Capitulo I

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"JULIETA — Ai de mim!
ROMEU — Oh, falou! Fala de novo, anjo brilhante, porque és tão glorioso para esta noite, sobre a minha fronte, como o emissário alado das alturas ser poderia para os olhos brancos e revirados dos mortais atônitos, que, para vê-lo, se reviram, quando montado passa nas ociosas nuvens e veleja no seio do ar sereno.
JULIETA — Romeu, Romeu! Ah! por que és tu Romeu? Renega o pai, despoja-te do nome; ou então, se não quiseres, jura ao menos que amor me tens, porque uma Capuleto deixarei de ser logo.
ROMEU (à parte) — Continuo ouvindo-a mais um pouco, ou lhe respondo?"


  - Espera, aí! – A sra. Parson, professora de Literatura, disse interrompendo pela milésima vez o ensaio. – Jonathan, coloque mais entonação na sua fala, você precisa encarnar o personagem. Se continuarmos assim vai parecer mais um diálogo entre você e seus colegas do que uma peça de Shakespeare.

O garoto sacudiu a cabeça, concordando com a mulher, e fechou os olhos como se tentasse se concentrar.
Estavam presentes no auditório todos os alunos do terceiro ano que haviam se disposto, ou sido obrigados, a apresentar a peça de teatro daquele ano: Romeu e Julieta.  

 Para Sophia não seria esforço nenhum, desde pequena encontrara um talento nato e uma paixão por estar em cima dos palcos interpretando e criando personagens. Era seu destino! Aceitara de primeira o papel principal e se sentia entusiasmada por estar presente em todos os ensaios. Havia apenas uma coisa que fazia todo aquele sonho se tornar pesadelo. E essa coisa tinha nome e sobrenome: Harry Styles!  

  - Se quiser, eu posso fazer o Romeu, professora. – Harry disse enquanto subia no palco com seu jeito maroto. Aproximou-se de Sophia, que permanecia em seu posto e apenas rolava os olhos. – Eu tenho dons para o teatro se vocês ainda não notaram... – Fez cara de galã e logo soltou uma gargalhada.

- Cai fora, Styles! Nem que me pagassem eu faria uma cena romântica com você. – Sophia cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha, tentando parecer indiferente e controlar a raiva que começava a crescer dentro de si.

Sra. Parson ignorou os dois garotos e se aproximou de Jonathan para dar-lhe algumas instruções, enquanto o restante da turma voltava a se distrair com seus afazeres.   

  - Ah, não? – Harry disse enquanto voltava a se aproximar de Sophia. Também não era fácil para ele estar ali, mas ele não era do tipo que se deixava render por uma garota. – Eu sei que você não aceitou contracenar comigo porque eu te faço perder a cabeça.

- Não me faça rir, Styles. Você sabe muito bem que as vagas do teatro eram para pessoas e não para vermes. – Sophia o olhou de cima abaixo e virou-se de costas. 

- Por que essa raiva toda, minha gente? – Niall se pronunciou, enquanto saía de perto das cortinas, ao ver que os dois não parariam de discutir e a professora acabaria perdendo a paciência, assim como acontecia em todos os ensaios. 

- Você ainda pergunta? Todo mundo sabe que Harry Styles é a pessoa mais abominável do mundo. – Sophia respondeu, rolando os olhos mais uma vez e Niall passou um braço pelos ombros da prima.

- Claro! – Harry sorriu ironicamente. - Porque fui eu que...  

  - Cala a boca! – Sophia gritou interrompendo-o e chamando a atenção de todos que estavam no auditório.

- Todos vocês aí, vamos parar com a discussão. – Gritou a professora de Literatura, batendo as mãos na beirada do palco. – Agora estamos ensaiando e não decidindo quem tem raiva de quem. Niall e Harry, desçam já daí. Sophia e Jonathan, sigam com a cena... – Virou-se e começou a caminhar em direção à porta do auditório sem parar de falar. - Mais entonação, mais entonação... 

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