No sábado, eu e meu pai acordamos cedo para levar o meu carro à Oficina Mecânica dos irmãos Smith. Eles me prometem que o para-choques é de fácil conserto, mas com o tanto de coisa que têm recebido ultimamente, eles vão precisar de um bom prazo para devolverem meu carro. Meus pais vão ter que me deixar na escola até lá. Quando o mecânico nos informa o orçamento estimado, me sinto estranha sabendo que é o seguro de Caitlyn que vai pagar por isso.
O resto do dia é dedicado a me arrumar para o baile de volta às aulas. Minha mãe e Isha ficam piando em cima de mim durante a tarde toda, me bombardeando com ideias sobre como arrumar meu cabelo como se eu fizesse alguma ideia do que elas estão falando. Finalmente, Jinx fica com pena de mim e arruma um espaço para maquiagem e penteado no porão. Ela pendura o meu terno na porta para "inspiração", coloca música na caixinha de som e passa um café novo para manter a gente no clima. Isha se senta ao lado dela, oferecendo opiniões, e eu fico imóvel e em silencio, deixando minhas irmās tomarem as rédeas.
Jinx e Isha se movimentam sem esforço pelo “Mundo das Garotas”. Elas falam uma língua própria que nunca entendi, com palavras brilhantes como contorno e bandeau e bralette. É um direito de nascença delas, essa habilidade de ser como qualquer outra garota. Eu nunca tive esse mesmo direito, e entendi isso muito antes de ouvir a palavra Lésbica pela primeira vez.
Talvez esse fosse um dos motivos para eu gostar de Seraphine: ela não tinha nenhuma reserva em atravessar esses dois mundos. Agora eu precisava encarar ambos sem ela.
Respiro mais facilmente quando Jinx e Isha concordam no estilo do meu cabelo e me reasseguram de quão bonita eu vou estar. Isha me entrega um café e me oferece um sorriso entusiasmado. Seu próprio copo parece grande demais em suas mãozinhas, mas ela toma um gole ensaiado e estala os lábios do mesmo jeito que Jinx faz.
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No instante que entro na festa, meu coração dỏi. Tudo que eu consigo pensar é na Seraphine e em como essa deveria ter sido nossa festa de volta às aulas perfeita. Fico tão perdida em pensamentos que não presto atenção em metade das coisas que Janna e Jayce estão falando. Poderia ter um touro selvagem à solta me perseguindo e eu nem notaria.
Falando nisso, lá está Caitlyn.
Ela dança com um grupo de amigas, e parece genuinamente feliz, mas não me importo. Janna, enquanto isso, está tentando fingir que não está olhando para o palco a cada segundo. Yasuo está lá em cima, tocando a sua guitarra vermelha, o cabelo castanho resplandecendo com a luz acima dele. Ele está vestindo calça e blusa branca, mas ainda usando a camisa xadrez de sempre por cima.
Ao lado da tigela de ponche, Maddie está fazendo um espetáculo em servir pequenos copos para os amigos dela. Quando um deles se vira para o lado, vejo um frasco prateado na mão de Maddie.
Lanço um olhar para Jayce, e aceno com a cabeça para a mesa de bebidas. Ele me observa por um segundo, então ergue a sobrancelha e pergunta:
-Está com sede?
Nós vamos na direção de Maddie. Antes de conseguirmos falar qualquer coisa, ela diz com o canto da boca:
-É só para as pessoas que votaram em mim.
Jayce me lança um olhar de soslaio.
-Nós dois votamos - Mente ele.
-Todo mundo fala isso, e ainda assim aquela vadia está usando a minha coroa. - Ela lança um olhar cheio de opinião para o meu terno. Sinto meu rosto corar. - Faz uma transferência pra minha conta - diz, finalmente. - É só colocar como descrição "arrecadação de fundos dos veteranos". Deem uma volta na mesa e voltem quando essa música acabar.
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A jogada do amor - CaitVi AU
Teen FictionViolet Warwick tem amigos maravilhosos, uma carreira promissora no basquete da escola e o apoio da família. Mas perdeu Seraphine, sua ex-namorada, que se mudou para a cidade vizinha em busca de mais visibilidade no esporte e a deixou com um buraco n...