Paixão Perigosa

《2》 Confusão

Park Jimin

Me viro para o encarar e é quando nossos olhares se encontram, ele carrega consigo um sorriso que mostra toda a sua ironia. O meu coração falta sair pela boca, fico parado como um idiota tentando entender o que estou sentindo e o porquê desse homem mexer tanto comigo. Os seus olhos percorrem o meu corpo sem nenhuma descrição. De certa forma, eu deveria repugnar essa sua atitude, porém tudo o que consigo é desejar que ele goste do que está vendo.

Pela Deusa, o que está acontecendo comigo?

O nervosismo por estar perto dele é difícil de conter. Esse homem exala autoconfiança e sensualidade, até na hora de falar, me sinto como se estivesse na boca de um lobo, em um momento indefeso e, ao invés de correr, quero me agarrar a ele.

— Sr. Park, você já se decidiu? Não tenho todo o tempo do mundo para ficar aqui admirando a sua beleza. — Fico surpreso com sua postura rude, mas, ao mesmo tempo, elegante.

— Sim, e peço desculpas pelo ocorrido no elevador, Sr. Jeon. — Tento aparentar confiança, mas sei que estou falhando, como sempre.

— Se é por causa daquela situação, o seu nervosismo, não se preocupe. — Ele caminha e se senta na sua cadeira, tomando o seu lugar. — Por favor, se sente aqui e vamos começar.

Aponta em direção a duas cadeiras em frente à sua mesa, respiro fundo, caminhando e me sento onde pediu. Mantenho a postura ereta, o seu olhar é felino para mim. Espero que ele comece com as perguntas. 

Você vai dar conta, Jimin, lembre-se de que se preparou para isso. 

— Senhor Park Jimin, você é casado? — Ele encara alguns papéis em sua mesa e vejo que neles contém a minha foto.

— Sim, senhor. — Respondo de forma rápida.

A sua expressão muda completamente, ele se torna sério e se ajeita, corrigindo a postura como se estivesse desconfortável com a minha resposta.

— Entendo, você tem filhos? — Pisco algumas vezes, tentando compreender o motivo desses questionamentos.

— Não, senhor.

— Por que não quer ser omma, ou só não está preparado ainda? — Estou bastante confuso devido a tudo isso.

— Não podemos ter um filho, meu esposo é estéril. — Pude jurar que ele sorriu por um breve segundo. 

— Sinto muito. De acordo com o seu currículo, o seu desempenho acadêmico foi de destaque, bem como a carta de recomendação do seu último trabalho, que foi só de elogios. Por que saiu de lá? 

— Precisei cuidar do meu marido, ele passou por algumas dificuldades, mas agora está tudo certo e, por isso, estou procurando um novo emprego.

Ele sorri, contudo, diferente de antes, não há ironia, é fofo e contagiante, o que me deixou bastante confuso.

— Desculpe, Sr. Jeon, por que está rindo? — Pergunto, seus dedos batucam a mesa. 

— Estou feliz hoje apenas por isso. — Esse alfa é bipolar, só pode. — Gostei de você e, se desejar, pode iniciar hoje mesmo. 

Arregalo os olhos, não acreditando que eu consegui.

— Eu posso, sim… Muito obrigado, Sr. Jeon! — Ele balança a cabeça, concordando.

— Preciso de um assistente pessoal com muita urgência, então por isso começará hoje. Primeira coisa que precisa ter em mente é que o único que manda em você aqui sou eu e a sua prioridade é fazer o que for determinado por mim. — Diz serio.