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ℋ𝒶𝓃𝓃𝒶𝒽 𝒦𝓌𝑒𝓃𝒾𝓀 𝒫𝒪𝒱 :

O céu estava nublado, era como se até ele lamenta-se a perda. Um vento frio bate em minha pele, mas eu nem o sentia direito. Hoje além de ser um dia nublado era um dia frio e úmido.

Meu olhar estava fixo naquele caixão que Ellie estava. De todos os lugares que já fui com ela, de todas as promessas de lugares para iríamos, eu nunca na minha vida toda imaginei que um dia eu estaria no enterro dela, não tão cedo.

Pessoas ao meu redor falavam baixo, e murmuravam coisas baixas, mas minha mente estava longe, meus pensamentos estavam completamente longes.

Não havia mais lágrimas em meus olhos, eu não conseguia mais chorar, tudo o que eu sentia era um vazio indescritível, uma sensação de estar perdida, uma solidão horrível.

Era um dor e sensação agonizante saber que eu perdi ela para sempre, e o que mais doia e apertava meu coração, era saber que ela morreu enquanto estávamos brigadas.

E o pior disso é que foi tudo a minha culpa. Eu fui muito burra, eu briguei com ela por algo bobo, eu disse coisas horríveis a ela.

Infelizmente eu nunca terei a chance de me desculpar, nunca mais poderei ouvir a voz dela, o som da sua risada, o brilho forte em seus olhos, o seu sorriso que me animava. Além de perdê-la, eu também perdi uma parte de mim.

Assim que a primeira pá de terra caiu sobre o seu caixão, eu estremeci. Aquele som parecia cortar minha alma com milhares de facas. Minha respiração ficou pesada, minhas mãos começaram a tremer, e finalmente meus olhos começaram a se encher de lágrimas.

Mas eu logo as repreendo assim que sinto uma mão sobre meu ombro, viro meu rosto para lado e vejo Joel.

Seus olhos estavam vermelhos e inchados, dominados por uma dor que era impossível de descrever com palavras. Ele apenas ficou me encarando, o seu silêncio já dizia tudo.

Joel-Ela era tudo para mim.-ele respondeu com a voz rouca.

Hannah-Viro minha cabeça em direção ao seu caixão sendo coberto por terra.-para mim também.-minha voz falha.

E novamente o silêncio volta não tínhamos o que falar, nem havia o que falar. Essa dor, a dor de perder alguém que ama é simplesmente horrorosa. Nenhuma palavra de consolo no mundo pode ajudar a amenizar essa dor.

O nó em minha garganta se aperta ao ver seu caixão quase completamente coberto por terra. Meu peito se apertava cada vez que eu lembrar que quem estava lá dentro era a pessoa que eu mais amava no mundo.

Joel-Fica bem, garota.-ele aperta meu ombro de leve.

Hannah-Você também.-respondo, mas sem olhá-lo.

O mesmo logo se afasta de mim lentamente, ele não disse nada, apenas se afastou, me deixando lá sozinha com meus pensamentos.

Meu olhar caiu sobre sua lápide, e lá estava gravado o nome dela, junto com as datas que marcavam o início da sua vida e o fim dela.

Sinceramente eu não sabia como seguir em frente, sendo bem sincera eu não sabia se conseguiria seguir em frente.

Meu coração estava completamente despedaçado, e minhas mãos começaram a tremer novamente, logo fecho meus punhos com força na tentativa de conter as lágrimas que ameaçavam cair mais uma vez.

Mas por que contá-las?, o vazio dentro de mim era tão grande que parecia impossível poder preenchê-lo sem ser com essa dor insuportável.

Após alguns minutos a cerimônia já havia acabado, e as pessoas começaram a ir embora, porém eu ainda permaneci ali. Eu não conseguia me mover, não conseguia deixar aquele lugar. Uma parte minha acreditava quese eu permanecesse lá ela ainda estaria comigo de alguma forma.

Love is not always bad | Ellie Williams (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora