First day of work

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P.O.V Hillary

"No flex zone, no flex zone. They know better, they know better. No flex zone, no flex zone. They know better, they know better..."

Escutava esta música em algum lugar longe, conforme ela ia tocando o volume ia aumentando mais e mais, até que despertei do sono profundo e me sentei na cama rapidamente com o susto que levei. Era meu primeiro dia de trabalho, não queria perder a hora, por isso acabei colocando o despertador no ultimo volume. Exagerada, talvez um pouco. Desliguei o despertador do celular e me levantei indo em direção ao banheiro do meu quarto.

Estava ansiosa, uma mistura de ansiedade com medo e com muitas outras sensações que uma pessoa normal sente no seu primeiro dia de trabalho, principalmente quando esse é o seu primeiro emprego. Pois então, eu com os meus 18 anos nunca tinha trabalhado, a não ser que ajudar minha mãe no mercadinho, em que a minha família são os proprietários, e ganhar 100 dólares por mês seja um emprego. "Então eu já trabalhei muito na minha vida" pensei comigo mesma. Mas eu não me importo com isso, tenho orgulho em dizer que ajudei muito a minha mãe depois que o meu pai morreu em um acidente de carro, em que meu irmão, graças a Deus, saiu ileso. Doi muito ainda falar da morte do meu pai, 8 anos se passaram e é como se fosse ontem, uma dor insuperável mas que aprendemos a lidar e conviver com ela.Podemos dizer que somos uma família feliz. Eu, minha mãe Kaitlin, o meu irmão Jonathan, e mais um monte de parentes espalhados por ai. Tios e tias, primos e primas que não acabam mais. Eu os considero da família, convivíamos muito antes de me mudar para um apartamento que comprei em Los Angeles com o meu próprio dinheiro que juntei a anos e lógico que com uma ajudinha da mamãe.Apartamento pequeno, mas para uma jovem solteira estava mais do que ótimo. Faz 3 meses que moro sozinha aqui, e só agora fui conseguir um emprego de secretaria em uma ótima agencia de advocacia, pois pretendo começar minha faculdade daqui um ano para ser uma advogada, e começar trabalhando já no mesmo ambiente seria uma boa. Enfim, essa é a minha vida hoje em dia.

Fiz minhas higienes, tomei um banho quente para acalmar os nervos e sai do banheiro enrolada na toalha indo direto ao closet. Já tinha deixado minha roupa separada, não sabia ao certo o que vestir, mas como é um escritório achei que o certo seria todos de social. Me vesti com uma camisa social branca, uma saia social, mas ainda sim agarrada, preta e coloquei o salto também de cor preta. Passei um rímel básico e um batom vermelhinho, nada chamativo. Sequei meus cabelos, que já estavam praticamente secos, e os deixei enrolado nas pontas. Estava quase pronta quando a campainha tocou.

- Ah, deve ser a Daphne. - Falei para mim mesma.Daphne era minha vizinha de cima, nos 3 meses que fiquei aqui ela foi a pessoa que mais me ajudou e a única que consegui fazer amizade do prédio, os moradores daqui são um pouquinho chatos. Desci os poucos degraus (não era considerável uma escada) e cheguei a sala abrindo a porta.

- Bom dia! Pronta para o primeiro dia de trabalho? - Ela deu um gritinho todo alegre, acho que estava feliz por ter me ajudado/indicado esse emprego. Daphne tem 20 anos e já mora aqui a 2 anos e meio, conhece mais lugares e pessoas do que eu. Ela foi tipo meu salva-vidas quando cheguei.

- Bom dia Daph. - disse não tendo a mesma animação que ela. Fui para a cozinha e peguei uma maçã para comer. - Tô tão ansiosa que chego a estar com medo.

- Medo por quê?

- Não sei. Primeiro emprego, sempre dá aquele medinho. Los Angeles, cidade grande, dos famosos, ricos. Sempre foi meu sonho estar entre esse tipo de gente. Eu nunca sai de Boston e agora vou começar a trabalhar aqui. Não conheço ninguém, não sei se a garotinha de Boston vai saber lidar com tantas pessoas - disse de uma vez só demonstrando toda minha frustração

- Fica calma vai dar tudo certo, quando eu cheguei aqui sentia a mesma coisa, achava que jamais iria me acostumar em um lugar tão diferente, por que do Brasil para Los Angeles tem uma grande diferença. Só que eu não tinha ninguém pra me ajudar, você tem a mim. Para o que precisar eu vou estar aqui, não precisa nem agradecer - ela fez uma cara de garota nojenta, não tinha um pingo de modéstia.

- Lógico, muito obrigada amiga. - falei rindo - Vou escovar os dentes e nós já vamos.

- Te espero na sala - Joguei o resto da maçã no lixo e subi para escovar os dentes. Peguei minha bolsa no quarto, coloquei o celular dentro e desci - Você ta gostosa com essa roupa. - Daphne disse enquanto eu trancava a porta do apartamento.

- Sabia que eu desconfio que você seja lésbica?

- Que isso menina?! Tá louca? Não se pode nem mais elogiar, proxima vez falo que você ta gorda. - entrei no elevador rindo com a resposta dela.

- Daphne você é mais legal com a boca fechada.

- Ok não elogio mais também, gorda ridicula - revirei os olhos e segui para o carro.

Entrei no banco do passageiro, ainda pretendo tirar minha carta de motorista esse ano, e Daphne deu partida no carro. Liguei o som e estava tocando Va va voom - Nicki Minaj. Fomos o caminho todo só cantarolando as músicas que passavam no radio. Chegamos em uns 10 minutos, se fosse outra pessoa dirigindo demoraríamos muito mais, porque a Daphne veio a 120km/h. Descemos do carro e as minhas pernas tremeram quando me virei para me despedir da Daph.

- Agora é com você Hillary - gelei.

- Obrigada por ter acordado cedo e me trago até aqui, obrigada por tudo que tem feito pra me ajudar - Abracei ela.

- De nada, amiga é para isso, mas pode ter certeza que eu vou cobrar depois - deu uma piscadinha pra mim - Qualquer coisa é só ligar - Balancei a cabeça positivamente e ela voltou ao carro e deu partida me deixando ali.

- É! Vamos lá Hillary Hanson, agora é com você - Falei comigo mesma encarando aquele prédio de no mínimo 25 andares. Sabia que muitas coisas ainda iriam acontecer neste lugar.


Continua...

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