O dia estava calmo, minha ansiedade parecia tão grande quanto o universo, ou seja, infinita. Minha mãe estava eufórica e meu pai muito orgulhoso, eu ia receber minha medalha, a medalha de ouro. Estava quase na hora, mas meu pai foi atender um telefonema. O clima ficou tenso, percebi isso no seu olhar pra minha mãe que logo foi perdendo o sorriso no rosto, eles tinham uma harmonia incrível, um entendia o outro apenas pelo olhar.
- Filho, preciso te pedir que seja compreensivo. - disse minha mãe, Kather, quase implorando o pedido pelo olhar.
- Sim mãe, me diga, o que houve? - perguntei preocupado, ela nunca havia ficado tão apreensiva.
- Não poderemos ir a sua premiação. - disse muito triste e logo acrescentou. - você terá que ir com seu amigo , o Edward, te levarei até a casa dele.
- Tudo bem, eu entendo, já sou um homem. - falei pensando no que acabei de dizer, eu entendia que era importante, como se algo dentro de mim me avisasse.
- Mãe, eu te amo. - disse calmamente, como se nunca mais pudesse ver ela novamente, achei estranho essa sensação. - promete nunca me deixar?
- Também te amo. - disse ela com uma lágrima escorrendo pelo rosto. - Se sentir saudades, lembre, olhe para o céu.A festa estava muito animada, a premiação foi incrível, porém a falta de meus pais me deixava triste. Eu ganhei a medalha de ouro, uma garota chamada Lauren ganhou a de prata e meu melhor amigo, Edward, ficou com a de bronze.
- Edward, você ganhou a de bronze, trate de se animar. - falei ao observar sua expressão, ele não parava de olhar para a garota que ganhou a de prata.
- Não é por isso que estou assim. - ele disse impressionado com a garota. - Você não percebe como ela é linda?
- É... eu acho que sim. - falei e olhei para ela, realmente muito linda, tinha um cabelo longo e preto, rosto simétrico, morena e tinha lindos olhos castanho escuro.
- O seu problema é a paixão que sente pela Julya. - ele disse, é verdade, Julya me encantou com sua doçura e inteligência. Lauren é mais do tipo calada e tímida, não tem amigos. - Não consegue ver o quanto a Lauren é extraordinária.
- Vamos lá, parece que estão nos chamando. - eu disse quase puxando ele.
- Não, elas não estão.- ele disse com um certo tremor na voz. - só a Julya está, ela quer você, me deixa aqui quieto no meu canto.
- Chega de besteira. - eu disse, não sei o que deu em mim, eu tinha apenas 12 anos, mas eu não ligava se era cedo demais para namorar. Principalmente se fosse com minha amada, Julya. - se recomponha, é uma ordem.
- Tá bom, vamos lá. - ele disse parecendo um pouco confiante. - o gatão aqui tá na área.
- Okay, vou fingir que você não disse isso. - falei rindo da palavra "gatão", ele é bonito para um menino, mais bonito que eu, loiro dos olhos verdes e tinha uma pele muito pálida, se eu acreditasse em anjos... ele iria se parecer com um.
- Oi meninos, como vocês estão? - perguntou Julya, dando um sorriso que sempre me deixa desconcertado.
Antes que eu pudesse responder, meu amigo Edward interviu, muito discreto com seus sentimentos pela Lauren.
- Eu vou bem, e você Lauren? - ele disse arqueando sua sobrancelha, dando um gole no suco de uva fingindo que era vinho e olhou para o pulso mesmo sem haver um relógio.
- Eu acho que estou bem. - disse ela com uma expressão de confusão no rosto, saiu falando bem baixo. - Vou pegar mais suco.
- Taylor, eu gostaria de falar com você. - Julya disse com aqueles lindos olhos escondidos pelo óculos, sua pele cor de caramelo parecia ser a mais macia de todas.
- Claro, pode falar. - eu disse, tentando parecer confiante e despreocupado, mas estava muito temeroso com este fato.
- Eu quero dizer a sós. - ela disse, olhando para Edward.
- Entendi, vou procurar pela Lauren. - disse ele com um olhar de "você se deu bem, garanhão."A premiação só seria melhor se meus pais tivessem assistido. Apesar de ter sido uma maravilha já que ganhei uma namorada, Julya, ela foi ousada e me pediu em namoro, eu sempre me imaginei fazendo isso, ela é uma garota de atitude.
- Você se deu bem, Taylor. - disse ele com um sorriso que ia de uma orelha a outra, tipo o gato risonho do livro Alice no país das maravilhas.- porém eu não fiquei pra trás, eu e a Lauren estamos namorando, quer dizer vamos quando eu pedir pra ela amanhã na escola.
- Chegamos. - disse o pai do Edward. - você está bem?
- Eu acho que algo está errado. - disse, o ar cheirava a ferrugem, estava tudo calmo, as folhas das árvores balançavam e o vento uivava.
- Vamos, não tenha medo, levaremos você até sua casa, vamos aproveitar e mostrar as fotos para seus pais.
- Tudo bem. - disse com uma dor no peito, uma intuição minha mãe diria.
Cada passo que eu dava pensamentos rondavam minha cabeça, eu já estava tonto. Então abri a porta e tudo estava escuro. Acendi as luzes, e meu amigo entrou na minha frente.
- Nossa eu nunca entrei em sua casa. - ele disse olhando tudo em sua volta.
Meus pais estavam no sofá dormindo, pelo menos eu pensava assim.
- Mãe... pai... acordem eu cheguei em casa. - eles estavam pálidos e frios, como se não houvesse sangue neles. - Valentin, acho que tem algo de errado com meus pais. Eles não acordam.
- Calma, eu sou médico. Talvez tomaram algum remédio para dormir. - ele disse observando a pulsação deles. Com uma expressão de espanto me disse. - Eu não entendo, não há pulsação, como se.... como se estivessem mortos. Desculpe Taylor, mas seus pais estão mortos.
- O quê? - eu disse atônito - não pode ser, meus pais não podem estar mortos... não, não... eu me recuso a acreditar - Eu disse chorando, com minha voz quebrando na palavra acreditar, fiquei ajoelhado no chão segurando nas mãos gélidas dos meus pais.
E ali fiquei chorando sem família, sem consolo, sem pais.
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O Desconhecido
Science FictionTaylor Sued é um garoto de aproximadamente 16 anos, teve sua vida completamente virada aos avessos. Após vencer um concurso de astronomia em primeiro lugar, o garoto descobre que seus pais foram assassinados misteriosamente. A família de seu melhor...