(Nem) Todos os Clichês São Iguais - (+18)

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Brenda
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Depois que Sarah foi embora, tive que aguentar um monte de perguntas da minha avó. Me senti em um verdadeiro interrogatório. O bom disso tudo era que Dona Margareth, realmente, tinha gostado da morena e não sei, saber disso talvez tenha me deixado feliz…?

Começo a acreditar que é impossível alguém não gostar dela, o jeito brincalhona de ser, encantava qualquer um.

Aquele pequeno momento que tive com Sarah na praça tem povoado meus pensamentos mais do que eu gostaria de admitir. Ficar tão perto dela fez algo em mim se remexer, era como se tivesse alguma coisa se despertando e querendo sair, tenho até medo de descobrir o porquê disso.

Dou um suspiro pesado sinceramente, prefiro não ficar pensando muito, não estou com cabeça para tentar entender o que está se passando comigo agora (talvez eu já saiba).

Decidi deixar esses pensamentos para depois; minha prioridade é ajudar minha irmã, não ficar perdida em devaneios.

Desde que cheguei ao colégio, não encontrei Kyra em lugar nenhum. Já falta apenas uma aula para terminar o dia e nada dela, o que está me deixando preocupada. Coloquei meus livros no armário e peguei outro para a próxima aula, que começaria após o intervalo.

Minhas tentativas de encontrá-la nessa escola simplesmente não funcionaram, o que era mais estranho é saber que tínhamos combinado de nos encontrar, e Kyra nunca esquece um combinado.

Será que ela não veio hoje?

Enquanto andava para ir a cantina por ironia do destino, sim, ironia porque virei aquele colégio de cabeça para baixo e só fui encontrá-la agora, sentada em um dos bancos mais distante, apressei meus passos até ela.

— Ei, finalmente te encontrei! — ela não olhou para mim, apenas passou as mãos no rosto rapidamente. Franzi o cenho com isso — Te procurei o colégio todo

— Desculpa — murmurou com voz de choro

— O que aconteceu? — me aproximei mais, sentando do seu lado, minha irmã não olhava para mim, apenas manteve a cabeça baixa — Kyra, olha para mim — peço, mas ela não me obedece, dou um suspiro pesado com isso. Seguro com minha mão em seu queixo, a fazendo olhar para mim, seus olhos e bochechas estavam avermelhados, o rosto um inchado pelo choro  — Porque está chorando, Kyra?

— Eu nasci, Brenda, foi o que aconteceu! — exclamou nervosa — Eu nasci…

— Ei, calma — falei suave, tentando acalmá-la. — Vamos sair daqui? Lá no meu quarto, a gente conversa e você se acalma, vamos?

Ela respirou fundo assentindo, mas ainda parecia muito aflita. Suas mãos tremiam um pouco, apoiei minha mão atrás de suas costas enquanto íamos em direção ao dormitório, ignoramos todos os olhares curiosos até chegar em meu quarto.

— Pronto — digo, abrindo a porta e a deixando entrar. — Por sorte a Hellen não está, podemos conversar com calma

Minha irmã se sentou na cama, ainda respirando fundo, tentando se acalmar. Pego um pouco de água, da jarra e me sento ao seu lado, entrego a água para Kyra que aceita sem protestar. Não digo nada, apenas fico ali esperando que ela se acalmasse e se sentisse à vontade para falar.