Capítulo 1

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Era tarde na fazenda "Lobo Branco", por fora da casa grande ouve-se o cantar dos pássaros e sentia-se a tranquilidade da vida no campo. Mas por dentro dela, há uma enorme confusão: Catalina estava aos berros indo a direção ao banheiro com a mão tampando  seu olho direito. Logo atrás dela estava Palloma Creel, uma menina de 9 anos e que estava toda suja por estar brincando o dia todo pela mata.

- Mãe, por favor me perdoa! - Chorava Palloma. Michel Creel , que tem 12 anos, agarra sua irmã pelo braço. 

- Deixe ela Palloma, você só irá atrapalhar, o que tu fez não foi qualquer coisa. - Diz ele seriamente . - Eu não entendo como você mirou bem no acorda....Palloma acorda...

Palloma abre seus olhos lentamente e ver a empregada lhe chamando, não é mais criança, e sim uma adulta traumatizada que sempre sonha com o mesmo pesadelo que marcou sua vida. 

- Senhora, já é meio-dia e a senhora Catalina ordenou que descesse para o almoço. - Ela tira o cobertor de cima da sua patroa. - Pelo jeito voltou tarde do cassino de novo, não foi?!

- Por favor, não fale muito Cleuza, minha mente parece que vai explodir. Meu pai vem hoje? - Palloma levanta da cama parecendo uma morta-viva.

- Sim senhora, ele me ligou dizendo que viria hoje.

Na sala de jantar estavam na mesa Catalina, Michel e sua esposa Vilma.

- Seu pai está muito decepcionado com você filho, faz dois anos que está casado e até agora não ganhou um neto. - Disse Catalina, que usava um vestido roxo e um tapa-olho da mesma cor. Vilma a olha com insegurança.

- Por favor mamãe...não acha que esse assunto não é um pouco íntimo para estar falando na frente dos empregados? - Michel olha para eles que estavam em pé esperando suas ordens. - Infelizmente sinto muito por meu pai, mas é minha esposa e eu que vamos decidir qual o momento certo de termos nossos filhos. - Beija a sua esposa na testa. Vilma abre um sorriso fingido. 

Catalina levanta-se e olha para o casal: - Tem razão meu filho, não estou mandando terem filhos, Deus sabe o momento certo...mas como o sonho do seu pai é ser um avô, não é novidade que ele se angustie por você ter se casado e não ter nem sequer um filho, já que a sua irmã dificilmente irá ter um marido.

- Mas um dia ela irá se casar dona Catali... - Vilma é interrompida por Catalina.

- Nem um homem vai querer se casar com uma mulher que vive só para a noite e que nem sequer sabe cozinhar arroz. Com licença. - Catalina sobe as escadas indo em direção ao seu quarto.

Os dois olham ela subindo as escadas e Vilma sussurra para Michel: - Parece que sua mãe tem um rancor imenso por sua irmã. 

- Mas você sabe o porquê Vilma...se alguém acabasse com um dos meus olhos também não iria perdoar.

- Mas os dois eram crianças e só estavam brincando e...

- Já comecei o dia ouvindo falarem de mim. - Palloma fala se aproximando na mesa e sentando em frente ao casal.

- Estávamos falando de você sim...sobre nossa infância. - diz Michel fixando o olhar para ela.

- Por favor, não falemos disso,  nem nos sonhos posso fugir desse assunto.

- Foi um acidente Paloma, estava contando para o Michel que vocês eram crianças e não sabiam o que estavam fazendo.

- Mas eu sabia Vilma...- Palloma fixa o olhar para o nada e lembra do momento. - Eu estava com a bola de pingue-pongue pronta para arremessar na árvore, e mesmo vendo que minha mãe estava prestes de passar na frente , eu arrisquei. Foi um extinto de menina traquina que me fez jogar aquela maldita bola.

Palloma volta para a realidade e percebe que só está a Vilma lhe escutando. 

- Cada um tem seus traumas , Palloma.  E não devemos ficar a base de jogos numa noite inteira para tentar esquecer, assim apenas piora.

- Obrigado pelas palavras, Vilma...mas não estou disposta de parar. 

Vilma levanta-se : - Bem, eu já vou para a minha casa...hoje sua mãe nos chamou porque não queria almoçar sozinha. - Ela ri para Palloma e vai embora.  Ouvir aquilo lhe fez muito mal. Palloma almoça sozinha como todos os dias.

Vilma vai para a sua casa, que fica no mesmo terreno da mansão Creel. Ao chegar na sala ver Michel deitado no sofá descansando seu almoço.

- Michel...eu não quero angustiar o seu pai, eu acho melhor nos divorciamos porque...

- Por favor...- Michel senta-se no sofá, dando lugar a ela, os dois se abraçam. - você fala como se não pode nos dar um filho. Vai chegar a hora certa  Vilma...

- Não vai...ontem peguei o resultado dos exames Michel...

- Mas o quê?! está doente? - Ele franzi a testa.

- Acha que nesses dois anos não achei estranho ter engravidado? ontem descobri que sou estéril.

Na mansão Creel, os empregados ficam felizes, o carro do senhor Carlos parou em frente a casa. 

- Bom dia, senhor! - o porteiro cumprimenta o seu patrão. Carlos entra na casa desprezando-o.  Isso era estranho, já que ele era muito atencioso com seus serviçais.

- Cleuza, onde está catalina? - diz afobado.

- Oi senhor, que sau...

- ONDE ESTÁ ELA, CLEUZA? - Grita.

- Em seu quarto. - Cleuza se espanta com a raiva dele, nunca o viu assim.

Catalina estava sentada em frente ao seu grande espelho penteando seus cabelos morenos e admirando sua beleza de senhora, pena que um olho era oculto dessa beleza. Do espelho dava pra se ver a porta do quarto se abrindo. Ela olha para Carlos pelo espelho.

- Olá meu querido , como foi sua viagem? - pentea seu cabelo e olha para o reflexo de Carlos esperando uma resposta, ela percebe que ele está muito ofegante e nervoso. - Vem querido, aproxime-se, tens medo de mim?

- Não quero me aproximar nunca mais de você, és uma estranha pra mim. - Continua fixo na porta.

Catalina estranha o que acabou de ouvir e coloca o seu pente na banquinha. Continua sentada em frente ao espelho. - Não te entendo meu querido, explique, estou desentendida. 

Carlos respira profundamente para se acalmar e a olha fixamente pelo espelho: 

- Está contente por ter enganado a família?  Feliz por tê-la destruído com suas infâmias e mesquinharias? eles são meus filhos, entende? meus filhos! e agora que conheço seu segredo, não vou permitir que eles sejam enganados com a farsa que você inventou.

- Tenha cuidado com o que vai fazer.

- Mas é claro que terei...vou mudar o testamento!

Catalina vira-se num espanto: - Mudar o testamento?

- Esse é o primeiro passo...o segundo, é o divórcio! - Carlos se retira.

Catalina levanta-se e caminha calmamente até a gaveta próximo da cama. Abre e retira um frasco de veneno e o fica admirando .

- Não tenho outra alternativa Carlos, ou é você...ou eu! terei que matá-lo.







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⏰ Última atualização: Aug 06, 2015 ⏰

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