Us - Mason Thames

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— I love you, I'm sorry

NARRADORA; point of view

A SALA de ensaio estava silenciosa, exceto pelo som suave das sapatilhas de Catherine deslizando pelo chão de madeira. O espelho refletia sua figura delicada, o rosto levemente corado pelo esforço enquanto repetia a sequência que errou na noite anterior. O sol da manhã entrava pelas janelas altas, pintando a sala com tons dourados, mas tudo o que ela via era o próprio reflexo e a necessidade de melhorar.

— Você ainda está aqui? — mason disse, deslizando os olhos sob a morena

Catherine sorriu ao vê-lo encostado no batente da porta, os braços cruzados e a expressão divertida. Ele vestia um moletom folgado e jeans, um contraste gritante com a leveza da roupa de ensaio dela.

— A apresentação precisa estar perfeita na semana que vem. — Catherine disse, girando nos próprios pés antes de parar em primeira posição. — Não posso errar de novo.

Mason revirou os olhos e entrou na sala, jogando a mochila no chão antes de se sentar contra a parede.

— Você foi perfeita ontem. Todo mundo viu isso. Mas, por algum motivo, você sempre acha que pode fazer melhor. — ele disse ainda a encarando.

— Porque eu posso. — ela disse o olhando por cima do ombro

Ele sorriu, balançando a cabeça.

— Ou você é só teimosa mesmo. — ele escorou a cabeça na parede, sem tirar os olhos dela.

Catherine riu e voltou a se concentrar nos movimentos, mas a presença de Mason sempre tornava tudo menos solitário. Ele era sua pausa no caos, a única pessoa que conseguia arrancá-la da obsessão pela dança, nem que fosse por alguns minutos.

Depois de um tempo, ela parou e pegou a garrafa d’água. Mason ainda estava sentado no chão, mexendo no celular.

— A propósito, — ele começou sem levantar o olhar. — Recebeu flores de novo?

Catherine engoliu o gole de água e o olhou desconfiada. — Você pergunta isso como se já soubesse a resposta. — ela larga a garrafa

Ele riu, mas seu coração acelerou.

— Só curiosidade. Você ficou obcecada pelo primeiro buquê, achei que talvez tivesse aparecido outro.— ele ajeitou uma mexa do cabelo dela.

Ela suspirou sentada ao lado dele.

— Apareceu. Rosas brancas de novo, com outro bilhete misterioso. — ela escorou a cabeça no ombro dele

Mason apoiou um dos braços sobre ela, prendendo a respiração.

— E o que dizia? — ele disse soltando o ar devagar.

— Que a minha dança tem alma. — Ela sorriu, os olhos brilhando. — Quem quer que seja esse admirador secreto, ele parece me conhecer muito bem.

Mason prendeu a respiração por um instante antes de soltar um riso baixo.

— Ou só é bom com palavras. — ele enrolou uma mexa pelos dedos dele.

— Por que parece que você não gosta disso? — disse Catherine o encarando de lado

— Eu gosto. — Ele deu de ombros. — Só acho engraçado o quanto você está envolvida nisso. Você nem sabe quem é.

Ela abraçou os joelhos e olhou para o nada.

— Acho que é porque... não sei, é diferente. Sempre me vi como a bailarina, como alguém que as pessoas admiram pela dança, mas nunca pensei que alguém pudesse... me enxergar além disso.

Mason sentiu o peito apertar. Ele a enxergava além da dança. Sempre enxergou.

— Talvez ele só esteja vendo o que todo mundo vê, menos você. — Ele disse baixinho.

Catherine virou o rosto para olhá-lo, mas antes que pudesse responder, a porta da sala se abriu.

— Catherine, o diretor quer falar com você sobre a apresentação da semana que vem! — Maddy disse respirando ofegante

Ela se levantou apressada, pegando sua toalha.

— Te vejo depois? — ela sorriu

— Claro. — Mason sorriu, observando-a sair.

Assim que ficou sozinho, ele pegou o celular e abriu a conversa com o florista.

"Outro buquê para Catherine Abrams. Rosas brancas, mesmo endereço."

Ele enviou a mensagem e soltou um suspiro.

Talvez um dia tivesse coragem de dizer que não era um admirador qualquer. Era ele. Sempre foi ele.