Desde que foi diagnosticada com câncer, Margot tenta viver sua vida - ou o resto dela, da melhor forma possível.
Desde pequeno, sou apaixonado por Margot. Apaixonado por seus cabelos ruivos, pelos seus olhos verde-água, pelo seu sorriso enorme que jamais sai de seu rosto.
Apesar do hospital só lhe dar mais dois anos de vida, Margot nunca parou de sorrir e ter aquele seu gênio forte.
A escola inteira ama ela. Ama ela por não se deixar abalar com a tragédia de vida - ao contrário de mim, que só a amo por conta de seu sorriso.
Ela sempre foi do tipo de garota maluca. Daquelas que levanta o pé quando beija alguém, e daquelas que ri quando leva bronca.
Daquelas que não liga se está morrendo.
Margot mora na casa atrás à minha, e gosto de espiar ela dançando em seu quarto enquanto ouve música.
Margot gosta do tipo de música que te consume. Daquelas que no volume máximo de leva à um mundo melhor.
Ela ouve N'to toda noite, antes de dormir, quando sai do banho. As vezes, vejo ela sair enrolada na toalha e ligar o rádio. Não se importa em dançar de toalha.Gosto de observar ela abrir a janela do quarto e pular para o telhado, e apenas ficar observando o céu da noite ou ler algum livro.
Seu livro favorito não é nenhum romance, ou drama. Margot gosta de ler Senhor dos Anéis e Sherlock Holmes.
Ela gosta de ver filmes de terror à noite, e tem que dormir com o abajur aceso, e abraçada ao seu bichinho de pelúcia.
Margot não gosta de ursinhos de pelúcia, ou gatinhos e hamsters. Margot tem uma tarântula de pelúcia - a qual dorme abraçada todas as noites.
Ela tem medo de piscina e não entra em uma jamais. Mas gosta de por seu biquíni de sempre - um roxo cheio de donuts - e tomar sol no deque da piscina de sua casa.
Uma vez, o antigo namorado de Margot - Joe, a pegou no colo e a jogou na piscina. Ela saiu aos prantos, e terminou com ele depois. Mas Margot também é vingativa. O que ela fez com ele - o que não preciso comentar - o fez ter que mudar de cidade de tanta humilhação.
Sim, eu vejo todas essas pela janela de meu quarto. Não sou nenhum obsessivo - Margot também espia pela janela.
Já ficamos minutos se encarando, sem fazer nada. Mas ela sempre volta a fazer o que estava fazendo como se não tivesse acontecido nada.
Desde que foi diagnosticada com câncer, Margot faz a mesma coisa todo dia.