Dedicatórias e outras explicações

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O início é sempre complicado, mas depois que a gente vai desenrolando as palavras tudo fica mais fácil. Ás vezes acontece isso em situações da vida, o início de alguma decisão, o início de algum pensamento, relacionamento, o início do fim, parece tão complicado começar. Mas então vem o desenvolvimento, é aí que você libera as palavras, libera a emoção, o sentimento, é aí que você se explica, fica até com receio de estar indo rápido demais, ou de estar tudo tão longo que fica com medo de não ter fim, mas sempre tem, sempre tem um fim. A conclusão pode ser simples ou não, depende de seu espírito, seu espírito é justo e tem a vontade de terminar de maneira equilibrada, tudo bem, seu espírito não gosta de despedidas, ele vai concluir as coisas da maneira mais rápida possível, seu espírito não quer terminar de maneira alguma, o desenvolvimento tende a durar por anos, décadas, séculos... Mas um dia a conclusão chegará de forma bruta, vai te espancar, deixar marcas até você cair morto.

Estou no início, e é complicado começar algo qual eu nem sei o objetivo ainda, se é que há algum objetivo. Quer dizer, escrever é parte de mim, é como eu me expresso, como me liberto de um mundo banal, mas fora isso não há outra finalidade, é um ato de extremo egoísmo, eu libero minha dor, meu pensamento, minha ideia, meu mundo, meu interior, minha essência, tudo que envolve minhas palavras é o egoísmo de minha pessoa, tudo tem a ver com o meu olhar sobre as coisas, o que eu acho de você, dele e dela, daquilo e daquele outro. Entende?

Meus contos são partes de mim, parte de meu egoísmo, como um quebra-cabeça, se juntar todos eles você tem uma imagem completa de meu ser e até mais um pouco do que apenas a imagem.

Dezessete contos em dedicatória a cada ano qual vivi, dedicatória ás minhas alegrias e dores, aos fracassos e vitórias, em dedicatória a família, amigos, acontecimentos, contos em dedicatória a vida.

É irônico o fato que eu escreva para a minha libertação, porém dedico as palavras a outros. Penso eu que no final de tudo nem meus atos egoístas revelam que um dia o ser humano será capaz de viver com apenas seu próprio eu. No final de tudo ainda espero pelas aprovações e reprovações externas.

Serão contos simples que escondem um pouco de mim, talvez você me encontre ou talvez não, esse não é o importante para mim no momento, o importante é que eu me sinta não-perdida e que você,talvez só um pouquinho, se encontre nessas palavras qual costumo me esconder.

Dezessete ContosOnde histórias criam vida. Descubra agora