele se perder. Não dessa vez. Não sem lutar.Andar até em casa parecia a única forma de organizar tudo o que eu tava sentindo. A cada passo, as gotas de chuva escorriam pelo meu rosto, se misturando com o vento frio que cortava minha pele, me lembrando que eu ainda estava ali, mesmo que a cabeça estivesse longe.
As ruas de Seul estavam quase desertas àquela hora da noite, com as luzes dos postes iluminando o asfalto molhado e as vitrines fechadas refletindo minha silhueta enquanto eu caminhava. Tudo parecia mais silencioso do que o normal, como se até a cidade estivesse em silêncio, respeitando o turbilhão dentro de mim.
O encontro com o Jin… Eu não conseguia entender. Por que ele estava daquele jeito? Por que aquilo mexia tanto comigo? As perguntas rodavam na minha mente, uma atrás da outra, sem parar. Eu tentava ignorar, focar nos sons ao meu redor – o barulho dos meus próprios passos, da chuva batendo no chão –, mas nada adiantava. O rosto dele ainda estava lá, na minha mente, como uma cicatriz que nunca ia sumir.
Passei por alguns becos e vielas, e o cheiro úmido das paredes, misturado com as luzes fracas, criava um ambiente estranho, quase familiar. Talvez porque eu tivesse visto essas ruas tantas vezes em outros casos, em outras noites de trabalho. Mas hoje era diferente. Hoje, essas ruas pareciam testemunhas do meu próprio conflito interno, como se elas soubessem o quanto eu tentava enterrar o que sentia.
Cheguei a um ponto onde as luzes estavam fracas demais, e o silêncio parecia mais pesado. Senti o celular vibrar no bolso e tirei ele, esperando uma notificação do caso ou algo do tipo. Mas era só uma mensagem de Hoseok perguntando se eu já tinha chegado. Suspirei e guardei o celular de volta no bolso. Eles não sabiam o que eu tinha passado hoje. E eu não queria falar sobre isso.
Continuei andando, me perguntando o que eu realmente sabia sobre o Jin agora. O garoto que eu conheci na escola, aquele com quem eu troquei umas poucas conversas, não era o mesmo homem que eu vi hoje. Aquela expressão cansada, as marcas no rosto… era como se a vida tivesse batido forte nele e ele só tivesse se acostumado a levar mais e mais golpes.
Meu peito doía, mas eu tentava ignorar. Focar no caso, como sempre fiz. Mas a verdade era que ver ele daquele jeito… me deixava confuso. Era uma mistura de raiva, pena, e um sentimento que eu nem sabia nomear. Eu não sabia o que fazer com aquilo, e, quanto mais eu pensava, menos clareza eu tinha.
Ao longe, meu apartamento apareceu, com as luzes da rua refletindo na fachada molhada. Parei por um momento, olhando pra entrada. Tive um impulso de voltar e andar mais, de deixar esses sentimentos lá fora. Mas a chuva apertou, e eu me forcei a dar o último passo.
Coloquei a mão na maçaneta, senti o frio do metal e respirei fundo. Eu sabia que aquela porta separava o caos da rua do meu próprio caos interno, mas, pelo menos, lá dentro, eu poderia me forçar a focar no que importava. Entrei, fechando a porta atrás de mim, sentindo o peso da noite e da chuva se esvaírem aos poucos.
Fechei a porta atrás de mim, e o som do mundo lá fora sumiu de uma vez. A primeira coisa que senti foi o cheiro familiar do meu apartamento – aquele misto de café e livros antigos. O silêncio aqui dentro era pesado, quase opressor, mas também me dava uma sensação de alívio. De algum jeito, aquele lugar era o único refúgio onde eu podia ser eu mesmo, sem o peso da cidade nas costas.
O apê era simples, mas tudo ali tinha um propósito. Cada móvel, cada objeto, era como uma extensão da minha própria vida. A estante de livros ao lado da sala estava cheia de arquivos de casos antigos, lembranças de batalhas que já ganhei e outras que ainda me assombram. No canto, um sofá de couro escuro, um tanto gasto, mas confortável o suficiente pra apagar no meio da madrugada quando o cansaço vence.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐂𝐀𝐒𝐎 N° 784 | [ Ksj, Knj. 𝚗𝚊𝚖𝚓𝚒𝚗 ]
FanfictionKim namjoon é um detetive renomado que está prestes a mudar de departamento, por esse motivo o kim e seus amigo ( colegas de trabalho ) decidem investigar um último caso antes de começar sua própria agência. Com isso em mente eles acabam por encont...