Prólogo^᪲᪲᪲.

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‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ Encostado no balcão de bebidas, Nicholas analisava a multidão de alunos que dançava alegremente no centro do salão de festas. Os dedos de sua mão direita batiam de forma rítmica contra a latinha de cerveja em sua mão esquerda, enquanto ele se sentia entediado e deslocado. O ambiente estava repleto de risadas e música alta, mas tudo parecia tão insípido para ele.

Ele sabia que ir a uma festa fantasia dos alunos não era exatamente apropriado para um professor, mas a máscara que cobria seu rosto todo, deixando apenas os olhos à vista, o tornava invisível. Afinal, quem teria tempo de olhar nos olhos de um desconhecido em meio a tanta agitação?

Nicholas frequentava essas festas há algum tempo, sempre sem ser descoberto. Ninguém sabia que ele estava ali, e, embora não se importasse que isso acontecesse, preferia evitar os boatos e as perguntas irritantes de alguns alunos. Afinal, que mal havia em frequentar um evento se ele não causasse nenhum estrago?

Ele sabia que não deveria estar ali, mas a curiosidade o dominava. Desde a infância, ele adquirira o hábito de observar e analisar as pessoas em silêncio. Então, ele entrava, ficava quieto, como estava hoje, sem trocar uma palavra com ninguém - exceto com o barman que lhe vendeu a cerveja.

Respirou pesadamente e soltou a lata de cerveja no balcão. Estava cheia, ele nem ao menos havia rompido o lacre. Não que não gostasse de beber, mas as bebidas alcoólicas adocicadas nunca foram seu forte. A música irritante preenchia o ar, e o cheiro das bebidas se misturava, criando um ambiente que parecia podre e horrível. Finalmente, decidiu que era hora de ir embora, mas sua curiosidade o impediu de se afastar completamente.

Seus olhos se fixaram em uma pequena figura encolhida em um canto, na parede oposta do salão. Ela parecia temerosa diante da multidão à sua frente, vestindo roupas normais - uma calça jeans e uma regata azul pastel, em contraste com as fantasias extravagantes dos outros alunos.

Sentiu suas mãos tremerem levemente, um sinal de que uma velha mania de infância havia sido "descongelada" após um longo período de hibernação. Um sorriso de canto surgiu em seus lábios enquanto ele analisava tudo o que podia da garota. Observou-a tentar atravessar a multidão, como se forçasse seu caminho entre os alunos, sendo empurrada de um lado para o outro.

Suas mãos se fecharam em punho. Ele queria se levantar, ir até ela e abrir espaço para que pudesse passar tranquilamente. Mas não podia, não depois de tanto tempo aprendendo a controlar sua obsessão. Ele precisava manter o controle, não se permitir descontrolar agora.

- Finalmente. - murmurou satisfeito para si mesmo, com o olhar ainda preso na figura da garota.

Nicholas queria pegá-la, levá-la para sua casa e prendê-la a ele, para sempre. A urgência de conhecê-la melhor, de vê-la mais de perto e descobrir cada aspecto de sua vida o consumia.

Quando ela se afastou da multidão e caminhou em direção à saída, a sensação de perdê-la entre seus dedos o paralisou. Ele respirou fundo e, em passos rápidos, começou a segui-la. Suas mãos tremiam, desejando tocar a garota e impedi-la de ir embora.

Ele não podia deixá-la ir. Ele nunca deixaria.

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Espero que tenham gostado! Beijinhos 💞

Bad intentions, nicholas chavez 𖹭.ᐟ.Onde histórias criam vida. Descubra agora