Capítulo 1

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Querido Diário...
Hoje meu dia foi uma bosta. Faz 3 meses que meu irmão morreu, meus pais estão se separando, meu melhor amigo tá namorando a garota que eu mais odeio e eu estou me apaixonando. Saí de casa com gritos da minha mãe com meu pai. Isso já está virando rotina. Fui pra casa do Jeff, cheguei lá mais rápido que o normal, ele disse que tinha algo sério pra me contar. Assim que entrei no seu quarto ele me abraçou e como sempre eu me senti segura em seu abraço, como se nada pudesse acabar com a felicidade de ter ele ali. Ele me soltou e me sentou na cama, ele sentou na cadeira do computador e disse: - Eu to namorando. - e sorriu, como se hoje fosse o dia mais feliz da vida dele. Ele já tinha me falado que estava apaixonado por uma garota e sempre falava o quanto ela era incrivel, mas ele falava isso de qualquer uma que pasasse na frente dele. Os namoros dele nunca duravam, o máximo foi um ano, com uma tal de Gabriela, que hoje nem olha mais na cara dele. Claro que eu não falei pra ele que eu tinha ciúmes quando ele namorava, mas ele sempre percebe, ai me abraça e tudo fica bem. Ele sempre fala que nunca vai me trocar por namorada nenhuma, quero só ver. - Sério? Quem é a louca? - perguntei pra ele. Ele mostrou a lingua. Eu adoro quando ele faz isso, ele fica parecendo uma criança. Nossa, se alguém lesse isso iam pensar que eu sou apaixonada por ele. N-Ã-O. Ele é meu melhor amigo, tá que ele não é de se jogar fora, ele é moreno, cabelo bem preto, olhos castanhos, aquele sorriso de lado e o piercing na boca... Bom, as gurias adoram. Acho que se ele não fosse meu melhor amigo, eu namoraria ele. Olha o que eu to falando?? é, eu imaginei a cena de estar beijando ele, e não seria nada legal Enfim, voltando a casa do Jeff. - É a Mariana. Sabe? Aquela do primeiro ano. - eu devo ter olhado pra ele com uma cara muito feia por que nesse momento ele arregalou os olhos e disse gaguejando: - V-você não gosta dela? - ele percebeu pela minha cara qual era a resposta.
Mordi os lábios, respirei fundo e disse: - Ah, Jeff, sei lá. - cocei a cabeça - Não é que eu não goste é que...
- Você odeia ela. Não é? Ah senhor, quando eu realmente gosto de uma guria, minha melhor amiga odeia ela. Que merda.
- Calma Jeff, quem vai namorar ela é você, não eu. Tu tem que gostar dela, não eu. - falei isso da boca pra fora, por que na verdada eu queria dizer " O QUE, FAZENDO NAMORANDO AQUELA VACA IDIOTA FILHA DA ..." Pois é, eu realmente odeio ela. O Jeff me olhou com cara de desconfiado, mas me abraçou. Fiquei bastante tempo lá na casa dele, é sempre bom eu ficar lá. Ficar longe dos meus pais, ficar longe das lembranças ruins.
Eu tentei sorrir, tentei parecer bem, mas o Jeff é meu melhor amigo, ele me conheçe. A gente ficou em silêncio alguns minutos, e ele logo fez eu rir. Como? Bom, ele começou a me cutucar na barriga, e eu odeio quando ele faz isso, por que eu começo a rir que nem uma retardada. Assim que ele parou eu me joguei no chão, de costas e comecei a respirar fundo. Dei um tapa no braço dele, sem ar, e ele riu. Sentei apoiada na cama dele e ele perguntou: - E você, vai ficar encalhada até quando? - ele levantou uma sombrancelha, ele fica engraçado quando faz isso.
- HAHA - ri ironicamente - Eu to, meio que... Ah, sei lá... Acho que to gostando de um guri ai.
- AAAWN, minha Dudinha tá apaixonada. - ele falou apertando minhas bochechas. Revirei os olhos. - Quem que é o malandro pra eu já dar uma prensa nele? - ele falou dando um soco na mão, como se ele fosse bater em alguém.
- É o Arthur, do Terceiro B, sabe? - O Arthur é o garoto mais incrivel que eu já conheci, e olha que eu já conheci vários garotos, mas ele tem algo de diferente, ele me trata de um jeito diferente, eu não sou só mais uma garota, ele faz eu me sentir A garota. Ele tem o sorriso mais lindo que eu já vi, sabe, aquele sorriso meio safado, meio ironico ~suspiro~ Ah, e quando ele sorri, aparecem covinhas nas bochechas dele, é lindo.
Ele é todo envergonhado, tão fofo. Eu me perco nos olhos dele, é uma imensidão marrom que me faz sorrir só de lembrar. Seu cabelo é escuro, tão escuro quanto um breu, combina perfeitamente com ele.
O Jeff estralou os dedos na frente dos meus olhos e disse: - Está ai viajando maluca, ta apaixonada mesmo, coisinha linda - ele falou apertando minhas bochechas de novo. Ficamos conversando um bom tempo. Começou a escurecer e eu fui embora. Cheguei em casa e meus pais não estavam brigando. Então pensei que:
1) Eles tinham se matado
ou 2) Algum deles tinha saido.
A resposta é a segunda opção. Meu pai tinha ido pro escritório. Minha mãe estava no seu quarto, tracada, chorando. Eu não aguento mais isso. E agora estou aqui escrevendo em você, diário, esse foi meu dia... Espero que amanhã seja melhor ou que pelo menos meus pais não briguem. Boa noite.
OBS: Desculpa pelas manchas de sangue

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