Capítulo 2

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Eu morri?

Escuto vozes distante e parece que eu estou em um quarto escuro. Minha cabeça dói e as vozes estão mais próximas. Tento abrir os meus olhos, mas parece que meu corpo não quer reagir aos meus comandos. Uma mão grande e quente desliza pela minha cabeça, afastando meus cabelos loiros. Decido fazer outra tentativa e consigo abrir meu olhos lentamente.

- Você está bem? Consegue dizer seu nome? – Meus olhos verdes se arregalam no momento em que eu reconheço que tem um deus grego em cima de mim.

Okay, eu exagerei... Ele não está literalmente em cima de mim, mas sim do meu lado direito. E suas mãos estão no meu rosto e nos meus cabelos. Estou completamente consciente que têm várias pessoas me olhando de cima e suas expressões são de alívio. Então eu me lembro que deveria estar indo pegar Andy na escola. Eu me sento com tudo e de repente tudo começa a girar de novo.

- Opa, opa, opa! Cuidado garota... - Uma de suas mãos está nas minhas costas, me mantendo sentada. – Você consegue falar?

- Eu... Andy! – Ele me olha confuso

- Seu nome é Andy?

- Não... Eu sou Amélia! – Ele parece aliviado.

- Vamos Amélia, vou te levantar agora. – Ele segura meus braços e me coloca em pé lentamente.

As pessoas que estavam ao meu redor começam a se dispersar e algumas parabenizam o homem que me acordou. Percebo que estava deitada no canto direito da rua e tem uma moto preta estacionada na calçada. Ele deve ser o motorista que vinha em minha direção.

- Amélia, você sabe para onde estava indo? – Eu balanço a cabeça concordando.

- Ótimo! Eu sou Max, Max George! – Ele sorri de um jeito sexy que faz meu estômago se contrair.

- Eu preciso ir, Obrigada! – Começo a atravessar a rua.

- Espere! Não posso deixar você sair assim. Você acabou de desmaiar na minha frente e bateu com a cabeça no chão. – Ele está incrédulo.

- Eu estou bem agora. Eu realmente tenho que ir, estou muito atrasada! – Tento prestar atenção se algum metrô se aproxima, mas nenhum aparece para o meu desapontamento.

- Eu posso te levar! Contanto que não seja para outro estado... – Ele sorri da própria frase e eu forço um sorriso para não deixá-lo sem graça. Ele definitivamente não sabe contar piadas!

- É para a escola do meu irmão caçula. Deveria tê-lo buscado... – olho o meu relógio – há vinte e cinco minutos atrás!

Minha mãe vai me matar por não ter chegado antes. Max diz que pode me levar e me ajuda a colocar um capacete reserva e a subir na moto. Ele pede para eu segurá-lo firme e eu sinto minhas bochechas queimando quando eu aperto meus braços ao redor do seu corpo. Vou explicando como faz para chegar à escola de Andy e em menos de 15 minutos chegamos.

- Muito Obrigada! – Começo a me apressar pela escadaria da entrada quando ele me chama.

- É assim que agradece a alguém que salvou sua vida? – Ele sorri lentamente e eu noto novamente como ele é bonito.

Ele tem a cabeça raspada e uma barba por fazer. Seus olhos são uma espécie de verde acinzentado e seu sorriso é lindo. Ele não é tão alto, porém não chega a ser mais baixo que eu. Está vestindo uma calça jeans escura, tênis all star branco, uma camisa básica branca e uma jaqueta de couro preta. Se o deus do sexo existe, ele está parado na minha frente.

- Eu estou realmente muito atrasada agora, mas obrigada mesmo por ter me... hmm... acordado! – Ele parece desapontado.

- Tudo bem então, mas espero encontrá-la de novo... Amélia! – Ele pisca um olho para mim e logo em seguida vai embora como se tudo tivesse sido apenas um sonho.

                                                             ♦ ♦ ♦

- Não acredito que você esqueceu o seu irmão! A Miss Marin ligou avisando que ninguém tinha aparecido para buscá-lo... – Minha mãe grita enquanto eu estou tentando jantar.

- Mas eu já disse, só cheguei atrasada! – Tento explicar para minha mãe, mas está quase impossível.

