Nunca usei tanto um tradutor como usei para fazer esse capítulo. Mas não queria deixar de fora as falas em francês, pra ser real🤝
Boa leitura.
O sol de Paris atravessava as cortinas semi-abertas, lançando um brilho dourado sobre o quarto luxuoso. Os lençóis de seda branca estavam amassados, e os corpos nus de Ling e Orm repousavam em uma quietude quase sagrada. A noite de núpcias tinha sido intensa, repleta de carícias e promessas que selavam mais uma vez o amor que as unia, como se a Torre Eiffel tivesse testemunhado o início de um novo capítulo.
A cabeça de Orm estava aninhada contra o peito de Ling, e seus dedos traçavam suavemente os contornos das cicatrizes que antes marcavam o corpo da mulher. Agora, aquelas marcas eram nada mais que um detalhe escondido sob os sinais da noite anterior, lembranças que Orm havia deixado em beijos, mordidas e arranhões.
Orm respirava calmamente, quase ronronando, enquanto se espreguiçava, os olhos ainda semicerrados. Seus cabelos macios se espalhavam pelo peito de Ling, que a observava com um sorriso calmo.
— Volte a dormir — Ling murmurou, puxando Orm ainda mais para perto e ajustando o lençol ao redor delas. — Ainda está cedo.
Orm riu, um som leve e divertido, e ergueu o rosto para beijar suavemente o pescoço de Ling. Seus lábios brincaram ali por alguns segundos antes que ela sussurrasse:
— Mas precisamos levantar, tomar um banho... e explorar Paris.
Ling revirou os olhos, mas não conseguiu conter o sorriso. Suas mãos firmes desceram pelo corpo de Orm, puxando-a novamente para mais perto.
— Quem precisa de Paris quando eu tenho você aqui? — ela provocou, beijando os lábios de Orm de maneira lenta e preguiçosa, como quem quer prolongar a manhã o máximo possível.
Orm, com um brilho divertido nos olhos, retribuiu o beijo, mas logo se afastou, sentando-se na cama com o lençol ainda enrolado em seu corpo.
— Você prometeu, Ling. Croissants, cafés e... quem sabe, outra lua de mel ao pôr do sol?
Ling suspirou dramaticamente, mas acabou rindo. A verdade era que a felicidade de Orm era tudo o que ela precisava para se levantar, mesmo que deixasse para trás o conforto daquela manhã preguiçosa.
O sol da manhã iluminava os paralelepípedos, e os sinos distantes da Église Saint-Pierre du Gros-Caillou ecoavam levemente. Ling e Orm andavam lado a lado, os dedos entrelaçados, pela Rue Cler, uma das ruas mais charmosas da cidade, conhecida por suas lojinhas, cafés acolhedores e barracas de flores coloridas. O aroma de baguetes recém-assadas escapava de uma padaria próxima, misturando-se ao perfume suave das flores à venda nas calçadas. Pessoas passavam animadas, algumas conversando em francês, enquanto turistas faziam fotos da arquitetura parisiense. A brisa suave brincava com os cabelos de Orm, deixando-os levemente bagunçados, enquanto Ling parecia imaculada, com seus cabelos escuros perfeitamente alinhados, mesmo sob o movimento do vento. Era um contraste curioso, mas que harmonizava perfeitamente entre elas.
No meio da calçada, uma garota surgiu, parecia jovem, talvez uns 11 ou 12 anos. Tinha um sorriso cativante e uma energia calorosa que chamava a atenção. Era pequena. Vestia-se de maneira casual, mas com um toque de estilo que lembrava Ling: jeans escuros com uma jaqueta de couro sobre uma camiseta leve. Sua personalidade era vivaz como a de Orm. Ela dava pequenos pulinhos de empolgação enquanto caminhava, o mesmo sorriso encantador e travesso que Orm frequentemente exibia.
Apesar da juventude, havia uma maturidade e empolgação em seu comportamento. Ela carregava alguns panfletos nas mãos e, ao se aproximar, falou em um francês claro e animado:
— Bonjour! Je m'appelle Chloé. Je suis du foyer pour filles Les Enfants du Canal, et aujourd'hui nous aidons avec une campagne d'adoption pour le Centre de Sauvetage des Animaux. Seriez-vous intéressé ??
(Bom dia! Meu nome é Chloe. Eu sou do lar para meninas Les Enfants du Canal e, hoje, estamos ajudando com uma campanha de adoção para o Centro de Resgate de Animais. Vocês teriam interesse?)
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a Dança do Eclipse- LingOrm (PAUSADA)
FanfictionEm um universo onde religião e ordem ditam a verdade, até que ponto um amor pode ser considerado impossível, quando nem o céu nem o inferno conseguem conter o desejo ardente entre duas almas? Após um inesperado reencontro, paixões antigas ressurgem...