As 3 Putas As Rainhas do Pátio

Capítulo 1: "As Rainhas do Pátio"

Montalegre acordava sob um céu cinzento, e a escola secundária local fervilhava de vida logo pela manhã. Era o epicentro de todas as histórias, dramas e momentos inesquecíveis — e o reino absoluto de Salomé, Joana e Maria.

Salomé, a líder carismática do trio, tinha o dom de transformar até a mais simples ida à cantina numa aventura épica. Era impossível ignorá-la, com os seus planos mirabolantes e uma confiança que fazia até os professores revirarem os olhos. Maria, sempre com um sorriso de desafio, era o braço direito de Salomé e a primeira a entrar em ação quando a ideia era arriscada. Já Joana, a mente mais analítica do grupo, tinha um talento especial para prever desastres… que, inevitavelmente, não conseguia evitar.

Naquela manhã, enquanto bebiam café no "Cantinho do Pecado", o ponto de encontro clandestino dos alunos, Salomé tinha uma missão.
— Precisamos de abalar esta escola. A rotina está a matar-me!

Joana, sempre cética, ajustou os óculos.
— Só para clarificar: estás a pensar em algo que nos meta em sarilhos ou algo que nos expulse?

Maria riu-se.
— E se for os dois?

Antes que Salomé pudesse responder, Anaís, a fofoca oficial da turma, aproximou-se. Alta, loira e sempre com um ar condescendente, tinha o dom de aparecer nos piores momentos.
— Vocês ouviram? A Ariana foi apanhada a copiar no teste de matemática. Parece que vai ter uma reunião com o Manel João.

Joana ficou pálida.
— O professor Manel João? É sério?

Todos sabiam que Manel João era o terror da escola, com o seu tom severo e a capacidade de identificar um culpado a quilómetros de distância. Joana, particularmente, tinha um medo inexplicável dele.

Maria abanou a cabeça.
— Ele é um professor, Joana, não o Voldemort.

Joana respondeu com um olhar indignado.
— Para mim, vai dar ao mesmo.

Salomé, que até então estava perdida nos seus pensamentos, sorriu de repente.
— E se nós fizéssemos algo que toda a escola falasse… mas que ninguém nos conseguisse culpar?

Maria deu-lhe um empurrão amigável.
— Estou a ouvir!