MARY

Capítulo 1 - O início

Era mais uma manhã de inverno, Mary acorda com o despertador, já estava no seu último ano do colegial, estava ansiosa para a formatura, ela pega o celular e verifica o wattsapp, havia cerca de quinhentas mensagens, um número bem considerável para quem não abria o aplicativo a dois dias, ela desce as escadas e vai até a cozinha, ao abrir a geladeira vê um bilhete deixado por seu pai, o senhor Michael Macharthur, o bilhete dizia para Mary chegar o mais rápido do colégio pois eles tinham um assunto para resolver, curiosa e preocupada a garota resolve ligar para o pai, porém só dava caixa postal. Ela desiste de beber sua refeição e sai apressada para a escola, no meio do caminho ela avista uma garota magra, alta e de cabelos loiros, Jessika Rizzi. As duas caminham juntas, Jessika olha para Mary e vê o quanto estava preocupada então pergunta:

- Mary, está tudo bem? Você parece um pouco distraída.

- ah Jessika, você sabe, último ano, formatura, nova etapa de vida, isso tem me deixado preocupada.

- Tem certeza que é somente isso? Algo me diz que tem outra coisa te perturbando. Já sei, é algum gatinho da escola?

- Não! Claro que Não! Quem dera se fosse isso!! Na verdade é meu pai, ele disse que precisa falar algo comigo, tentei ligar mas só cai na caixa postal, e eu detesto quando o Michael começa a criar enigmas, nunca é coisa boa.

-Mary! Eu acho tão estranho você chamar seu pai pelo nome, se eu fizesse isso com o meu pai, ele me expulsaria de casa!

- Na verdade, Michael não é meu pai, eu sou filha adotiva.

Jessika, ao ouvir aquelas palavras, fica surpresa, pois não sabia que Mary era filha adotiva. Mary continua caminhar deixando Jessika para trás e chega até a escola. O professor já estava aguardando os alunos na sala de quimica, Mary chega atrasada, veste seu jaleco, coloca suas luvas e começa a misturar substancia, uma colega que estava ao lado se distrai e corta a mão com o tubo de ensaio, ao ver o sangue Mary enche a boca de água, uma sede incontrolável toma conta de seu ser, ela tinha vontade de avançar na garota e drenar o seu sangue até a última gota, Mary, atordoada e para proteger a garota, sai da sala e vai para o banheiro, ela se olha no espelho e vê seu rosto transfigurado, ela respira fundo, estava ficando cada vez mais difícil controlar sua sede por sangue, controlar seus instintos de vampira.

Ela dá um soco no espelho, estava desapontada, estava nervosa, uma raiva toma conta dela, ela ouve o som de descarga no banheiro, ela ouve o som das batidas do coração, ouve o sangue fluir nas veias. Quando a porta do banheiro se abre , era Caroline, a chefe de torcida, Mary a olha, tinha o desejo de rasgar a garganta da garota, mas se contenta e sai correndo da escola, caminha desesperada até em casa. Ela caminha até a cozinha, abre a geladeira e enche um copo com sangue, bebe em total desespero, ao sentir o liquido fluir em seu corpo, ela se acalma, sobe as escadas e vai para seu quarto, deitada na cama e frustada por perder mais um dia de aula, ela pega seu diário e começa a escrever:

Lousiana- 01 de Dezembro de 2014

"Querido diário, hoje foi mais um dia difícil, está ficando cada vez mais impossível não matar alguém, a sede de sangue tem aumentado a cada dia mais, Michael diz que é a minha idade e só de pensar que terei a aparência de 17 anos para sempre, isso já me dá arrepios, eu sinceramente não sei o que fazer. Estou ansiosa, Michael diz que precisa resolver um assunto comigo, e eu odeio quando ele começa a fazer aqueles joguinhos de adivinhação. Espero logo achar uma solução para o meu problema, ou eu serei capaz de matar a escola inteira."

Após escrever em seu diário, senta na beirada da janela e observa a neve cair, se sentia sozinha. Mary pega um fone de ouvido e sentada na janela ouve sua banda favorita, e se perde em meio aos seus pensamentos, chega a adormecer encostada no vidro. Ela começa a sonhar, sonha que estava correndo em uma floresta e encontra um enorme lobo negro de olhos amarelos, o lobo a encara, mas não a ataca, Mary acorda ao ouvir a voz de seu pai Michael.