Capítulo 1

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Estava a caminhar pelo lar à procura da minha avó, até que ouço uma voz rouca a chamar o meu nome.

Era a minha avó. Estava mais magra e mais pequena desde a última vez que a vi, mas continuava com um enorme sorriso nos lábios como eu estava habituada a ver.

Aproximei-me dela e cumprimentei-a com um abraço. Depois, sentei-me ao seu lado e perguntei-lhe sobre o que queria falar comigo.

- Minha querida Alice, como tu sabes eu sou a tua única família neste momento, mas infelizmente eu não posso cuidar de ti devido aos meus problemas de saúde e à minha idade. Mas eu tenho uma proposta a fazer.

Eu não estava a perceber nada, porque é que a minha avó está a ter aquela conversa comigo, pois se pensarmos bem, se ela não pode tomar conta de mim eu tenho de ir para uma instituição de órfãos. Pensar que era órfã só me dava ainda mais vontade de chorar e a minha avó reparou no meu desespero.

- Minha querida, não sei o que é que se está a passar pela tua cabeça neste momento, mas eu acho que te posso ajudar!

- Como é que me pode ajudar!? Acabei de perder a minha família toda! - afirmo entre o choro e lágrimas que caíam pela minha face.

- Estive a falar com um velho amigo meu que é diretor de um colégio interno e falei-lhe do teu caso! Ele disse-me que teria todo o gosto de te aceitar no colégio, o que é que achas?

- Como é que eu posso ir para um colégio se eu não tenho dinheiro. Não sei se sabe, mas eu só posso mexer na conta dos meus pais quando tiver 18 anos.

- Não te preocupes com isso, eu tenho dinheiro e eu faço questão de te pagar o colégio.

Abracei fortemente a minha avó, pois há muito tempo que já não me sentia tão segura como naquele momento. Finalmente tinha planos para a minha vida. Finalmente ia tomar uma decisão após o horrível incidente.

- Mas onde é que fica o colégio avó?

- Fica aqui em New Orleans e se quiseres eu posso ir contigo hoje para falarmos com o diretor.

Depois de aceitar a proposta da minha avó, peguei no meu telemóvel e chamei um táxi. Quando o táxi chegou dissemos ao senhor o nosso destino é em menos de 15 minutos já nos encontrávamos a porta daquele enorme colégio.

O colégio tinha um aspeto velho e sem vida, mas eu já me contentava com um sítio onde ficar, e talvez eu fizesse alguns amigo no colégio que me ajudariam a tentar esquecer estas últimas semanas.

Uma senhora muito simpática dirigiu-se a nós e encaminhou-nos ao escritório de diretor. Entramos e cumprimentamos o diretor. Era um homem com os seus 50 anos, era um pouco gordo e baixo. Sentamo-nos nas cadeiras à sua frente conversamos durante uns 10 minutos.

O diretor deu-me a chave do meu quarto, e fez questão de eu ter um quarto só para mim pois ele tinha a noção de que eu ia precisar de passar algum tempo sozinha devido aos meus problemas familiares. Entregou-me também dois uniformes e dois conjuntos de t-shirt e calções para as aulas de desporto.

Despedi-me da minha avó e com a ajuda da senhora que anteriormente me tinha levado ao escritório do diretor fui para o meu quarto.

Quando entrei deparei-me com um quarto não muito grande, mas que tinha uma cama enorme por sinal. Pousei as minhas malas pois não estava com paciência para guardar as minhas roupas naquele momento. Decido então por isso sair do quarto e começo a andar pelos corredores para tentar conhecer melhor aquele colégio interno enorme.

Estava tão distraída com os meus pensamentos sobre aquele novo lugar, quando de repente me esbarro em algo.

Olho  para cima e reparo num rapaz um pouco mais alto do que eu, de cabelos escuros, pele branca e com uns lindos olhos verde de invejar.

- Desculpa, estava... - falo rouca mas este interrompe-me:

- Vê lá por onde andas! - afirma arrogante.

Porque é que tinha de começar esta nova jornada com o pé esquerdo? Isto só me podia estar a acontecer a mim.

Volto para o meu quarto e quando o abro vejo um papel debaixo da porta. Apanho-o e vejo que era o meu horário escolar pois ia começar as aulas amanhã.

Comecei a arrumar as minhas roupas e passado algum tempo decido não ir jantar pois não estava com vontade de, naquele momento sofrer com aqueles dramas da cantina onde todas as pessoas estão divididas em grupinhos desde os populares aos nerds, passando pelos góticos e os hippies.

Olho para o meu telemóvel e vejo que são 11:30. Ponho o meu telemóvel a despertar para as 7:30 e como estou muito cansada decido então dormir.

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