"The stars turn into fire
And the roses change from red to black You encourage my desire
Then you put the arrow in my back..."
Desci as escadas, traçando o mesmo caminho que ele. Ao chegar no térreo, logo avistei a cabeleira negra, virada de costas pra mim. Com uma faca de cozinha em sua mão.
Tec tec tec tec tec tec tec tec tec tec tec tec tec tec tec tec tec... Movimentos repetidos, como que em uma sintonia, a faca batia contra a tabua ja cheia de cicatrizes. Os legumes eram cortados simetricamente, um após o outro.
Me aproximei do garoto, enlaçando meus braços em seu tórax, na parte em que minha altura permitia.
- você não devia ter dito aquilo...
- mas eu só...
- DEVIA TER FICADO CALADA! - a ponta da faca bateu com força contra a madeira, cravando na mesma. O som do impacto invadiu meus ouvidos, como que cortando meus pensamentos por alguns segundos. E derrepente, eu estava a uns 3 metros de distância do rapaz, atrás de uma bancada, novamente o observando. Uma alucinação? O que acaba de acontecer?... Sacudi minha cabeça para a esquerda e direita, tentando futilmente esquecer o ocorrido. Fui novamente, dessa vez de verdade, em direção a ele.
- A-Armin? - meus braços e pernas tremiam, esperando alguma reação daquele que estava logo a minha frente.
- sim princesa?.. - quando nossos olhos se encontraram um sorriso surgiu em seus lábios, e logo em seguida nos meus. - o que foi?
- não foi nada.. Eu, eu só queria... Ver você... - seu sorriso ficou mais largo.
- quer me ajudar a cozinhar? - ele perguntou, inclinando a cabeça pra direita alguns milímetros. Assenti sem dizer nenhuma palavra. Ele me posicionou entre o balcão da pia, onde se envontravam os instrumentos de cozinha, e ele, logo atrás de mim.
Logo peguei a faca, esperando que pudesse continuar a cortar os legumes que antes era feito.
- oh não não não... Deixa que eu faço isso. - ele tirou a faca bem devagar de minhas mãos. - você prepara a panela...
Fiz o que foi pedido, joguei em uma panela um pouco de óleo, em seguida ligando o fogo. Depois os legumes ja cortados foram jogados ali, em quanto Armin mexia a panela com toda habilidade, jogandos o conteúdo pra la e pra cá. Ele cozinha muito bem, só de sentir o cheiro da comida ja tive água na boca. Alguns minutos depois a mesa estava a postos. Um omelete de vegetais, suco de laranja, e bacon bem frito, coisa que eu não posso comer. Mas como eu aprecio muito o sabor de um bacon, Armin não deixa de fazer para que eu coma.
- o que acha? - ele disse servindo o suco no meu copo do bob esponja, muito infantil por sinal.
- uma delícia como sempre! - falei, dando mais uma garfada no delicioso omelete. Armin se sentou na cadeira em frente a minha, se servindo.
- sabe.. Eu pensei em fazermos algo diferente hoje..
- mesmo? O que?
- bem.. Faz muito tempo que estamos só eu e você aqui, e as vezes tenho medo que você enjoe da minha cara por passar a vida toda comigo... Então...
- primeiro, eu nunca vou enjoar de você! Segundo, prossiga... - ele levantou os olhos.
- eu chamei o seu irmão...
- boxê uquê??? ("você oque?") - exclamei com a boca cheia.
- ele chega em algumas horas...
