Sinto-me assustada
só no mundo, longe,
alucinada
à espera da sentença, sento-me,
observo o nada.
Penso observar tudo,
mas sem a prova
sem a evidência de um mundo
sinto-me cega,
incapaz de ver à minha volta,
aquela que tudo nega.
Perderam o cheiro,
perdeu-se o que de ti restava,
assim tenho-te por inteiro,
pois busco-te onde antes não te buscava.
Vives na minha memória,
Vives no meu amor
e reza a história , lida na esperança
que em breve irá embora, todo o sofrimento
toda a dor.
Recuso-me a deixar ir o teu pensamento,
Poderia, seria fácil,
Mas de certa forma prefiro o sofrimento,
o meu coração está quente de uma memória tão dócil.
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