(Jung Yura)
Caminho despreocupada pelas ruas, de Seoul, meus fones estão no último volume e automaticamente minhas mãos batucam o ar no mesmo ritmo que a música - ou pelo menos eu penso que estão no mesmo ritmo - meu olhar continua fixo a frente e me permito fechar os olhos vez ou outra pra sentir o sol do outono bater em meu rosto.
Giro sobre meus pés e entro na delegacia, anúncio minha chegada jogando minha bolsa sobre a mesa e cumprimento meus colegas com um aceno. Ás vezes essa delegacia é tão entediante, estou quase dormindo encarando uma tabela pela tela do computador, então o telefone toca.
- Nee, é da delegacia Munchung! - digo com a voz carregada de sono, esfrego o nariz e pisco os olhos algumas vezes para tentar despertar.
- Eu queria denunciar um homicídio - a voz feminina dizia entre soluços.
- Mantenha a calma, Ahgassi! Nee, nos dê o endereço para que eu possa ajuda-la - disse com a voz suave com a tentativa falha de tentar acalmar a moça.
- É o meu próprio homicídio - então a ligação cai.
- Ahgassi?! Aish! - bato o telefone no gancho e respiro fundo tentando organizar minhas ideias rapidamente, que belo jeito de despertar não é? - Changsub rastreia a localização da última ligação que eu recebi e manda uma ambulância para lá, AGORA!
- Nee, noona! - ele me responde de imediato.
Me levanto em um pulo, organizando meu equipamento com agilidade, com a arma no cinto e distintivo no bolso corro até a minha equipe.
Jongdae, WooHyun, Changsub, Yixing e eu estávamos em nossa van - acompanhado de mais duas viaturas - a caminho do apartamento da vítima, o lugar era do outro lado da cidade e infelizmente já previa que chegaríamos tarde. Meus instintos estavam certos, ao pisarmos na frente do prédio um corpo despencou do quarto andar - analisando pela velocidade com qual caiu.
- Pali, subam para ver se há mais alguém, quarto andar! - grito chamando a atenção dos garotos que correspondem na mesma hora e a unidade de pericia em treinamento, isola a cena com faixas amarelas.
No quarto andar a porta escancarada se autodenúncia, alguns vizinhos estão olhando pelas janelas e portas abertas, alguns policiais se mobilizam para conter os civis. Já em frente ao apartamento da vítima, retiro minha arma do cinto e miro para abaixo, adentrando com cautela seguida pelos meus companheiros.
Estava totalmente vazio, suspiro, socando a parede em seguida.
- Apartamento número 16, quarto andar, isolamento de cena - Woohyun diz em seu walktalk para equipe de pericia.
- Jongdae, ligue para o legista associado à delegacia - Yixing diz.
Continuo andando pela cena do crime, tudo parecia... Forçado demais? Quando a equipe de pericia sobe para o apartamento 16, resolvo descer para o local da queda do corpo e analisar o mesmo com o meu conhecimento. Vejo um homem alto - comparado a mim, mas baixo comparado a outros homens - analisando o corpo, o encaro por alguns segundos de longe, eu nunca o vi na equipe? O mesmo se vira e caminha em minha direção passando por mim com um olhar frio.
- YA! - grito e ele nem se dá o trabalho de virar - Você não tem permissão pra ficar aqui! - dessa vez ele se vira e sussurra coisas desconexas (as quais eu não consigo ouvir) e continua seu caminho. O sigo até ele entrar o apartamento da vítima, ninguém nota sua presença, a não ser por mim.
- Se estão pensando na possibilidade de ser um suicídio, já podem a descartar, não foi o caso - o garoto de cabelos vermelhos diz em voz alta mas ninguém presta atenção, ele revira os olhos e sai mais uma vez.