Capítulo 9 - O Segundo Ensinamento

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Me resta oito meses.

A senhora Koi era gentil e habilidosa, ela conhecia tudo sobre ervas e plantas medicinais.

Sua magia de ar era incrível.

Eu já me sentia muito melhor após poucos dias. Contei minha história a ela, e fiz algumas perguntas:

_como a senhora me achou? - perguntei
_me chame de Koi criança - informou-me a senhora Koi - todos da cidade viu você, não se lembra? Aquele gigantesco feixe de luz dourada cortando o céu da noite, pude ver uma silhueta dentro daquele mesmo feixe, flutuando, porém,a luz se esvaiu, restando somente pontos dourados caindo sobre você, apenas fui onde esse feixe estava, então te encontrei.
_mas, agora que você sabe quem sou, represento perigo a sen.... - me auto interrompi - você, a você
_criança, com a idade vem a sabedoria, nem mesmo você poderia tocar um dedo se quer em mim - disse ela com orgulho em sua voz áspera - acabei de lembrar, aquilo estava com você

Ela apontou para uma mesa, sobre ela estava a armadura dada pelo Liam, destruída na parte frontal, e minha espada, concedida pelo meu pai em seus últimos momentos de vida, com sua lâmina partida. Senti um aperto no peito, como se o próprio Sorin esmagasse meu coração com uma das mãos. Não pude conter as lágrimas de meus olhos.

_eu....Não consigo - falei aos prantos - o que devo fazer?
_sugiro que você tome um banho - disse Koi - o banheiro é ali, tem tudo o que você precisa lá.

Levantei com dificuldade, agradeci, entrei no banheiro e fechei as portas atrás de mim. Aquele era um lugar relativamente grande, havia uma pia de madeira, acima dela havia um espelho, conseguia ver tudo de mim acima da minha cintura. Meu rosto estava com uma cara péssima, meu cabelo havia crescido, estava na altura dos meus ombros, estavam sujos e embaraçados, reconheci um pouco mais a frente de mim o chuveiro, avistei toalhas e uma muda de roupas. Me despi e liguei o chuveiro.

Já havia me banhado, fitava a grande cicatriz no meu peito por entre uma faixa de mãos de um espelho embaçado. Meu cabelo parcialmente seco caia sobre meu rosto. Minha mente estava em tudo o que aquele homem misterioso me contou.

Enfim sai daquele cômodo, vestido com a roupa deixada pela Koi, uma calça de pano leve branca e uma camisa de mangas longas e largas, também brancas.

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A noite seguiu naturalmente, jantamos e voltei para o quarto de hóspedes para passar a madrugada, demorou para que meus olhos se fechassem ao som das altas horas.

Já era manhã, senhora Koi ainda dormia, peguei uma maçã de uma cesta de frutas na cozinha, caminhei pelo chão de madeira até a porta de entrada. Ao sair da casa, pude ver onde realmente estava, não era uma cabana velha, mas sim uma casa de campo, distante da cidade, no topo de uma colina cortada por um lago de correnteza suave, árvores se espalhavam pelo ambiente, a grama verde dava cheiro adocicado ao ar. Decidi treinar, não posso ficar me lamentando.

Eu dava algum passos, controlando a água, dançando com ela,andei pelo rio sereno fazendo algumas pequenas gotas correrem pelos meus dedos e em volta de mim. Foi quando percebi um ataque vindo em minha direção, parecia uma esfera de ar. Usando a água do próprio lago perfurei o ataque, porém recebi outro do mesmo ataque nas minhas costas, que o recebi como um empurrão, fazendo eu perder a concentração e cair dentro do rio.

Nadei novamente a margem, ouvi uma risada rouca vindo da casa, logo vi senhora Koi com um sorriso de escárnio no rosto.

_bela defesa - cassoou ela da minha cara
_belo ataque - respondi tentando parecer simpático
_criança, você precisa ter mais visão do mundo a sua volta, saiba onde tudo está, não seja surpreendido
_sério é? - perguntei enquanto tentava tirar o excesso de água das minhas roupas - então por que você não me ensina a magia de ar ? - falei irônico
_certo, começaremos agora
_certo..... - raciocinei - como é?!
_irei ensina-lo, depois falarei onde você pode encontrar o guardião dos ventos
_era só uma brincadeira.....
_o que você disse?
_absolutamente nada.

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O ar, para domina-lo você precisar encontrar paz interior e equilíbrio com seu eu físico e mental. Levei semanas para aprender lançar uma simples brisa capaz de fazer balançar as pétalas de uma rosa branca.

A meditação se tornava um hábito comum, assim como, devagar, eu dominava o ar.

Após três semanas, eu controlava os ventos, mas a senhora Koi queria mais, eu, a água e os ventos deveríamos nos tornar um.

Um mês se passou, até eu enfim entender, para alcançar a paz, devia me livrar de tudo o que me atormentava. No fim da última noite do mês, eu me perdoei.

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Me restavam seis meses e meio, eu não havia tentado dominar o ar já fazia cinco dias, estava em jejum, meditando até encontrar a paz.

E aqui estou, em frente a entrada da floresta que dava em direção ao templo do guardião dos ventos.

Evocando um turbilhão de ar fiz as árvores balançarem energicamente, fazendo muitas folhas e pétalas de rosas dançarem pelo ar, enquanto eu caminhava......em frente.....em paz comigo mesmo.

The Vorpal BladeOnde histórias criam vida. Descubra agora