Grey

6.9K 1K 2.2K
                                        

Quando Louis acorda às 7:30 por causa de seu gato e seu despertador, ele não pode decidir qual emoção é mais forte: a preocupação com a segurança de Harry ou o estúpido e doce amor que ele sente pelo encaracolado.

Rapidamente ele bota suas calças, veste uma camisa, calça seus Toms e arruma seu cabelo por o que parece apenas um segundo. Ele lembra de Harry dizendo que a cirurgia iria começar em torno de 8:00 e termina cerca de 14:00. E ele quer chegar ao hospital o mais rápido possível porque não o vê durante sete horas e está ficando louco.

•••

Quando ele chega à clínica, o ar parece mais tenso, como se o mundo inteiro estivesse prendendo a respiração. Harry é duro e frio. A preocupação dele está corroendo. Louis o abraça por trás, encaixando o queixo no ombro dele e simplesmente  segura-o, sua respiração de forma constantemente acalmando-o; ele vai ficar bem.

•••

A ida de carro até o hospital é silenciosa. Maisie está dirigindo. Louis e Harry estão apertados no banco traseiro.

Harry disse a seus pais e sua irmã que não fossem, pois ele iria ficar mais ansioso. Louis apenas o tranquilizou com um beijo nas mãos.

•••

Harry começa a chorar quando a enfermeira chama seu nome, balançando a cabeça lentamente e agarrando o braço de Louis.

"Eu vou ficar bem?"

Louis beija sua mão.

"Você vai ficar bem."

Eles trocam um último abraço antes que Harry vá para a cirurgia.

É isso... Louis diz a si mesmo.

"Eu amo você." Harry sussurra baixinho no ouvido de Louis, ao que ele sorri e sussurra um “eu te amo também.”

"Vejo você daqui a pouco, certo?" Diz Louis, delicadamente segurando o pulso de Harry e ele acena com a cabeça.

"Nenhuma cor se compara a você, Lou Will." É a última coisa que ele diz antes que a enfermeira o leve para a sala de cirurgia.

•••

Louis espera, é tudo o que ele faz. Ele não quer ficar louco; Ele não quer lembrar que Harry está enfrentando uma cirurgia de risco e que pode morrer.

Quando ele sente que não pode esperar mais, ele pega uma folha de papel e começa a escrever tudo o que sabe sobre as cores. Ele irá ler para Harry quando ele poder ver e tudo vai ficar bem, e os dois irão assistir ao pôr do sol como Louis prometeu.

Maisie olha para ele, enquanto come as unhas

"Você realmente o ama?" Sussurra.

Louis concorda.

Maisie sorri. "Acho que vocês são perfeitos um para o outro. Ele realmente gostou de você ter descrito as cores. Obrigada por isso. Você fez ele feliz."

Louis sorri e tenta não chorar. Não agora. Ele deve ser forte para o seu namorado. "É o mínimo que eu poderia fazer."

•••

Cerca de três horas depois, às 14:30, Louis começa a se preocupar. Eles não deveriam terminar às 14:00? Harry está bem?

Os médicos chamam Maisie em uma sala. Louis sente uma pedra no estômago.

•••

Maisie sai da sala chorando e Louis quer morrer.

"Ele está bem?" Dispara rapidamente. Maisie acena com a cabeça e um peso é retirado das costas de Louis.

"Sim, sim." Maisie funga. "Está tudo bem. Só algumas complicações, mas ele irá ficar bem."

Louis se levanta, não tendo muita certeza do que está fazendo, e então dá um abraço em Maisie, é tudo que ele pode fazer.

•••

Por volta das 18:00, Maisie decide ir pois tem que ir encontrar uns amigos em Londres.

"Diga-me o que acontecer, ok? Você pode tirar uma foto do rosto dele quando ele poder ver pela primeira vez?"

Louis ri e balança a cabeça, mas assim que ela sai, ele volta a roer as unhas. E espera, espera, espera...

•••

Por volta das 19:30, Louis está prestes a arrancar seus cabelos. Ele gostaria de entrar na sala e pedir uma explicação, mas isso iria o deixar em apuros.

Antes da sua consciência pensar sobre o que é certo ou não, a porta se abre e o cirurgião vem em sua direção.

Louis suspira aliviado e salta da cadeira, atacando o médico com perguntas.

"Ele está bem? Posso vê-lo? Ele quer me ver, eu sei." Ele murmura, mas depois vê seu rosto.

É triste.

Não, isso não está acontecendo!

"Louis." Disse o médico gentilmente, com um tom que você usaria um pouco antes de matar um pobre animal. "Eu sinto muito."

Não. Louis não ouve nada. Harry não pode deixá-lo. Ele prometeu. Ele quebrou sua promessa. Mas o médico diz novamente, balbuciando suas desculpas patéticas.

"Harry não fez isso..." Louis murmura, mais para si mesmo.

•••

Louis retorna ao seu apartamento. Como ele chegou aqui? Quando ele chegou aqui? Ele não consegue se lembrar de nada no mundo acinzentado da depressão, da fumaça de cigarro e das promessas quebradas.

No mundo acinzentado sem Harry.

Depois de receber a notícia, Louis fugiu. Ele correu até um bar no canto mais distante de Manchester e ficou bêbado. Ele lembra de gritar o nome de Harry algum momento - porque Harry não podia ir. Não, ele não podia ter feito isso. Ele fez muitas promessas. Não quando Louis ainda tinha muito a dizer e mostrar. Não quando Louis tinha dito que o amava.

Louis destrói tudo que vê pela frente. Beau está se escondendo, com medo. As vistas de Louis agora ficam vermelhas e ele se lembra de uma conversa com Harry.

“O vermelho também é amor. O vermelho é o sentimento que você tem quando alguém te faz feliz. Ele é mágico e faz você se apaixonar por uma pessoa que não deveria.”

Louis quer rir, porque ele está certo. Ele não deveria se apaixonar por Harry. Ele olha para o céu, pois sabe que Harry está o assistindo.

"Eu estava errado, Harry." Diz ele tentando ser mal, mas soando provavelmente quebrado. "Vermelho não é amor. Vermelho é a raiva e a perda."

Louis desafiadoramente quebra outro copo, seus dedos trêmulos e sangrentos de onde os cacos perfuraram sua pele.

"E você estava errado." Ele sussurra como o sangue que flui sobre sua pele.  "Minha voz não é verde. Minha voz é cinza. Vou lhe dizer outra cor, Curly, você está me ouvindo?"

Funga e aperta a mandíbula. Cerrando os punhos e sujando o balcão da cozinha com seu sangue.

"O cinza é tudo. O cinza foi tudo que já existiu. Eu sou cinza. Eu sou cinza sem você."

E, em seguida, Louis explode em lágrimas, caindo no chão da cozinha e soluçando sem hesitação, sem controle. Cinza é tudo que restou.

"Como você pôde fazer isso comigo, Harry?" Sussurra. "Por que você se foi?"

Beau chega na cozinha e os olhos caem sobre o caos. Ele mia e se aproxima do vidro quebrado, ignorando as manchas de sangue de Louis e se encaixado em seu peito.

Louis acaricia os pêlos macio e até lembra da cadeira feia de Harry.

(...)

Eu não quero ver um mundo de cores se você não está nele.

COLOR || Portuguese VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora