☁Soft cotton☁ - [n.h.] - stopped

1. A ironia está no ar

"Podiamos, no minímo, ir fazer um pouco para a água,não?" Matt praguejava.

"Hm..., e que tal não?"

"Ugh, porquê?"

"Porque quando eu digo não, eu quero dizer N-A-O." Sorri-lhe sarcasticamente.

Ele bufou e levantou-se para sacudir a toalha que estava com imensa quantidade de areia.

Na verdade, eu adorava surf, mas neste momento, a única última coisa que eu queria fazer era estar com Matthew, o que é completamente inevitável, visto que Kaelyn me obrigava. UGH.

Mas o que ela diz não me vai impedir de me livrar dele ahaha que a sorte fique do meu lado.

Com todas as forças que consegui reunir, agarrei o meu telemóvel e a toalha, levantei-me e corri o máximo que pude, ainda levantei alguns grãos de areia que voaram para a cara de Matt quando puxei a toalha. Era difícil correr na areia, principalmente se for na seca, por isso corri até ao pé do mar, onde a areia estava molhada, mas compacta.

Ouvia-o a chamar o meu nome, gritando, ainda bem que já não estava mais ninguém deste lado da praia.
Não vou mentir, Matthew era até bonito, tinha cabelos ondulados desde a raiz até metade do cabelo, daí até às pontas eram encaracolados, os olhos dele eram dos mais bipolares que eu já tivera visto, pois mudavam constante com o humor dele de verde para azul e arredores, sempre que sorria, havia as fendas no canto da sua boca que acentuavam o seu sorriso.

No entanto, apesar disso, Matthew não cuida de si fisicamente, desde que fez catorze anos, começou a engordar e a tornar-se desleixado. O que neste momento, se tornou útil para mim, o que precisava mesmo é que ele não me apanhasse. Logo após ter saído da zona da praia, decidi dirigir-me ao lugar mais próximo e conhecido que consegui encontrar, o Aloha's Beach, até que parece um nome inocente para um bar, mas aqui é onde se encontra todos o jovens do Hawaii, mais frequentado de noite, o que quer dizer que de dia está desocupado e sem confusões, ideal para mim. Olho pra trás de vez em quando para verificar se ninguém me estava a ver a correr até ao bar. Consequentemente, bato contra qualquer coisa com imensa brutalidade que a chego a empurrar com a força do impacto, e, ao tentar virar o tronco para amparar a queda, o meu braço bate ao que parece na cara de alguém, caímos e ficámos numa posição bastante constrangedora. Num segundo, a raiva subiu-me aos poros.

"Mas você é cego ou faz-se???"

"Isso é uma piada de mau gosto, certo?"

"Desculpa?!"

Foi aí que reparei, o rapaz estava a olhar desorientado e no chão havia óculos escuros e uma bengala preta.

"Oh!... Desculpa! Oh meu deus, sinto muito!"

Levantei-me, ajudei-o a levantar também e apanhei a minha toalha, os seus óculos e a bengala. Entreguei-os e sacudi-o.

"Peço imensa desculpa, eu não sabia que era..."

"É, não faz mal."

"Sinto-me tão mal, posso fazer alguma coisa por si?"

"Não preciso que sintas pena de mim." ele respondeu rude.

"Não é uma questão de ter pena, eu deitei-o ao ao chão, e ainda gritei consigo."

"Podes me tratar por tu, sou da tua idade concerteza. Sou o Niall."

"Aeryn." Dei-lhe dois beijos na bochecha. "Como sabes?"

"Eu tenho audição também, assim como tacto e olfato. A tua voz parece-me jovem, a tua pele é suave e tens o mesmo perfume que a minha irmã usa." Ele evidencia as suas palavras dando um encolher de ombros despreocupado.