Amor Vagabundo

A casa

  Eu não conseguia acreditar que as coisas estavam indo tão bem, logo depois que chegamos no aeroporto recolhemos nossa bagagem e Austin, sim meu motorista, que eu eu nem imaginava eu usar no esperando, segurava uma plaqueta com meu nome, eu morri de vergonha mas fiquei grata por ele estar nos esperando. Quando  o vi, sorri , eu usar se estar disse:

-Hey Austin, como vai? - ele guardou a plaqueta pegou nossas bagagens,sorriu e disse

- Estou bem , senhorita ,por favor me acompanhe - ele nos guiou até a garagem do aeroporto até encontrarmos nossa Mercedes brilhando como sempre, ele abriu o porta malas e colocou nossas malas la, achei estranho Heloisa estar calada, geralmente ela e Austin batem o maior papo, ele abriu a porta e disse

- Entrem senhorita - nos entramos e em menos de um minuto já estávamos nas ruas da grande Niteroi.

A cidade era realmente exuberante, passamos pela praia e imaginei as fotografias que podia ter ali, o nascer do sol..Acho que, afinal,essa viagem tinha válido a pena.                         Chegamos no centro, ou o que eu imaginava ser a zona central da cidade, vi várias pessoas andando, alguns boyzinhos andando em grupo, literalmente ridículo, algumas crianças, garotas de shorts curtos, outras que pareciam tentar se esconder, parecia uma cidade normal, mas..como posso dizer..um pouco confusa.
  A paisagem foi mudando e começaram a aparecer casas realmente grandes até que Austin parou, eu olhei pela janela e fiquei pasma, a casa era linda, desci do carro e fui correndo para o portão. Austin e Helô vieram atrás com as malas, Helô  pegou a chave e abriu a porta eu peguei minha câmera e tirei uma foto,até porque, aquele era o meu novo lar agora.

  - Não  é linda? - disse Helô

  - Maravilhosa - falei.

   - Vamos, temos que arrumar tudo isso

  Quando entramos,para a minha surpresa,estava tudo limpo e arrumado, em cima da mesa da cozinha , que já tinha um café da manhã de rei prontinho, havia um recado:

Bom dia !!

Aproveitem o café,espero que esteja tudo limpo como pedi, se houver algum problema , fale com Austin , ele vai ajudar vocês,logo estarei de volta. Eu amo vocês.
     
                              Com amor
                                                      Peter

Sinceramente,eu estava com raiva dele e foi exatamente  por isso que subi as escadas da casa sem nem tocar na comida daquela mesa, imaginando qual seria o meu quarto, entrei em um que tinha um sacada de vista pro mar, joguei minha mala em cima da cama e decidi tomar um banho.
Assim que sai do banheiro, desfis a mala colocando minhas roupas e sapatos no guarda roupa. Coloquei um short  e uma das minhas blusas favoritas, uma sapatilha e peguei uma das bolsas que trouxe na mala,la eu coloquei : câmera fotográfica,papéis, lápis,borracha,celular com bateria e..I que eu estava esquecendo? A é, o mapa da cidade.
  Desci as escadas e Helô  estava comendo com Austin o café da manhã que meu pai havia deixado.

- vou sair ok? Dar uma volta na praia - falei já saindo

  - não quer que eu a leve senhorita?- disse Austin já se colocando de pé.

  - Não é  necessário Austin, eu  tô afim de explorar um pouco a cidade por mim mesma - falei e me virei em direção  a porta.

- toma cuidado - gritou Helô,  quando eu já estava do lado de fora da casa.

Fui andando pelas ruas olhando o mapa, admirando as grandes casas que haviam ali. Estava tão distraída que não percebi a pessoa que estava vindo em minha direção e senti algo gelado ensopando minha camiseta, olhei pra frente e tinha um cara extremamente gato com uma expressão indefinida me olhando.

- Desculpe, eu não quis atrapalhar,deixa eu te ajudar - ele foi  colocando as mãos na minha camiseta, e é claro que,como uma boa moça, eu o empurrei.

- Você tá louco? Não preciso da sua ajuda !! Eu..eu vou dar um jeito nisso -  gritei  tentando manter a calma.

Ele se levantou do empurrão e falou em um tom que me deixou ainda com mais raiva

- Tudo bem então  princesinha, se me der licença do seu tapete vermelho eu tenho mais coisas a fazer- com certeza eu não iria deixar aquele marginal falar comigo assim

- Quem você pensa que é  pra falar comigo desse jeito? -rosnei, realmente estava ficando sem paciência.

- Eu? Há há há - disse em tom de deboche e depois abriu um sorriso, que eu juro, me derreteu por inteira - Prazer princesa - disse fazendo uma reverência - sou Breno Fernandes, seu leal sudito, pronto para atende- lá em qualquer instante.

- Seu idiota -empurrei ele para o lado e continuei andando.

- Eii! ! Espera ai..eu posso pelo menos saber seu nome? - ele gritou. Francamente se ele pensa que eu vou falar meu nome e correr atrás dele só por causa daquele sorriso,há há  está muito enganado.

-Meu nome não lhe diz respeito - rosnei. Me virei e continuei andando.

    Depois de alguns minutos andando avistei a praia,fui em um lugar mais afastado dos banhistas e fiquei ali proximo a uma árvore, tirei algumas fotos, senti a brisa leve e refrescante do mar.
   Peguei dentro da bolsa uns lapis,papéis e minha prancheta ,prendi as folhas nela catei um lápis e comecei a desenhar, a princípio eu espera conseguir desenhar o mar, mas sempre fui péssima em desenhos com paisagens, decidi então desenhar o rosto daquele sujeito que esbarrou em mim, como é mesmo o nome dele?..ah é Breno, aquele sorriso caloroso me derreteu por inteira, tentei lembrar como era seu rosto.. como não lembrei de muita coisa comecei a desenhar o sorriso.
    Enquanto eu desenhava ouvia ao longe o barulho das ondas,e isso me relaxava, a cada batida que as pequenas gotículas de água davam na areia, a cada tilintar de ondas eu podia sentir um jato de prazer em meu corpo, como se cada gota d'agua explodisse dentro de mim e eu me sentisse livre...eu estava tão distraída que nem percebi o indivíduo que se acomodava atrás de mim se encostando na árvore, senti um arrepio na espinha quando uma voz sussurrou em meu ouvido:

- Você anda rápido em Princesa? - me virei e dei desse cara , com um sorriso safado e um par de olhos caramelo  me encarando. Breno estava de volta.