Numa noite chuvosa, o grupo seguiu o carro preto até uma casa isolada nos arredores da vila. As luzes da casa piscavam fracamente, e o ambiente estava envolto num silêncio desconfortável. Lá dentro, viram o gerente do Minipreço entregar a mala a um homem que usava um chapéu e um casaco longo, com o rosto parcialmente coberto.
Joana escondeu-se atrás de uma árvore enquanto sussurrava:
— Isto está a ficar mais estranho. Quem será esse homem?Salomé ajustou o telemóvel para gravar o que pudesse.
— Seja quem for, ele não é flor que se cheire.Quando o homem tirou o chapéu e falou, todos ficaram boquiabertos. Era o professor Rogério Marinho, o tranquilo e sempre filosófico mestre de ética.
— Marinho?! — Joana deixou escapar em voz alta, antes de perceber o que tinha feito.
Os olhos de Rogério imediatamente se voltaram para o local onde estavam escondidas.
— Quem está aí?! — disse ele, num tom completamente diferente do seu habitual tom calmo.Antes que pudessem reagir, Rogério começou a caminhar rapidamente na direção delas. Salomé agarrou Joana pelo braço e sussurrou:
— Corremos ou enfrentamos?Maria, que até então estava quieta, disse determinada:
— Enfrentamos. Não vamos deixar isto passar.O trio saiu do esconderijo, e Rogério parou ao vê-las. O gerente do Minipreço, visivelmente nervoso, gaguejou:
— Elas... elas são só umas miúdas da escola!Rogério, com um ar sombrio, olhou para elas e perguntou:
— O que é que estão a fazer aqui? Isto não é da vossa conta.Joana, surpreendendo as amigas, respondeu com firmeza:
— Não é? Vimos o que está naquela mala. Sabemos que isto não é legal. E não esperávamos que o professor de filosofia estivesse envolvido.Rogério suspirou, como se estivesse a tentar recuperar a sua compostura filosófica habitual.
— Vocês não entendem. Há coisas no mundo que exigem sacrifícios. Nem tudo é preto e branco, como os livros ensinam.Maria interveio:
— Sacrifícios? Está a traficar coisas valiosas e a envolver estudantes inocentes! Isso é tudo menos ético.O gerente começou a mexer-se para fugir, mas Salomé rapidamente tirou o telemóvel e disse:
— Mexe-te, e envio este vídeo diretamente para a polícia.A tensão no ar era palpável. Rogério olhou para elas com um misto de frustração e tristeza.
— Não percebem que estou a tentar resolver problemas maiores? Isto não é o que parece.Joana deu um passo à frente, encarando-o.
— Se há problemas maiores, deveria resolvê-los de forma honesta. O senhor sempre disse que "a verdade é a única bússola que nos guia". Não é isso que ensina nas aulas?Rogério pareceu vacilar por um momento, mas antes que pudesse responder, ouviram o som de sirenes ao longe. Anaís, que tinha ficado no carro, decidiu que chamar a polícia era a melhor ideia.
Os agentes chegaram rapidamente e prenderam o gerente e o Rogério.
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"O Caso do Professor e do Minipreço"- Capítulo 4
AventuraO Minipreço e muitos segredos...