- Eu não te amo mais, só isso. - sinto meu coração acelerado, e a cada segundo que se passa, não consigo mais pensar em nada a não ser pular em uma piscina presa a uma bigorna. - Não posso continuar fingindo mais.
- Tem certeza que é isso o que você quer? - tentei não demonstrar meu sofrimento mesmo estando com o rosto coberto de vergonha, desapontamento e depressão.
- Adeus Claire.
Sim, meu namorado acabou de terminar comigo por celular. Isso soou bem Taylor Swift, mas eu não escolhi isso. Talvez até deveria ligar meu iPod e ouvir Blank Space pra aumentar a sofrencia.
Como ele foi capaz de me trocar por alguém que nem sequer entende seus gostos, suas manias ou sabe como fazê-lo rir? Mas tudo bem, creio que quando eu nasci, Deus disse "vai ao mundo uma trouxa que será trocada por todos".
Amei-o de uma maneira inexplicável, me entreguei totalmente. Porra, como eu fui tão trouxa em achar que dois anos conhecendo alguém me levariam a qualquer outro caminho sem ser a traição?
Decido ligar pra única pessoa no mundo que me faria rir, meu melhor amigo.
Seu celular não atende e a cada nova tentativa me torno impaciente, devastada e esquecida.
Um dos meus maiores problemas é minha auto estima que geralmente não vai muito bem. Sinto que a adolescência é a pior coisa pelo que eu venho passando ultimamente.
Fora a separação dos meus pais, após vinte anos juntos, ainda tem o fato de minha amiga Amanda ter dito que preferia uma tal de Carol porque ela era menos dramática. Ao menos agradeço a honestidade dela em falar logo na cara. Ah e como pude esquecer, fui traída.
É, sinceramente, nesse momento eu me cortaria se tivesse coragem porque ultimamente nem isso venho conseguindo fazer.
Parece que tudo o que tem pra acontecer de ruim com uma pessoa, é na adolescência.
Nessa fase da vida, os dias se tornam incontáveis e inacabáveis, juntamente com as reclamações tipo "minha vida é uma MERDA".
Realmente, deveria existir um botão no qual você clicasse quando já estivesse entediada da vida de adolescente e pulava logo pra vida adulta.
"Drag Me Down" para de tocar e logo percebo que alguém está me ligando, mas nem me dou ao trabalho de ver quem é, então logo vou atendendo.
- Oi.
- Claire, desculpa não ter atendido, tava no cinema. - meu melhor amigo Joe diz e sinto um alívio tomar conta de mim.
- Finalmente! Eu preciso muito de você. Podemos nos encontrar?
- Ta ligada que é 23h30 NÉ?
- Joe, eu disse que eu estou realmente precisando do meu melhor amigo e você está me evitando? - sem querer perco a paciência por um segundo.
- To saindo do cinema. Me encontra no parque do condomínio daqui 20 minutos?
- Estarei lá. Obrigada idiota.Desligo o celular e vou em direção ao banheiro lavar meu rosto que suplica por atenção.
"Nossa meu cabelo está uma droga!" penso enquanto observo o reflexo de alguém totalmente destruída.
Procuro por uma roupa e me contento com esse tal moletom preto e esse jeans escuro.
Se a inimiga me visse nesse momento e estranhasse meu tom preto, eu apenas diria "estou vestida para o seu funeral, bitch".
Saio pela porta dos fundos e espero não ser notada. Do jeito que eu estou vestida, à meia-noite, não acredito que me achariam. Pareço uma assaltante.
Chego no parque e encontro meu melhor amigo sentado no banco olhando em minha direção com frieza e desgosto.
Sinto que estou fodida. Até ele? O que será agora?
Continua no próximo capítulo...
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Not On Drugs
Teen Fiction"The passion in the beginning is always gonna be the best part of it."