Prólogo - O Acordo

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PRÓLOGO : Onde tudo começa.
  A Princesa anda a passos apressados pelo corredor.
    Ela segura firme os papéis em suas mãos, bufa e revira os olhos de vez em quando.
Como cabe tanto mal humor em uma criatura tão pequena ?, se pergunta sua serva, Dorote, correndo para tentar acompanha-la.
Ela sobe as escadas correndo, o vestido azul claro esvoaçando, é quase impossível acreditar que ela não tropeçou na barra do longo vestido. Mas ela continua, andando a passos firmes com o objetivo de atravessar todo o castelo. E ela continua bufando e revirando os olhos, se perguntando " Como ele foi capaz ? Como ele pode ? Ele sabe o quanto eu desgosto dele ". Seu cérebro então atira " Você é uma princesa. Tem que ser paciente e tentar gostar de todos, compreendê-los... "
Mas é impossível, ela grita dentro da própria cabeça. Ele é insuportável, horrível, mal criado, mal educado....
E ela podia continuar a listar todos os seus defeitos ( que eram muitos ) mas continuou firme andando, bufando e revirando os olhos.
  Dorote tentava acompanha-la com suas perninhas pequenas e gorduchas. Dorote estava quase desmaiando de exaustão quando finalmente a Princesa parou, respirou fundo e bateu com os próprios punhos na porta alta de madeira de carvalho.
Ela passou os mãos pequenas pelo vestido e arrumou a postura, afinal de tudo ela ainda era uma Princesa.
Severo, o servo do príncipe abriu a porta e se curvou. Um comprimento respeitoso e elegante.
- Alteza - ele disse em voz baixa.
- Olá, Severo - respondeu ela - Eu gostaria de falar com o Príncipe. - que de príncipe não tem nada, resmungou para si mesma.
- Queria me perdoar, Alteza, mas o príncipe está indisposto no momento.
-  Diga a ele, que isso é de extrema importância.
  Ela estava quase perdendo a paciência. Severo balançou a cabeça e deixando a porta entre aberta foi falar com o Príncipe. Dorote aproveitou a oportunidade para sussurrar no ouvido da princesa.
- Talvez devêssemos voltar outro hora, Alteza. A senhorita sabe que é falta de educação e um erro gravíssimo a se cometer. Atormentar um hóspede, se seu pai souber ....
- Ora Dorote ! Tudo o que está acontecendo é culpa dele. E essa é minha casa. Eu sou a princesa e eu quero falar com ele e é isso que eu vou fazer.
- Mas Alteza....
- Sem mas !
  Severo voltou nesse estante. Estava com a expresso fechada, preocupada. A princesa poderia ser um doce mas quando o príncipe estava por perto... Só deus na causa, pensou ele.
- Alteza, o príncipe disse que se sente indisposto e ...
- Ah, pelo amor de Deus, Harry...
E assim, ela invadiu o quarto. Harry estava deitado no colo de uma mulher bonita de cabelos castanhos claros bem mais velha do que ele, enquanto outra, loira dos olhos azuis colocava uvas em sua boca e uma terceira, de cabelos ruivos vivos o abanava com um leque.
Mas que...que...
- Boa tarde, Princesa - disse ele - A que devo a desonra da sua presença   ?
- Saiam - ela disse se segurando para não gritar - Saiam todos, exceto Dorote e Severo. - Elas não precisaram ouvir duas vezes. Logo estavam fugindo pela grande porta. - Agora, eu vou ser prevê.
  Ela se dirigiu até a mesa no fundo do quarto, Dorote correu até lá e puxou a cadeira para que pudesse sentar. Ela ajeitou os papéis em cima da mesa e o olhou com um olhar muito frio para uma garota de 6 anos :
- Sente-se Harry.
- Mas essa é minha mesa. - retrucou.
- Mas o palácio é meu - retrucou ela de volta sem alterar o tom. - Quando mais rápido você cooperar mas rápido eu vou embora. 
- Tudo bem - ele cedeu de má vontade. - O que você quer falar comigo de tão urgente ?
- Eu tenho uma proposta para você - Começou ela - Esse acordo vai garantir que nos anos em que você viver aqui, nos não vamos precisar  nos encontrar nem uma vez sequer.
- Ah é ? - perguntou ele interessado e duvidoso. Essa garota só pode ter enlouquecido, pensou ele  - E como você sugere isso ?
- Seu quarto fica no lado oeste, e o meu no leste. Por tanto, proponho o seguinte... Você fica com a parte oeste do palácio e eu com o lado leste. Todas as coisas que tem no meu lado tem no seu e todas do seu lado também tem no meu. Assim nunca vamos precisar nos ver.
- E nas refeições e nos bailes ? E seu pai ? Ele está de acordo ?
- Sim, ele está. E quanto as refeições, um mês sim e um mês não, você come no salão de refeições e eu no quarto e assim vise versa. E quanto aos bailes. Um deles eu vou, e no outro você vai. O que acha ?
Ele passou a mão pelos cabelos cacheados e olhou para Severo.
- O que você acha, Severo ?
- Acho um acordo bastante justo e previne dor de cabeça para ambas as partes.
- Concordo. Onde eu tenho que assinar ?
- Aqui.
Respondeu ela estendendo o papel e a caneta.
- Mas - disse - se você quebrar uma das regras vai sofrer consequências.
- E você ? - perguntou ele com a caneta 1 centímetro longe do papel.
- As mesma regras se aplicam a mim. E vai ter servos vigiando você a todo estante, então se você puder os pés no lado leste, eu vou saber.
- Vou ordenar o mesmo aos servos do lado oeste. -
Ele balançou a cabeça previamente e assinou os papéis. Era bobo, e do ponto de vista de todos, uma brincadeira de criança. Mas para aqueles dois era como se uma lei mundial estivesse acabado de ser selada.
A Princesa se levantou e entregou os papéis a Dorote se sentindo leve e feliz outra vez. Um problema a menos.
- Vai ser um prazer nunca mais ver você novamente.
- Igualmente.
E assim, ela se despediu de Severo e andou calmamente até seu quarto aproveitando para olhar todos os detalhes do lado oeste uma ultima vez.

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⏰ Última atualização: Sep 11, 2015 ⏰

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