CAPÍTULO I

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"Ontem foi difícil. Amanhã é apenas uma promessa do mesmo. Eu acho que tenho que morrer para fazer minha parte" - A Liars Funeral, Slipknot

A chuva densa caía sobre a lama naquela noite de lua vermelha, misturando-se ao sangue e tentando, inutilmente, apagar o fogo intenso que consumia os milhares de cadáveres espalhados pelo chão

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A chuva densa caía sobre a lama naquela noite de lua vermelha, misturando-se ao sangue e tentando, inutilmente, apagar o fogo intenso que consumia os milhares de cadáveres espalhados pelo chão. O ar estava pesado, impregnado com o cheiro metálico do sangue e o odor acre da carne queimada. Violet e Powder seguiam os pais pelo caos, protegidas por eles a todo custo. A cada passo, desviavam de corpos, tropeçando ocasionalmente em pedaços de carne, ossos e órgãos espalhados pelo caminho. Os gritos de agonia dos que ainda se agarravam a um fio de vida eram aterradores, ecoando entre trovões e fazendo com que as meninas se apertassem ainda mais contra os pais.

Há cerca de dois anos, uma guerra terrível assolava o continente. Vampiros, seres amaldiçoados e dotados de grande poder, declararam sua superioridade e iniciaram uma investida brutal contra os humanos. Em meio ao desespero, os humanos clamaram pelo Deus do Sol, e suas preces foram atendidas: um poder divino lhes foi concedido, trazendo a luz como arma contra as trevas. Mas o equilíbrio não trouxe paz. Agora, os guerreiros de ambos os lados se enfrentavam em batalhas devastadoras, enquanto os inocentes continuavam a pagar o preço: morriam aos milhares ou tinham suas vidas sugadas até o último suspiro pelos vampiros.

— Continuem com os olhos fechados, queridas... — pediu o pai, enquanto carregava Violet no colo e corria ao lado da mãe, que segurava Powder. — Já estamos chegando em casa, e tudo vai ficar bem!

Violet, a mais velha, ergueu o rosto do pescoço do pai para encará-lo. Apesar do semblante preocupado, ele forçou um sorriso ao perceber o olhar ansioso da filha. Não queria mentir, mas também não queria que sua filha o visse pela última vez sem um sorriso no rosto.

— Promete?

— Prometo.

Alguns minutos depois, chegaram em casa. Antes de fechar a porta, o pai olhou para todos os lados e percebeu que estavam sendo seguidos. Um homem de chapéu pontudo, rosto encoberto e capa longa, arrastava sangue e sombra por onde passava. Ele entrou rapidamente, dirigindo-se à esposa e trocando com ela palavras que as meninas não conseguiram entender. Depois, ajoelhou-se diante das filhas, acariciando seus rostos com um sorriso sereno.

— O papai já volta! — Foi a última coisa que lhes disse. Para sempre.

Quando o pai saiu, Violet e Powder buscaram conforto no rosto da mãe, mas ela mal conseguia conter o terror. As meninas perguntaram diversas vezes se tudo ficaria bem, mas ela permaneceu em silêncio. A realidade era sufocante: o cheiro de queimado, os ruídos distantes de batalha e o eco dos passos do estranho que parecia cada vez mais perto. Powder chorava no colo da irmã, que, apesar do medo, tentava manter a calma que aprendera com o pai. Após minutos de angústia, a mãe levantou-se. Seus punhos cerrados e o nervosismo visível indicavam que ela havia tomado uma decisão. Ela correu até um armário, de onde tirou um objeto dourado, e voltou para as filhas, beijando-lhes as bochechas antes de dar instruções.

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⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

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