- E o que a senhorita estava fazendo? Por que não ligou dizendo que ia se atrasar? – Não acho uma boa ideia dizer para a minha mãe que eu desmaiei no meio da rua e ainda por cima peguei carona na moto de um desconhecido sexy.

- Eu apenas esqueci meu celular na escola e perdi o ônibus! – Falo mais uma vez e quando ela não acredita, levanto minhas mãos exasperadamente, como estivesse me rendendo.

Ela me mandou para o meu quarto e disse que nada de ficar no telefone até tarde com a Vicky. Subo as escadas derrotada e entro no meu quarto. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e sento na minha cama com meu notebook. Fico vagando no facebook e então Nathan chama a minha atenção de sua janela. Ele está sentado numa poltrona e escreve algo em um caderno surrado. Fecho meu computador e me aproximo da minha janela, observando-o.

Veste apenas uma calça de moletom cinza, uma regata branca e usa seus óculos pretos. Sorrio ao perceber que ele não notou a minha presença e pego minha câmera e minha lente nova para testá-la. Consigo tirar umas três fotos antes dele me ver e ficar todo desajeitado.

- Mia! – Seu sorriso se alarga e ele guarde seu caderno, se aproximando da janela.

- Nathan! O que você estava escrevendo? – Pergunto curiosa.

- Nada de mais, só uma letra de uma música. Dia cheio, huh? – Ele levanta uma sobrancelha grossa.

- Você ouviu! Eu me pergunto se alguém em Marte deixou de escutar – Ele da uma risada divertida e depois um silêncio constrangedor se instala.

- Você vai fazer o que no final de semana? – Ele finalmente quebra o clima estranho.

- Não sei se conseguirei escapar da prisão da Senhora Clark, mas estava pensando em tirar algumas fotos no parque.

- Eu sei de um lugar melhor que o parque. É um pouco afastado mas vale a pena! – Meu celular vibra e é uma mensagem de Vicky.

- Será que pode ser cedo? Seria melhor se ela não soubesse que eu saí... – Sua face se ilumina e seu sorriso parece de uma criança em uma loja de brinquedos.

- Quando amanhecer? Acho que a vista vai ficar ainda mais bonita! – Combinamos de nos encontrarmos cedo na frente da minha casa.

- E ah, use alguma coisa confortável nos pés.

Todo esse mistério está me deixando curiosa. Ficamos conversando por mais um tempo e eu me assusto quando percebo que passamos mais de uma hora conversando e eu nem percebi.

- Boa Noite, Mia. Durma bem!

- Boa Noite, Nath! – Me surpreendo com uma vontade de ficar mais tempo conversando com ele. Fecho minha janela e minhas cortinas em seguida.

Uns minutos depois a luz do quarto de Nath se apaga e eu me deparo olhando para o teto e sorrindo. Nathan é a pessoa mais gentil que eu conheço... Engraçado como ele sempre fez parte da minha vida. Quando a irmã dele, Jess, vinha brincar comigo, ele sempre dava um jeito de aparecer e dar algum recado para ela. Ficávamos brincando a tarde toda e sempre quebrávamos alguma coisa da casa. Eu tive uma quedinha por ele na terceira série quando ele brigou com Lucy Harrison porque ela disse que eu parecia um esqueleto por ser magra. Ele disse que eu era bonita e depois disso passou duas semanas sem falar comigo, partindo meu coração infantil. Acontece que crianças não entendem o que é amor e um dia ele apareceu na minha porta como se nada tivesse acontecido, me chamando para brincar.

Me divirto com as lembranças e me pergunto o que será que ele lembra de quando éramos pequenos...

Meu celular vibra novamente e agora tenho duas mensagens de Vicky...

"Cadê vc? socorro!!! Novo sócio do meu pai é um gato!"

"Acho que vc deveria passar aqui amanhã para comer sushi... ;)"

Pego no sono tentando bolar uma desculpa para conseguir sair de casa amanhã, afinal, não é todo dia que um gato aparece...

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⏰ Última atualização: May 03, 2013 ⏰

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You and I - a mathan short fanfic (in portuguese)Onde histórias criam vida. Descubra agora