Capítulo quatro: Jonathan

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Rose Maeve - 06:30 MH.

O sábado e o domingo passaram rápido, como se eu tivesse piscado e já fosse segunda. Além de ainda estar completamente exausta, não descansei nem um pouco. Esses pesadelos estão acabando comigo.


Mr. Crawling parecia distraído com o desenho que coloquei para ele na televisão. Acho que estava passando "O Incrível Mundo de Gumball". Ele estava sentado bem em frente à tela, mesmo depois de eu ter dito que isso fazia mal para a vista.

Enquanto isso, eu estava sentada na minha cadeira, de frente para o espelho sobre a escrivaninha. Tentava prender meus cabelos arrepiados em um coque baixo, deixando duas mechas soltas na frente. Em seguida, passei corretivo abaixo dos olhos para esconder aquelas olheiras horríveis. Completei com um gloss neutro e um pouco de rímel. Me olhei no espelho e, ainda assim, enxerguei aquele rosto cansado, quase cadavérico, olhando de volta para mim. O máximo que conseguia fazer era disfarçar as noites mal dormidas.

Levantei da cadeira e passei as mãos pela roupa para ajeitá-la. Usava uma saia que ia até os joelhos, uma blusa social por dentro da saia e um salto preto. Não gostava de saias, já que sempre me sentia estranha com elas, e odiava ainda mais aquele salto, que machucava meu calcanhar. Mas essa era a exigência de vestimenta da empresa. Prefiro fingir que essa regra não existe só porque meu chefe é um tarado que quer que suas 'subordinadas' use uma roupa casualmente sexy.

- Mr. Crawling... - chamei, com uma voz tão desanimada que nem me dei ao trabalho de disfarçar.

Ele desviou o olhar da televisão, que estava pendurada na parede.

- O que você acha? - perguntei, referindo-me à roupa. Fiz uma pose, colocando a mão na cintura e forçando um sorriso de lado. Certo, me senti ridícula por isso.

Mr. Crawling não conteve o riso, mas, dessa vez, era uma risada de talvez timidez, suas bochechas ficaram vermelhas. De novo. Igual naquele dia em que me viu com aquele vestido branco. Só agora percebi como ele ficava fofo corado; parecia envergonhado. Era estranho. Eu me sentia estranha por enxergá-lo assim. Não consegui decifrar o que estava sentindo.

- ∆@ርቿ 6ዐጠ 6ቿዪፕቿጊል ቿ ዐ ነቿዪ ∆ጎ∆ዐ πልጎነ ጌዐክጎፕዐ ዒሁቿ ቿሁ ጋል ∆ጎ ቿπ ፕዐዕል ል πጎክዘ4 ∆ጎዕል. ቿሁ ዒሁቿዪጎል የዐዕቿዪ... የዐዕቿዪ ፕቿ ፕቿዪ የዪል πጎπ.
(Você. Mais linda. Já vi. Eu e Você.)

Ele deixou o desenho de lado e engatinhou até mim, abraçando minhas pernas.

Fiquei confusa com suas cifras; não entendi tudo, mas acho que ele estava dizendo que eu estava bonita. Às vezes, só queria que ele falasse minha língua, mas, mesmo sem compreender tudo, me senti melhor. Tanto pelo seu abraço quanto pelas palavras.

- Obrigada... Eu acho. - Mexi em seus belos cabelos pretos, colocando uma mecha atrás de sua orelha. Mais uma vez, ele ronronou, como se demonstrasse felicidade com o toque.

Era fofo, com certeza, e talvez me sentisse um pouco amada por suas ações. Mas o trabalho me esperava.

Despedi-me do rastejante - mesmo que ele tenha ficado triste -, peguei meu celular, minha bolsa de ombro e a chave de casa.

Quebra de tempo - 18:45 TD.

Já tinha passado do meu horário de ir embora. Todos haviam ido embora,menos eu. Na verdade, estava numa lentidão absurda o dia todo, incapaz de me concentrar no trabalho. Meu cotovelo estava apoiado na mesa, enquanto eu me deitava sobre a palma da mão, encarando a tela do computador. Todos aqueles números estavam embaralhando minha mente.

Faltava pouco para terminar uma pasta enviada mais cedo.

- Não, não, não! - murmurei para mim mesma quando, de repente, o computador desligou. Todas as luzes do prédio apagaram também. - Sério? Que sorte! - Reclamei, jogando-me na cadeira, que inclinou para trás.

Para minha surpresa, ela inclinou além do esperado, e eu caí no chão junto com ela.

Não sabia se deveria me sentir feliz por ninguém ter visto a cena humilhante ou triste por ser tão desastrada. Fiquei ali, deitada no chão, encarando o teto. Por um momento, considerei ficar onde estava, mas acabei me levantando, junto com a cadeira.

- Aí minhas costas... Por que comigo?

Foi quando ouvi uma risada. E as cifras. Alguém parecia ter me respondido, mas o lugar estava vazio. Olhei ao redor, assustada, mas não vi nada. Lentamente, comecei a andar pelo grande espaço repleto de computadores, em direção à saída. Não iria esperar que algum ruim acontecesse comigo.

Então, escutei passos. Algo corria em minha direção, mas eu não via nada além de silhuetas no escuro. A luz que entrava pelas janelas não era suficiente. Meu corpo agiu por instinto: comecei a correr, mas na direção contrária. Os passos ficavam cada vez mais próximos, até que senti um impacto violento contra o meu rosto.

Fui jogada violentamente para trás. Tudo escureceu.

...

- Minha cabeça... - Gemia enquanto esfregava a testa dolorida.

Abri os olhos e encarei o teto. "Como vim parar em casa?", pensei, mas algo estava errado. Aquilo não era minha casa. Nem o meu quarto.

A cama era de solteiro, e o espaço parecia muito menor. Não entrei em pânico, porque o lugar não era totalmente estranho, e eu ainda conseguia me mover.

Passei a mão pelo rosto e percebi que havia algo no meu nariz: um curativo.

Logo, a porta se abriu. Reconheci a figura imediatamente: Jonathan, meu colega de setor ou mais casualmente,meu colega de trabalho.

- Rose, finalmente acordou! Você está bem?
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Aqui o lindo do Jonathan.

Adicionei a foto dele na história porque ele vai aparecer com mais frequência

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Adicionei a foto dele na história porque ele vai aparecer com mais frequência. Se quiserem, posso colocar uma da Rose também.

Continua.


Revisado.

Coração Marcado | 𝗛𝗼𝗺𝗶𝗰𝗶𝗽𝗵𝗲𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora