Sentei-me em uma das carteiras mais ao fundo da sala de aula, acompanhada de Han que se sentou em minha frente. A primeira aula do dia era literatura, então, pouco depois, vejo Hyunjin se sentar um pouco mais a frente, não sem antes me encarar e soltar um dos sorrisos mais bonitos que já vi.— Hum. — Han me lançou um olhar sugestivo. — Parece que você não é a única interessada, afinal de contas.
— O que? — franzi as sobrancelhas em incredulidade. — Ele só sorriu pra mim, não é nada demais. - tentei convencer mais à mim mesma, do que ele.
— Pra quem nem falava com você, isso já é mais do que o suficiente. — tive que concordar, mesmo que em um movimento sutil de cabeça, vendo o professor Park entrar na sala.
— Bom dia. — Cumprimentou com o mesmo humor de sempre. — Vou começar a aula de hoje passando um trabalho. — proferiu, deixando seus livros encima da mesa e a sala toda choramingou em desaprovação. — Em duplas! — Ele disse, e eu e Han nos trocamos olhares cúmplices. Sempre fazíamos dupla durante algum trabalho. Era tradição.
— O trabalho hoje vai ser um pouco diferente. O mesmo tem como objetivo fazer vocês conhecerem melhor seus colegas. Vocês vão passar um tempo com suas duplas e conhecê-las melhor, fazendo perguntas e estendendo laços de amizade. Vou dar um mês pra isso e, no final do prazo, vocês vão contar para a turma como foi a experiência e o que aprenderam com seus colegas. — explicou. — Decidi passar esse trabalho a fim de que conheçam mais pessoas e façam novas amizades. Por isso eu quero duplas variadas. Nada de fazer o trabalho com amigos próximos. Me surpreendam.
...
— Bom, nenhum de nós tem mais opções de dupla, então nós temos sim um argumento válido. — Han reclama pela décima vez, enquanto caminhávamos em direção à saída da escola. — Acho uma injustiça que nos impeçam de fazer um trabalho juntos, sempre fizemos tudo um com o outro.
— Talvez seja esse o problema. — falei e o mesmo franziu a testa em confusão. — O senhor Park disse que quer ser surpreendido e como você mesmo disse, somos sempre nós dois. — expliquei.
Estávamos bem perto do portão principal quando ouvi alguém chamar por mim. Olhei imediatamente pra trás, vendo Hyunjin se aproximar correndo.
— Naomi, que bom que eu te achei. — disse ofegante. — Olá, 'pros dois'. — enfatizou, nos fazendo rir.
— Estava me procurando? — questionei confusa e ele apenas assentiu, pondo as mãos nos joelhos e respirando fundo, procurando por fôlego.
— Tenho algo pra te perguntar. — comentou com a respiração mais calma.
— Fala.
— Quero saber se você quer fazer o trabalho de literatura comigo. — ofereceu, sorrindo casualmente.
Olhei para Han, sem saber o que dizer e o mesmo deu de ombros.
— De qualquer forma, eu sou a pessoa mais legal do colégio e com certeza vai ter uma fila querendo fazer o trabalho comigo. — sorriu convencido e eu revirei os olhos. — E além do mais, eu sei que você quer fazer o trabalho com ele. — disse de forma simplista e eu senti minhas bochechas corarem ao ouvir o riso contido de Hyunjin. Voltei a olhar pra ele que ainda estava rindo, mas parou assim que nossos olhares se encontraram, me causando arrepios.
— O que você acha? — cruzou os braços, esperando pela minha resposta.
— Claro! — respondi animadamente, arrancando risos de Han e um sorriso de Hyunjin. — Quer dizer... porque não? — tentei corrigir, mas já era tarde demais.
— Ótimo. — ele sorriu mais uma vez. — Eu tenho treino em cinco minutos, então a gente conversa melhor amanhã. — concordei. — Até mais! — ele piscou o olho esquerdo em nossa direção e saiu andando.
— Surtando em, 3...2...1! — Han contou em seus dedos e eu direcionei meu olhar à ele.
— HWANG HYUNJIN QUER FAZER O TRABALHO COMIGO! — soltei um grito contido e tentei não pular de alegria. — Tipo, ele poderia ter escolhido qualquer outra pessoa, mas ele ME escolheu!
— Tô sabendo, eu tava bem do seu lado. — Han reclamou, tampando os ouvidos. — E ele te chamou porque com certeza gostou de conversar com você na biblioteca. — ele disse, voltando a caminhar.
— Você acha? — perguntei entusiasmada, caminhando ao lado dele.
— Não é óbvio? — ele perguntou. — Você é tapada hein?! — revirou os olhos, impaciente.
— Se realmente é verdade, isso é melhor ainda. — sorri abertamente.
— Acho que seu sonho de casar com ele finalmente vai se realizar. — bati levemente em seu braço mas acabei rindo. Estava feliz demais pra discutir naquele momento.
— Acho melhor não criar expectativas, mas mesmo assim, sinto que esse vai ser o trabalho mais incrível que eu já fiz em toda minha vida. — falei sorridente.
— Ei, e a peça que nós escrevemos e atuamos na sexta série? — ele me olhou, fingindo tristeza.
— Acredite, eu amei ser a sua Julieta. — gracejei. — Mas dessa vez, vai ser diferente, quer dizer... — tentei explicar, mas acabei me perdendo nas palavras.
— Eu entendi, sua idiota. — ele riu da minha feição
preocupada — e eu acho que esse trabalho vai ser bom, afinal. — assenti sorridente.[...]
Adentrei minha casa acompanhado de Han e chamei por minha mãe enquanto ia em direção à cozinha, e a encontro com as chaves do carro nas mãos.
— Oi filha, oi Jisung. — cumprimenta, sorrindo carinhosamente.
— Oi mãe. — retribui o ato.
— Oi tia! — a cumprimentou, curvando-se educadamente para ela e jogando sua mochila em cima da cadeira, sentando-se tranquilamente em seguida.
— Naomi, eu tenho que ir pro hospital agora, mas deixei seu almoço no forno. — a mais velha avisou, pegando sua bolsa. — Só vou voltar no final da noite então se quiser, e os pais de Han concordarem, pode dormir na casa dele.
— A Noni já é de casa, meus pais vão adorar a ideia. — Han disse animado.
— Certo, assim fico mais tranquila. — sorri para minha mãe, que se aproxima me abraçando. — Até mais, amo você.
— Também te amo.
— Tchau tia. — Han acenou, enquanto minha mãe ia em direção a porta.
— Tchau querido! — ela acenou de volta, saindo de casa.
— Legal, festa do pijama! — dissemos juntos, fazendo nossa típica dança esquisita no meio da sala.
Capítulo grande pra não me matarem! Amo vocês! <33
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The Storm || H. Hyunjin
FanfictionOnde Naomi é apaixonada por Hwang Hyunjin o belo garotrepleto de amigos e dono de um sorriso estonteante, mas, que ao mesmo tempo, parece nunca notá-la. Talvez uma tempestade pudesse mudar isso? Poderiam as paredes gelada de uma biblioteca, esconde...