As brigas e um anjo

26 3 0
                                    

Os dias se passavam e o casamento da minha mãe com o Carlos chegava ao fim, eles não eram mais felizes e faziam com que todos ao seu redor fosse também, as brigas pioravam com o passar dos dias, minha mãe saia e nao voltava pra casa, e quando voltava era briga em dobro, até que as brigas verbais começaram ser brigas físicas, eu não tinha paz, eu tinha pavor em fechar meus olhos, pois eu imagina que um dos dois iria morrer, era tanta palavra de baixo nível, a casa dos sonhos virou um inferno , tudo estava quebrado, nossa casa ia para leilão pois minha mãe tinha perdido o emprego e o Carlos não comprava mais nada nem pagava o condomínio nem o financiamento da casa que faltava, minha Avó foi embora morar com minha tia e o Carlos também foi embora por um tempo, minha mãe só queria saber de ficar presa no quarto olhando pro nada ou dormindo, ela estava em depressão com medo e preocupada .

Conheci a Girlene, ela veio da bahia para o Rio de Janeiro com sua irmã Angelita, o restante da sua família ficou na bahia, a Girlene era uma grande mulher que me ensinou muito sobre a vida, sobre respeito, honestidade e ser uma pessoa sempre melhor, ela me ajudava muito enquanto a minha mãe viva um pouco distante.

A Gi, me contou sobre suas histórias , falava sobre siri catado que tinha na Bahia, da suas brigas de adolescente, da alergia que ela tinha a qualquer esmalte e lapis de olho, tudo precisava ser específico para sua alergia, eu adorava ir pra sua casa, ela fazia massagem de abacate no meu cabelo, pintava minhas unhas, e fazia sempre comidas gostosas, cachorro quente era de lei todas as tardes, ela dizia que me considerava como a filha que ela nunca teve, a Gi falava muito da mãe, que ela sentia falta, que morria de saudade, que não via a hora de abraçar a mãe novamente, afinal tinha dez anos que ela não há via.

Ela orientava muito o Carlos a lutar pelo casamento, para ter mais calma, mas a minha mãe quase não estava em casa, ela estava decidida a se separar, o Carlos tinha voltado pra casa ele ainda tinha esperança, mas minha mãe evitava está em casa quando ele estava, ela queria a separação de qualquer jeito, mas ele não aceitava, mandava ela sair e assim vivíamos .

Estávamos indo para igreja eu, o Carlos, meu irmão Lucas, Girlene o seu esposo, sempre voltamos cantando, Oh glória hoje eu sou a irmã vitória , meu irmão já cantava pequenas partes dessa música, era engraçado .

As brigas continuaram e o Carlos saiu novamente de casa com isso não tínhamos mais o que comer, Estávamos sozinhas, minha mãe não tinha um real, começamos a catar ferro velho, vendemos tudo e compramos comida mas não durou muito, minha mãe tinha um cartão de crédito de 1.000 reais fomos ao mercado e gastamos o limite todo comprando comida, ficamos super felizes tínhamos comida por bastante tempo .

Uma vida uma chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora