OO › feliz ano novo!

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PRÓLOGO ¡ 3150 PALAVRAS27 / 12 / 2024

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PRÓLOGO ¡ 3150 PALAVRAS
27 / 12 / 2024

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DEZEMBRO DE 2023

AS CELEBRAÇÕES DE FIM DE ANO ERAM, sem exceção, um completo caos. Um tipo de caos que eu havia aprendido a amar e abraçar como parte da minha vida.

A Astronotte, nossa banda, tinha tirado uma merecida pausa durante a semana do Natal. Precisávamos respirar, recarregar as energias e, talvez, nos reconectar com a realidade fora dos holofotes. Mas essa trégua foi breve. Agora, com a chegada do Ano Novo, estávamos de volta com tudo, mergulhando de cabeça em eventos e performances que pareciam brotar em cada esquina. Era como se o mundo inteiro dependesse da nossa música para encerrar um capítulo e começar outro. Essa era, sem dúvida, a nossa terceira apresentação em um intervalo de sete dias.

Mas, se eu dissesse que estava exausta, estaria mentindo descaradamente. Na verdade, era quase o oposto. Sentia uma energia pulsante dentro de mim, alimentada pela adrenalina do palco e pelo barulho ensurdecedor da plateia. Tudo aquilo – a agitação, os holofotes, os acordes que reverberavam em cada canto do local – era o que me fazia sentir viva de verdade.

Sempre que colocava o baixo em meu corpo, a alça deslizando sobre meu ombro e o peso confortável do instrumento repousando contra mim, algo mudava. A partir do momento em que as primeiras notas escapavam pelas minhas mãos e a minha voz se unia à melodia, eu me transformava. Cantava até minha garganta arder, até sentir o suor colar os fios do meu cabelo à minha testa, até o mundo lá fora desaparecer, restando apenas o palco e a música.

E era ali, naquele momento, que Martina Alegra Benvenutti deixava de existir. Martina era só um nome, uma sombra que ficava nos bastidores. Assim que eu subia ao palco, Astra assumia. Astra, a baixista da Astronotte, era quem reinava. Era ela quem tomava o controle, quem carregava a intensidade e a paixão que o público esperava de nós.

Enquanto olhava para a multidão, os rostos iluminados pelas luzes vibrantes do show, sabia que aquele era o meu lugar. Não importava quantas noites sem dormir viessem pela frente, quantas cordas de baixo precisassem ser trocadas, ou quantos copos d’água fossem necessários para hidratar a garganta depois de um show intenso. Ser Astra era a única coisa que fazia sentido. E, naquele palco, diante de tantas almas que vinham buscar um pedaço de nós, eu sabia que havia nascido para isso.

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⏰ Última atualização: Dec 28, 2024 ⏰

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