Shot In The Dark

Sweet Nineteen

Eu sempre quis ser uma detetive. Os meus motivos são os mais variados possíveis.

Minha mãe foi assassinada na minha frente quando eu tinha quatro anos e, felizmente, eu apenas me lembro de alguns flashes, mas mesmo assim as pequenas memórias me assombram toda vez que deito na cama para dormir.

Afastei todos os pensamentos que estavam pairando em minha cabeça, me olhei no espelho e sorri.

Eu estava indo para a minha festa de aniversário de dezenove anos e lugar onde me promoveriam para um cargo maior na FBI. Depois de tanto esforço e trabalho duro deste ano de estágio, nada mais justo eu conseguir colocar a mão na massa e sair do escritório. Agora eu finalmente poderia encontrar ele, Matthew Bones, um dos maiores serial killers da atualidade. Na minha opinião é um cara sem caráter e coração. Mata qualquer um pela frente para conseguir o que quer.

Ele é meu alvo.

- Senhorita Moore? - Lisa, a empregada, me chamou em meu quarto. - Seu pai está te chamando. Seus convidados já começaram a chegar.

- Obrigada Lisa, o avise que já estou descendo. - sorrio e ela faz o que peço.

Arrumei meu vestido uma última vez e respirei fundo, tomando coragem para abrir a porta.

- Anne, querida! Como você está linda! - tia Penny falou assim que me viu descendo as escadas em direção ao primeiro andar.

- Obrigada tia. A senhora também não está nada mal. - ri junto com ela e a abracei. Seu perfume invadiu minhas narinas. Gostava desde criança sentir esse perfume, pois me lembrava o cheiro de minha mãe.

- Finalmente a aniversáriante chegou - disse meu pai com seu sorriso galanteador.

Ele era a pessoa que eu mais amava no mundo e era certamente um homem maravilhoso. Por onde passava, arrancava grandes suspiros de todas as mulheres presentes. Seus olhos eram azuis e seus cabelos pretos, ambos como os meus.

- Como você está se sentindo? - ele me pergunta enquanto me abraça de lado e começamos a andar juntos pelo hall.

Olhei para os lados e observei todos que estavam presentes.

Minha família não era muito grande e o pouco que tinha não vivia em Nova York como eu e meu pai, então apenas tia Penny, tio Gordon - que era seu marido - e seus filhos Molly e Lucas estavam lá. Observei bem quem eram meus outros convidados e cerca de 90% fazia parte de agencias como FBI ou CIA, que meu pai quando jovem trabalhou.

Minha infância foi vivida em ambientes como estes e acabei estudando em casa toda minha vida acadêmica. Estava fazendo faculdade de direito em Yale, onde agora estava em recesso.

- Ótima. - parei de andar e me posicionei em frente a meu pai - Na verdade, estou me sentindo muito bem. Nunca esperei tanto por um dia como esperei por hoje. Tudo o que sempre quis na vida se realizará hoje, e não sei como reagir a isso. E você?

- Eu estou bem - ele sorri e passa a mão pelo meu rosto - Hoje é um dia importante para mim também filha. Você é tudo o que eu tenho e eu estou muito orgulhoso de você - ele diz e eu sorrio.

- Obrigada pai. - o abraço forte, sentindo meu coração acelerar - Eu te amo muito.

- Eu também minha pequena - ele sussurra em meu ouvido.

- Agora acho que preciso continuar a cumprimentar meus convidados, né? - eu pergunto sorrindo nervoso.

- Agora eu acho que você devia subir lá e agradecer todos. - ele diz e indica o lugar com a cabeça.

Eu assinto e sigo para o pequeno palco que se instalava mais ao lado da escada. Lá tinha um piano e um pianista que estava tocando minha sinfonia favorita de Bach. Subi ao palco com a ajuda de um dos garçons que circulavam pelo local.