"Passei apenas um dia fora de casa, mas a sensação é que se passaram semanas", disse Benjamin para sua mulher.
"Saudades de casa, querido? Mas foi só um dia", questionou Susan.
"Na verdade não, é só essa sensação mesmo, estranha, um pouquinho nostálgica", respondeu ele.
Ela sorriu, e esse sorriso dela é a coisa que ele mais gosta, após isso se beijaram rapidamente e ela saiu.
Susan saiu da sala e foi para o quarto, trancou a porta e pegou uma caixa que estava num fundo falso debaixo da cama. Abriu a caixa e tirou de lá peças de um traje de balé. Estava bem conservado, apesar de ter muito tempo já, por volta de 13 anos. Ela tirou a roupa e colocou o traje. Começou a dançar, sem nenhuma música, mesmo assim não deixava de ser belo, mesmo após anos, sua delicadeza ainda era a mesma, seus passos tinham uma leveza invejável para um bailarina mais jovem.
De repente ela escuta gritos vindo da cozinha.
"Você é louco, Danner?", gritou Benjamin com seu filho, "Quer pôr fogo na casa"?
"M...mas...mas eu...", tentou argumentar o garoto.
"Mas nada seu peste, agora você vai ter o que merece!", Benjamin estava com a expressão extremamente furiosa e começou a tirar os cintos da calça.
Susan destranca a porta rapidamente e corre até a cozinha, quando se depara com o Benjamin acertando o cinto no Braço de Danner.
"Não faça isso seu louco!", gritou Susan em tom desesperador, e puxou o garoto antes que lhe fosse acertado o cinto novamente.
"Não se meta, Susan, estou educando nosso filho, já que você só sabe passar a mão na cabeça dele. A propósito, porque você está vestida assim? Já disse pra jogar essa porcaria no lixo, não quero você usando isso, você prometeu jogar joga e não cumpriu com sua palavra. Você também terá o que merece", então ele acertou o rosto de Susan com o cinto e de repente sentiu uma pancada na cabeça. O Danner tinha lhe acertado uma panelada.
Susan com o rosto sangrando, pega uma chave na gaveta do armário e joga para o Danner.
"Dan, pegue e arma no criado mudo da sala e me entregue, rápido!"
O garoto então dispara em direção a sala, mesmo com as mão tremendo, consegue abrir a gaveta da escrivaninha e pegar a arma, mas seu pai o agarrar e pega a arma e vai em direção a cozinha."Quer me matar, sua desgraçada? Pena que não é muito esperta, por isso irá morrer!", Benjamin já estava bem insano, apontando a arma para Susan.
Ela já não sabia mais o que fazer, o desespero estava bem estampado no seu rosto.
"Não machuque minha mãe!", apareceu o garoto correndo com um vaso de vidro nas mãos.
"Cuidado, Dan!", alertou Susan.
Então o garoto joga o vaso em direção ao pai, que dispara contra o vaso, quebrando ele e a bala acertou o teto.
"Sua peste!", berrou Benjamin.
Com essa distração, Susan aproveitou e jogou uma panela na direção de Benjamin, que acerta parte do seu rosto e ele cai, e permaneceu tonto por uns segundos. Aproveitando que seu pai estava tonto, pegou a arma que estava caída do seu lado e foi de encontro com sua mãe, ficando na frente dala.
"Largue isso, essa arma não é um brinquedo, não tem que estar com você", disse Benjamin levantando se apoiando na mesa.
"Apenas um passo em nossa direção, se fizer não vou hesitar em disparar!", gritou Dan, apontando a arma com as mãos trêmulas contra Benjamin.
"Você não teria coragem de atirar em mim, aliás, nem atirar você sabe", exaltou Benjamin com um tom sarcástico.Então Benjamin começou a se aproximar deles, com pequenos passos. Dan ainda com as mãos trêmulas não disparou e seu pai cada vez mais perto.
"Fuja e se esconda, Dan!", aconselhou sua mãe.
"Não, mãe. Não vou te deixar sozinha!", respondeu Dan.
Benjamin já bem perto deles, tenta pular em cima de Dan para pegar a arma, mas três disparos tornou inútil seu ato. Um tirou acertou o pescoço, os outros dois o seu peito.
Susan começa chorar, mas não era um choro de tristeza, e sim de alívio, o homem que lhe humilhava por 13 anos, agora já não era mais um problema pra ela.
"Dan, a polícia irá chegar em instantes, se eles souberem que você matou seu pai, eles vão te matar, você sabe as regras daqui", avisou Susan preocupada. Ela pega a arma e vai até a sala, joga a arma na lareira e coloca mais lenha.
"Você vai para o quarto, vai se comportar como se não tivesse saído de lá enquanto isso aconteceu", ordenou ela.
"Mas mãe, eles vão culpar a senhora!", disse o garoto começando a chorar.
"Fique tranquilo, isso faz parte do plano, se você levar a culpa, será morto, e esse não é o meu caso. Você sabe muito bem que aqui a punição paras as mulheres é só a prisão"
"E o que vai acontecer comigo? Não quero ficar longe da senhora!", Dan abraço Susan, mas ela o solta logo e leva ele ao quarto e pede pra ele trancar por dentro.O barulho da sirene começa a se aproximar da casa dos Castle.
Dois policiais arrombam a porta e começam a andar pela casa.
"Dr. Benjamin Castle, é a polícia!", disse um dos policiais com tom de aviso.
Eles chegam na cozinha e se deparam com o Benjamin no chão e Susan sentada numa cadeira. Ela estava bastante pálida com parte do rosto com sangue.
"O que houve aqui, Senhora Castle?!", perguntou um dos policiais.
"Eu matei meu marido antes que ele me matasse!" respondeu Susan.
"Leve ela e chame o pessoal da perícia", ordenou Stephan, para o outro policial, o Tristan.
Tristan levou Susan e Stephan continuo caminhando pela casa, até que viu uma porta fechada, tentou abrir, mas estava trancada.
"Quem está aí? Abra a porta, é a polícia!", avisou o policial batendo da porta.
"Sou o Danner Castle", respondeu o garoto com voz trêmula.
"Ah, o filho do Dr. Benjamin", cochichou o policial.
"Abra a porta, você precisa me acompanhar, você não pode ficar sozinho aqui e também tenho umas perguntas pra te fazer"
Dan não saiu da cama, na verdade ele não queria abrir a porta.
"Abra a porta garoto, não dificulte as coisas ", insistiu o policial.
Após um minuto de silêncio, Stephan não vê outro jeito a não ser arrombar a porta, e fez. Tomou um pouco de distância e com apenas um chute, colocou a porta abaixo.
"Desculpa, mas você não me deu escolha. Precisamos sair daqui, você não pode ficar sozinho aqui, e como já disse, você tem que responder algumas perguntas. Vamos!"
Stephan sai do quarto. Dan levanta lentamente da cama e segue o policial.
O pessoal da perícia estava na sala. Grupo composto por cinco pessoas, uma mulher e quatro homens. Estavam conversando quando pararam quando o Stephan estava saindo com o garoto.
"Quem são eles?", perguntou Dan, para o policial.
"Eles são da perícia, vão avaliar o que aconteceu aqui, irão fazer uma análise minuciosa sobre o ocorrido", respondeu o policial.
Stephan abre a porta da viatura e acena para Dan entrar. Cabisbaixo o garoto entra no carro, em seguida o Stephan. Eles partem em direção a delegacia.