Capítulo 1: Dias de um Futuro Esquecido

439 17 6
                                    

Ela simpatizava com a ideia de De Volta Para o Futuro. Viajar pelo tempo em um DeLorean. A de Star Trek era ainda mais tentadora e complexa: viagens no tempo por meio de buracos negros e dobras temporais. O conceito de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido também não era nada mau: sua consciência enviada para o seu corpo mais jovem no passado. Mas a de Doctor Who era, de longe, a melhor de todas as teorias: viajar para épocas remotas dentro de uma Tardis.

Simmons havia exposto todas essas teses de viagens no tempo apresentadas em séries e filmes para Fitz. Ele a encarou com desaprovação, dizendo que ela não o estava levando a sério.

E não estava mesmo.

Toda aquela obsessão de Fitz por uma máquina que permitia viajar para o futuro não parecia normal. Nem mesmo para ele.

E Fitz estava irritado com os comentários e referências de Simmons. Sinceramente, que mania irritante de consultar seu repertório de sci-fis sempre que ele surgia com uma ideia interessante.

Primeiramente ele tinha severas críticas a fazer a Star Trek, X-Men e Doctor Who do ponto de vista científico. Ele apontava as inúmeras incoerências e furos nos roteiros, enquanto Simmons se limitava a revirar os olhos e tapar os ouvidos. Bastava falar mal de Doctor Who para vê-la irritada. Fitz dizia que apenas De Volta Para o Futuro se tratava de uma obra realmente impecável. Todo o resto estava equivocado. Mesmo que ele curtisse ver Doctor Who - apenas como entretenimento, não como uma obra de precisão científica.

Ademais, ele estava falando sobre uma máquina que poderia levar ao futuro. Não ao passado como a maior parte dos exemplos que ela citou.

- E qual é a necessidade de se viajar para o futuro? – questionou Simmons.

- Muito simples. O que você fizer no futuro não terá nenhum impacto sobre o seu presente. O que todos esses seus filmes e seriados mostram são personagens alterando o passado de modo a mudarem também o presente... ou futuro. Não é o caso aqui.

- Então qual é o objetivo?

- Conhecer o futuro. O que te espera. Você não tem essa curiosidade?

- Não. De jeito algum. Não quero saber o que o futuro me reserva. Como todo mundo, sinto receio de ver o futuro e descobrir que não cheguei aonde eu realmente queria. Então, tudo o que eu fizer no presente será em vão e eu vou ser uma pessoa eternamente depressiva

- Ou você pode dar uma espiada no futuro, não gostar do que ver, voltar para o presente e tentar mudar isso. Seguir outro caminho. Consegue compreender meu raciocínio...? Oh, é claro que você consegue. É muito simples, Jemma. Nada é definitivo. Nada está gravado em pedra. Não existe isso de destino. Nós podemos escolher o que queremos fazer de nossas vidas.

- Esse é o objetivo, então? Espiar o futuro para saber o que não devemos fazer no presente, de modo a ter um futuro diferente?

- Isso.

- Hmm... a sua defesa foi excelente. Mas de qualquer modo, acho difícil que alguém vá se interessar. Quer dizer, o grande barato de tudo é acordar sem saber o que o dia nos reserva. É isso que nos leva a correr riscos.

Fitz levantou a cabeça e a fitou com uma expressão estranha.

- O que foi?

- Você não gostava de correr riscos. Você era a garota certinha que seguia as regras... De repente, topa até mesmo se infiltrar na Hydra...

Simmons baixou o olhar.

- Você ainda está bravo comigo por isso? Por ter partido daquela vez?

Questão de QuímicaOnde histórias criam vida. Descubra agora