O inferno dos vampiros.-TACHIGIN.

A floresta de sangue.

Um campo florido, onde a brisa passa e leva consigo os amores incertos, e as dores não compreendidas. Um campo onde os gritos das crianças aprisionadas ecoam.

Um campo florido cujas flores possuem um vermelho estonteante, no qual sua coloração veio do sangue que escorre das colinas da angústia e aflição.

As flores brancas avermelhadas que lá existem, são regadas pelas lágrimas dos adultos cuja alma foi presa no abismo do universo, aquele onde as estrelas morrem e o odor de enxofre exala pelo ar.

Mas, não muito longe daquele campo, havia um pequeno rio, cercado de algumas árvores, cujas copas são cobertas de belas flores rosas e amarelas. Rio esse onde os peixes nadam na mais pura liberdade e mais bela alegria; e os pássaros cantam suas belas melodias que esbanjam prazer e ternura.

Aquele rio, juntamente do campo, eram fonte de inspiração para aquela garota, no qual possuia a escrita e a música como suas maiores paixões.

Debaixo daquela árvore com flores rosas na copa, estava Gin, tentando escrever alguma coisa.

— Argh! Que raiva! Eu não consigo escrever nada! — Soltou o lápis, que consequentemente acabara caindo no chão e rolando pela pequena inclinação do lugar.

— Droga! — Foi em busca de seu lápis.

Gin era uma vampira de 119 anos; nem muito alta, nem muito baixa; longos cabelos negros e olhos acinzentados como a névoa das manhãs de inverno; era magra, tinha uma coloração vermelha nos lábios, e bochechas levemente rosadas.

— Deixa que eu pego!— Uma voz masculina surgiu.

Era o seu irmão, Ryunosuke Akutagawa.

— O que você tá fazendo aqui!? A mamãe disse que era pra você ficar lá dentro, Akutagawa! — Gin gritou.

Akutagawa correu e devolveu o lápis de sua irmã.

— Poxa irmãzinha, eu faço um favor pra você e é assim que você me agradece?— Entrega o lápis.

— Você está doente, esqueceu? Não é bom ficar aqui fora.

— Doente!?— Ele riu — Isso é só uma gripe! Não é uma peste mortal!

— De qualquer maneira é melhor você ficar em repouso.— Pousou sua mão sobre o seu caderno.

— Você escreveu algo? Sobre o que?— Akutagawa questionou ao ver o caderno da irmã.

— Nada. Eu gosto de vir para cá porque é bastante inspirador, mas hoje não consigo pensar em nada.— Disse em tom melancólico.

— Entendo... Mas, sabe Gin, aquilo que aconteceu na floresta não te deixa arrepiada? Como você consegue vir para cá e encarar essa floresta todos os dias?

— Para te ser sincera eu sinto um pouco de receio, mas não chego a ter arrepios. E você, Akutagawa? Tem medo da floresta?

—Ha! Medo!? Eu? Claro que não! E saiba que se você tivesse medo seu lindo e maravilhoso irmãozinho iria te proteger!— Disse o garoto com empolgação.

Gin não conseguiu se segurar e se permitiu rir — VOCÊ ME PROTEGER!? AH AKUTAGAWA, VOCÊ TEM MEDO ATÉ DE UMA FORMIGA! — Exclamou enquanto ria altamente.