Capítulo 7

8 0 0
                                    

Assim que cheguei em casa e minha mãe viu o gesso no meu braço ela 1)quase desmaiou de preocupação, 2)quase me matou por não ter avisado, 3)fez brigadeiro pra gente comer.
Passei o resto do dia de bobeira no sofá, assistindo algumas séries que estavam atrasadas por causa da faculdade, estava precisando me dar uma folga, até porque como que eu ia escrever alguma coisa com o braço direito engessado? Meio impossível.
Acabei pegando no sono umas seis da tarde, mas quando finalmente estava começando um sonho lindo que eu conhecia o tal do senhor cheiroso, sinto alguém me cutucando, e chamando meu nome, acabei acordando assustada, e quando consegui focar a visão na pessoa, era o Túlio, fiquei assustada porque a)ele não avisou que ia na minha casa,b)ele não conhecia minha mãe,c)ele tinha vergonha até de ir comprar uma pipoca, imagina conhecer minha mãe.
Perguntei na hora o que ele foi fazer lá, e ele disse que foi saber se eu tinha feito o plano de aula de basquete, porque a Clarice tinha dito que eu ia fazer, e ele queria ver pra na segunda já saber o que ia passar pra turma. Eu tinha esquecido completamente do plano de aula, a Clarice ia me matar quando soubesse que eu não tinha feito nada, nem ao menos pesquisado um passe se quer, o Túlio percebeu logo que eu não tinha feito uma linha se quer do plano, disse que ia me ajudar e que eu não me preocupasse que ele faria tudo, e já estava virando as costas para ir embora quando mibha mãe apareceu com uma bandeija de sanduíches e balas de fini, e quando viu que o Túlio já queria ir embora, fez a maior questão para que ele ficasse.
-Túlio, eu não me sentir bem deixando todo o plano pra você fazer, já que você já está aqui- Mãe, trás meu notebook, por favor-a gente pode fazer ele juntos e fica tudo certo,pode ser?
-Eu não quero incomodar Beca, sua mãe pode achar chato eu ficar na sua casa até tarde.
-Ah Túlio, deixa de bobagem, minha mãe nem se importa mesmo-ela chegou na sala justamente nessa hora trazendo o notebook-Mãe, você não se incomoda do Túlio ficar aqui fazendo o trabalho né?
-Claro que não Be, quantas vezes você e o Guto, ou o Júlio ficaram aqui fazendo atividades, e tantas vezes eu nem estava em casa, eu confio em voce Rebeca, você sabe disso.
-Escutou bem não foi Túlio?-Que ficou vermelho quando disse isso-Agora podemos finalmente montar esse plano?
Começamos a trabalhar no plano de aula e nem vimos a hora passar, quando terminamos já era bem tarde, e assim que imprimimos e o Túlio copiou tudo, ele foi embora e eu fui dormir.
Acordei no outro dia, 7 da manhã com a Clarice me ligando pra saber se estava tudo certo, falei que sim, que o Túlio estava com todo o material e que eu não ia poder fazer nada com a bola porque estava com o braço engessado, que ia deixar eles na mão essa vez. Assim que ela desligou fui tomar o antiinflamatório, porque foi acordar e meu punho começou a doer muito.
Liguei pra o Guto, e pedi pra ele ir me buscar pra levar na faculdade, porque era totalmente sem condições pegar ônibus s ter como segurar direito e com pessoas super educadas que te dão o lugar, ou até mesmo pegam tua bolsa, o Guto acabou cedendo, mesmo que só fosse ter aula às 15 hrs, passou pra me pegar ao meio dia.
Percebi que ele estava meio estranho, mais calado que o normal e com olhos tristes, na hora decidi ligar o rádio pra cortar o silêncio, e tava tocando uma música muito linda, e que eu amo e achei que em partes, não toda, tinha haver com o Gu, tava bem no começo cantando:
"Olhos tristes não combinam contigo, a tristeza não foi feita pra você, porque você nasceu pra mim"
Quando eu já estava me empolgando com a música o Guto desligou o rádio, porque também não estava afim de música, que só queria silêncio mesmo.Na hora tive vontade de duas coisas : 1)Ligar o rádio de volta, 2)Descer do carro e ir pegar o ônibus. O Guto tava realmente muito estranho, e eu não tava me sentindo bem por tá perto dele daquele jeito. Finalmente ele quebrou o silêncio, mas só pra dizer que tínhamos chegado ao meu departamento, agradeci, desci do carro e logo de cara encontrei o Túlio na mesinha da lanchonete, ficamos conversando e revisando o nosso plano de aula. Por volta das 14:30 a Clarice chegou e foi junto com o Túlio buscar o material, já que eu não tava podendo fazer isso.
Apresentamos a aula, que de início foi uma tragédia, mas depois foi ficando ótima e o professor gostou bastante de como conseguimos mudar a situação da aula e que com certeza íamos tirar uma boa nota.
Voltei pra casa, dessa vez caminhando com o Túlio, o Guto me ofereceu carona, mas eu ainda tava achando ele meio estranho e não ia me sentir bem, porque por mais que eu perguntasse o motivo ele não ia me dizer, e fica quase impossível ajudar uma pessoa quando ela não quer ser ajudada.

AmorizadeOnde histórias criam vida. Descubra agora