Acordo e me transformo

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-Monstro!

-Aberração!

-Demônio!

- Bruxo!

Todos os moradores do vilarejo estavam gritando esses insultos para mim e ainda jogavam pedras, tento correr, mas eles fizeram um círculo em volta de mim, e tudo isso por que eu toquei no fogo da fogueira e não me queimei.

- Parem com isso eu não fiz nada para vocês!

Eles apenas continuaram a jogar pedras em mim, comecei a chorar sentindo as pedras me acertando, doe muito principalmente quando eles jogam as maiores, sinto meu corpo esquentar e um sentimento dentro de mim começa a crescer, ira e tristeza, era a única coisa que eu sentia nesse momento.

-Parem com isso! Eu não fiz nada! - grito com toda as minhas forças apertando os olhos, o chão tremeu e os moradores começaram a gritar, meu corpo continuava quente, quando abro os olhos e as casas, as pessoas, tudo estava pegando fogo, mas não era um fogo comum, era um fogo negro e muito poderoso pois estava fazendo tudo virar pó em poucos segundos, as pessoas já estava carbonizadas mas algumas ainda gritavam de dor, vi uma mulher com a perna em chamas, ela olhava pra mim com desespero e raiva, o fogo da perna dela começou a se espalhar pelo resto do corpo dela, só ouvi ela gritar antes de ser totalmente carbonizada:

-Isso é tudo culpa sua! Demônio!

Olho para o meu corpo e vejo que também estou em chamas, começo a me desesperar e tentar apagar as chamas, mas então percebi que elas não me queimavam, não me machucavam, o calor que ela emanava no meu corpo era bom, confortante.

-Fui eu que fez isso? - Digo olhando para o que devia ser o vilarejo, então me lembrei do orfanato.

Corro até o único orfanato que tem nesse lugar, o local onde eu morava, chego ao local e vejo tudo queimado, tudo totalmente destruído, entro e vejo em um canto o que devia ser várias pessoas abraçadas era apenas carvão em forma de pessoas, lagrimas começam a cair do meu rosto, mas assim que elas entram em contato com o chão evaporam.

- Não, não, NÃO! PARA! - Grito e vejo as chamas diminuírem até sumir totalmente.

Chego perto das pessoas carbonizadas e vejo que uma delas parecia a mulher que me acolheu nesse lugar, caio ficando de joelhos no chão, lagrimas não paravam de cair dos meus olhos.

-Eles têm razão...eu sou um monstro - meus olhos começam a pesar e desmaio.

Acordo dando um pulo, me levanto do chão e ando até a janela e olho para o vilarejo destruído, por quanto tempo eu dormi? Matei várias pessoas de uma única vez, tento esquecer mas parece que quanto mais tento esquecer, mais eles voltam na minha cabeça, eu realmente me odeio. Matei as pessoas que me acolheram, meu nome é Jeff Sparks, e sou um monstro, realmente sou um monstro, pois com certeza pessoas normais não pegam fogo, logo no dia em que fiz 10 anos, isso acontece. Volto a me deitar no chão e fecho os olhos para dormir mais um pouco até que ouço um som estranho vindo do andar de baixo, me levanto e vou ver o que é, desço as escadas lentamente sem fazer barulho, o som vinha da cozinha, pego um pedaço de madeira torrado que estava no chão entro pelo portal onde devia estar a porta, a qual estava caída no chão, entro lentamente e vejo no canto do local uma pessoa de costas, se é que eu posso chamar aquilo de pessoa, era esquelética e com várias feridas abertas mas que não estavam sangrando, estava totalmente sem roupas e tinha uma corcunda enorme, era totalmente careca, sua pele extremamente branca e completamente suja, ele parecia ter algo nas mãos e parecia estar comendo aquilo, quando ia me aproximar mais um pouco piso em um pedaço de madeira que quebra, com o som ele imediatamente se vira, seu rosto era horrível, olhos totalmente brancos, sua boca estava repleta de sangue e seus dentes são extremamente afiados, quando ele me viu largou o que parecia ser um esquilo e se aproximou lentamente, fiquei imóvel no local onde eu estava, automaticamente minha perna se moveu para trás e piso em um caco de vidro, eu estava descalço e o vidro furou meu pé.

O Híbrido e Os Caçadores InfernaisOnde histórias criam vida. Descubra agora