5. Responsável ou autoritária

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"Bem, hoje eu fui ao oftalmologista, uma consulta de rotina, e há boas e más notícias..."

"As más são sempre primeiro, começa."

"Temo que não." Niall solta uma pequena gargalhada, bebe um pouco do cocktail e continua. "As boas são que há uma grande probabilidade de ver de novo! Mas as más são que eu não poderei pagar a operação... É só para ajudar a melhorar, ficaria com mais chances de curar. A outra hipótese era esperar até os meus olhos curarem de repente, mas isso eu nunca saberei quando isso será e com a universidade à porta... Portanto, vou continuar na mesma, vai ser difícil ir para uma universidade normal desta forma. Mas os meus pais não podem pagar a universidade e a operação no mesmo período de tempo... E não dá mesmo para eu pagar, visto que estou a poupar para uma casa. O que é igual a eu não ter cura."

"Isso é muito mau... Mas eu poderia pedir o suficiente à minha mãe e já daria para pagar, não custaria nada."

"Nem penses, Aeryn! Não!"

"Prontos, ok, calma. Mas então o que sugeres?"

"Vou trabalhar o dobro, poupar em algumas coisas, vou conseguindo algum dinheiro com os cavalos, cobrando um pouco por voltas neles, coisas assim."

"Hm, ok então."

"Boa."

É claro que não estava boa! Eu vou fazer qualquer coisa para ajudá-lo, está bem, ele não quer o dinheiro da minha mãe, o que lhe sobra a ela é dinheiro, não lhe iria custar! Mas... ele não disse que não queria o meu. Eu vou ajudá-lo. Não sei se ele percebeu, mas precisa. Ele vai ter aquela operação antes mesmo do ano letivo chegar, palavra de Aeryn!

A noite de ontem foi incrível, o tempo que passei com ele foi absolutamente agradável. Tudo isso foi bastante bom, se eu não tivesse acabado no hospital atropelada por um skate. E agora, estou deitada, com um pé torcido ou partido, ainda estou à espera do resultado do raio-x, que está a demorar porque houve uma avaria qualquer e tive que esperar que o arranjassem, muito bom, mesmo. Ugh. Passei um bom bocado sozinha depois da enfermeira ter vindo trazer-me o almoço. Fui interrompida dos meus pensamentos pela médica, e, atrás dela, vinha Kaelyn e Audrey, já preparadas para a viagem, Matthew e... o meu tio.

"Olá, Aeryn! Miúda, como estás?" As vezes adoro-o, mas só quando não se faz de burro.

"Super ótima, nunca estive tão bem." Adoro ser irónica.

"Boa! Acho eu... Como é que estás bem se estás num hospital? Num hospital!"

Ok, eu vou mesmo passar um ano e meio com este idiota?
Audrey caminha até mim e aperta-me num abraço afastando-se logo para Kaelyn passar, ela aproximou-se.

"Eu não queria partir contigo assim, querida."

"Mãe." Eu chamei-lhe mãe? Ambas ficámos surpreendidas, mas poucos segundos depois, ela esboçou um sorriso. "Tu tens de ir hoje, não vai ser por causa de uma coisinha no meu pé que não vais partir."

"Eu..., eu só me sinto mal por te deixar aqui assim."

"Daqui a dois dias estou bem, agora deixa-me despedir de ti."

Ela abaixou-se ligeiramente, logo pus os meus braços em volta dela e ela retribuiu abraçando o meu tronco.

"Adeus, filha."

"Adeus, mãe."

Kaelyn e Audrey saiem minutos depois ficando apenas eu e os retardados.

"Aeryn, estás mesmo bem? Quer dizer, isso parece mesmo inchado." Matt fala pela primeira vez que aqui chega.

☁Soft cotton☁ - [n.h.] - stoppedOnde histórias criam vida. Descubra agora