Wild Heart 2.0

0.1

Era uma sexta feira a noite. Estava em casa logo após voltar de uma festa. Não foi balada nem nada do tipo, foi a festa de Mary, filha da minha melhor amiga (e minha afilhada). Ela era casada com um babaca há uns anos atrás mas ai ela se separou. Sim, Mary é fruto desse casamento desnecessário.

Temos o que? 21 anos. Ainda temos uma vida. Do que estou falando Deus? Minha vida até agora não foi uma das melhores, mas enfim. Peguei meu celular e havia um aviso que tinha uma mensagem pendente. Thiago. O que ele queria agora? Ele é meu melhor amigo e depois que saímos da vida de fazer vídeo para youtube, fomos para a faculdade em um curso de técnica de computação ou algo assim. Isso, se você pensou em Thiago Elias, o Calango, acertou.

"Eai gata" - ele disse me zuando

"Fala imprestável"

"Ei Xinim, porque está me tratando assim?"

"Pelo simples fato de você ter me esquecido"

"Ah, para né"

"O que foi? A mina que você tava comendo foi embora?"

"Como você sabia?"

"Babaca"

Larguei o telefone e fui para a cozinha pegar um talher. Quando voltei para a sala, meu celular estava tocando. Calango novamente. Não vou atender. Ele me ligou umas 5 vezes e não atendi nenhuma. Depois de 7 minutos após a última ligação, Alan me liga. Estranhei, já que ele é o que menos me liga.

- Alô?

-Ah Guaxi, ainda bem - ouvi a voz de Thiago do outro lado da linha

- O que tu quer?

- O que houve?

- Nada

- Nada?

-Nada, mas que porra. Passa pro Alan

- Alan, ele te quer - ele bufou

- Selvagem!! - ele disse do jeito baixo dele

- Lixooooo! - falei rindo - Como tá ai com as suas filhas?

- Ótima - ele disse - Não Rafael, sai

- O que houve?

- Cellbit acha que tem algum direito sobre você - ele resmungou e ouvi o celular sendo passado para outra pessoa

-QUANTO TEMPO - ele disse rindo - Estamos em casa, morrendo de saudades de você

- Oi fedido- falei rindo

- Que fedido que - Cellbit disse arrastando a voz - Como você está?

- Na mesma

- Quer falar com ela?

- Não!! - exclamei meio tarde demais

- Guaxinim?

- Gab? - falei baixo

- Sou eu meu amor - ela disse com sua voz calma e cansada e eu fechei os olhos.

- Venha para a minha casa - disse sem pensar. Se a vida não está boa, porque não terminar de cagar com ela?

- Agora?

- Uhum - disse e desliguei o telefone.

Porque a vida tem que ser tão cruel me separando de quem mais amo? Sei que não vai demorar muito, da casa de Thiago para a minha são apenas poucos minutos. Dito e feito. Passados 5 minutos, batem em minha porta.