~Prólogo inicial.~

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~Dia 19 de novembro de 2024.~
~16:02 P.M~
(França, Cidade de: Toulouse)

••Philomene Leblanc POV••

Meus olhos observam o céu da tarde, pelo vidro da janela na sala de aula, com o rosto apoiado nas mãos, fito tediosamente o céu lá fora, enquanto vejo vários pássaros voarem pra lá e pra cá. Gostaria de ser como eles, sem preocupações, livre, longe de todos os problemas terrenos, queria voar bem alto, sem parar, talvez assim passaria toda dor a angústia que sinto.

Lá na frente se encontra o professor de filosofia, tagarelando sem parar uma história que não faz sentido algum, uma lenda sem sentido, que nunca ouvi falar em toda minha vida. Sinceramente, as vezes penso que ele tirou esses livros idiotas do fundo do oceano, é a única explicação plausível para as histórias idiotas que ele conta dentro da sala de aula. Seu olhar cai sobre mim e sua voz ressoa de forma pacífica, um sorriso puxando seus lábios finos.

-Philomene, o que acha da história até aqui?

Sinto minhas bochechas esquentarem quando todos os olhares se voltam para mim. Como vou falar o que achou da história, se nem sequer prestei atenção no que ele estava falando? Tudo o que ouvi foi sobre uma lua e as estrelas que dançam ao seu redor, novamente outra história boba do professor Julien.

-É-É... I-Interessante?

Tento soar o mais convincente possível, mas a tremulação em meu tom denunciou meu nervosismo.

-Senhorita Leblanc, o que achou mais interessante nesta história?

O sorriso cínico dele demonstra que ele percebeu que eu sequer escutei o que ele estava lendo.

-Eu... Não sei ao certo.

-Como não sabe? Tenho certeza de que ouvi você falar que achou a história interessante.

-Sim, eu disse, mas isso não significa que eu tenha achado alguma parte em específico. -Meu tom sai mais rude do que eu desejava que saísse. O olhar dele escurece, mas ainda continua com um sorriso cínico nos lábios.

-Então, já que achou a história interessante a um todo, quem sabe eu poderia pedir para que você levasse o livro para casa para ler e me entregasse um resumo dele aqui na sala de aula? Não seria ótimo, senhorita Leblanc?

Sinto meus olhos tremerem levemente, de todos os professores, Julien é aquele que mais pega no meu pé. Talvez seja o motivo de eu estar sempre distraída ou até mesmo dormir em suas aulas, mas o que posso fazer se ele não fala sobre filosofia e apenas fica contando histórias de livros bobos? Eu sinto tédio e sono quando estou em sua aula.

-Sim senhor, eu adoraria ler e resumir esse livro para a classe. -Dou um sorriso tão cínico quanto o dele. Eu não daria o gosto de parecer ter sido afetada por ele. Acreditem, Julien parece ser um cara legal, mas na verdade ele é um completo lunático. Um senhor de mais ou menos 63 anos, que diz já ter viajado para outra dimensão, contando suas mentiras absurdas que ninguém, obviamente, acredita e eu não sou diferente dessas outras pessoas.

(Q.D.T)

Ouço o sino tocar, não demora para que eu passe a guardar todo o meu material. Estava apenas eu na sala de aula.

Eu não possuo amigos, não porque não gostam de mim, mas por que não me sinto a vontade para criar laços com outras pessoas. Eu nunca tive o calor de um amor materno ou paterno, também não tenho família, apesar de ter 16 anos eu moro sozinha. Meus pais faleceram 6 meses após o meu nascimento em um acidente de carro, então não tenho memórias de nenhum deles. Tudo o que me restou foi a herança que eles deixaram para que eu herdasse, afinal meu pai e minha mãe trabalhavam no ramo da medicina, eram muito bem de vida.
Eu moro em uma casa relativamente grande, mas não de uma forma exagerada, de uma forma aconchegante. Gisele Leblanc, minha tia quem cuida de mim, mas está quase sempre ocupada com o seu trabalho, não que eu tenha algo a reclamar dela, Gisele faz o que pode para suprir o vazio maternal deixado pela minha mãe, mas ainda assim, não é o suficiente.

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