Eu poderia dizer que a Cibelle não me falou nada, mas já que aquela boca de trapo contou o motivo da nossa briga, deve ter soltando a língua de vez.
Pensei que tinha entrado numa saia justa, mas essa aqui está mais que apertada. Ainda por cima com a Mara me olhando daquele jeito, me despia com o olhar e penetrava o mais profundo do meu ser. Lembrando agora, até me arepio.
Mas também com uma menina dessas, difícil não arrepiar e delirar. Menina inteligente, cheia de talentos. Mas o meu delírio começa quando aqueles dedeos pequenos tocam as cordas de um violão. Mara parece uma boneca, com uma pele clara, olhos castanho escuro, lábios em tons de rosa que parecem tão macios para umas mordidas.
Mas chega de delirar pela Mara e dizer qual foi a real resposta para aquela maldita pergunta.
- Sim, a Cibelle falou por alto que você queria saber algo sobre mim.
Não assume nem neguei, afinal entre o oito e o oitenta existem setenta e duas possibilidades.
- Boa, se ela falou por alto já é bom começo. Então já deves imaginar porque é que estou aqui.
- Não, me diga tu o motivo, algo em especial?
Se ela estive com atenção nas minhas pernas de certeza notaria a forma frenética como tremiam. Credo que vergonha, até pareço uma pré-adolescente na sua primeira paquera.
-É, queria ouvir da tua boca, o que perguntei à Cibelle, afinal ninguém melhor que tu para dizer - me isso.
- Eu não sei o que responder Mara, você me pegou de surpresa.
-Mas saber se gostas ou não, precisa de preparação?
-Claro que nao, mas é que eu nunca pensei nisso. Nunca estive com uma menina e não saberia como lidar com isso.
- Calma Larissa, eu não te estou a propor um relacionamento. Só perguntei porque te acho linda e especial.
Eu devo ter ficado corada que nem uma batata. Apesar do truque "linda e especial" ser velho, todos amam ouvir. Ate parece que gostamos de ser enganadas, mas é que um carinho às vezes faz bem.
-Obrigada pelo elogio, também és linda.
O chão poderia abrir-se para eu enfiar a minha cara de profunda vergonha. Imagina que pela primeira vez senti constrangida por chamar uma mulher de linda.
-Quer beber um chapucino depois de sairmos daqui?! Jogar conversa fora?! Queria te conhecer melhor.
-Mas tu já me conheces, afinal somos do mesmo grupo e curso de teatro há dois anos.
Essa deve ter sido a resposta mais idiota da minha vida. Até parece que nunca fui cantada por alguém. Na verdade, era a primeira vez que uma mulher confessasse algum interesse por mim.
- Larissa não te faças de desentendida, eu quero conhecer o lado que nem todos conhecem. Não só te conhecer mas nos conhecermos. Aceitas ou não?
- Ok podemos sim beber um café e comer qualquer coisa no restaurante aqui perto.
-ok, por mim tudo certo. Então te espero la fora. Adeus, até já.
Não bastava me deixar numa saia justa, chegou perto e o meu pobre coração quase saia pela boca de tanto acelerar. Deu-me um beijo demorado no lado direito do queixo enquanto me tremia toda.
Depois foi a vez do lado esquerdo, ou quase. Quando ia beijar o lado esquerdo do queixo, pegou de leve na minha cara e me deu um celinho. Ai o mundo caiu, não soube o que fazer, somente olhei para ela incrédula.
Feito a sua traquinice e com ar de quem queria dizer "isso é só o começo", sorriu, abriu a porta com a mão direita, olhou em meu olhos e falou:
Te espero, não demorres e não fugas minha linda.
Fiquei perplexa com o atrevimento e ousadia daquela peste. Mas confesso, que ninguém me oiça, aquele celinho com gosto a chocolate foi simplesmente divino. Não esperava nem devia dizer isso, mas adorei.
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E é isso minha gente, mais um capítulo :)
Não esqueçam de comentar, dar dicas, votar, enfim
Beijinhos mil
Até o próximo capítulo
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Doce aposta
Romance"Eu amei-a de verdade e por ela tudo fiz. Mas para ela não passei de uma aposta" Olá Pessoal, decidi me aventurar e escrever a minha primeira obra, um romance. É uma história de um amor homossexual, cheio de aventuras , travessuras, envolve traição...