It was nothing!

113 2 0
                                    

LAUREN POV

Era inicio de julho, um final de tarde aqui em Miami, o verão castigava cada vez mais os dias ao decorrer dos meses, o ar quente penetrava sufocando a quem assistia a partida do campeonato feminino de futebol americano, mas o calor só aumentava cada vez mais a energia da torcida. Em especial a de uma torcedora mirim.

- VAI, MAMA! CHUTA! - Bea gritava como se não houvesse o amanhã.

Aquelas palavras soaram como um incentivo a mais para aquela jogadora que estava preste a marcar o gol que daria a vitória ao time que defendia. Uma onda de explosão tomou conta da torcida e da torcedora mirim e eu não pude deixar de sorrir ao ver aquela cena.

- GOOOOOL DA MINHA MAMA!! - Bea gritava, pulava com um sorriso de orelha a orelha com aquela situação toda. Camila corria ao nosso encontro, mandando beijos e dedicando o gol a nós. Era sempre uma alegria enorme quando Camila marcava gol, Bea sempre tinha orgulho de dizer que aquela jogadora que se destacava em campo era uma de suas mães. Ela sempre assistia aos jogos comigo no banco de reservas, pois eu fazia parte da comissão técnica. Eu era fisioterapeuta do time, então não tinha ninguém que pudesse ficar com ela nas arquibancadas e isso era bom, porque ela sempre contagiava a todos nós. Mesmo tendo somente 7 anos de idade, ela entendia de futebol e compartilhava seus pensamentos, na maioria das vezes engraçados, mas com uma certa lógica.

- Olha aquela número 7 deles, está sufocando o time e me sufocando também. Não quero mais assistir, mama Laur! Esse jogo já pode acabar se o juiz quiser. Eu agradeceria! - a menor resmungava puxando a minha blusa.

- Calma, meu anjo! Falta 5 minutos só e o time delas só tem essa jogadora mesmo. - falei com um tom de tranquilidade, me abaixando para ficar mais próxima dela.

- Só vou me acalmar quando a Mama fizer outro gol, aí fico tranquila! - ela falou colocando as mãos no rosto. Eu não pude deixar de rir com o nervosismo da minha filha e não fui só eu, as jogadoras que estavam no banco de reservas também. Normani ainda tentou brincar com ela até o jogo acabar.

-Relaxa aí, Camila girl número 1, vem cá me dar um abraço, sua jogadora preferida precisa de carinho! - Normani falou abrindo os braços, esperando um abraço.

Enquanto Bea estava abraçada à Normani, dei graças á Deus, pois aconteceu algo no campo que alguém precisaria segurar ela. Quando me dei conta já estava correndo pelo campo em direção à Camila que estava caída, com a mão na coxa direita, sentindo muitas dores. Um dos principais pontos da minha profissão é manter a calma em determinadas situações, pois você precisa transmitir toda tranquilidade possível para o seu paciente, mas com a Camila era diferente. Ver o seu amor sentindo dores, machucada, era difícil manter o pulso firme, mas era preciso mostrar para ela que tudo ia ficar bem. Afinal, mantê-la bem era mais do que meu dever, era como manter a mim e a minha família bem.

- O que aconteceu? O que você está sentindo, Camila? - perguntei tentando parecer calma.

- Câim...bra. - respondeu com a dor estampada na cara e a respiração pesada.

Não pensei duas vezes antes dela terminar de falar, imediatamente já fui estirando sua perna, alongando. Depois de alguns minutos e um pouco de massagem, eu podia ver sua cara relaxando, e sabia que a dor estava passando. Mas no momento minha preocupação era outra. Virei a cabeça e pude ver Bea praticamente chorando agarrada à Normani, escondendo o rosto para não ver aquela cena, pois eu sabia que por mais que fosse uma simples câimbra, ela odiava ver sua mãe sentir dores, sofrendo. E eu balancei a cabeça em um sinal de sim para ela, dando a entender que estava tudo bem. Como sempre tudo ia ficar bem!

Dias como esse já faziam parte da nossa rotina. Aproveitávamos esses dias para fazer de uma dia de trabalho em um dia de lazer em família, claro mantendo a responsabilidade que nosso trabalho exige. Já tivemos jogos mais tranquilos do que esse. Camila vinha sentindo o peso da cansaço desde que entramos na reta final do campeonato, apesar do seu corpo magro porém com suas curvas definidas, ela sempre se cuidava e mesmo que fossem apenas câimbras, nos preocupávamos com ela. Dinah, a atacante do time, me ajudou a levar a meio-campista não muito pesada para fora do campo assim que o juiz apitou finalizando o final da partida.

Love Can HealOnde histórias criam vida. Descubra agora