O Assalto

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Harry

Acordei com uma luz forte invadindo o quarto. Perfeito, esqueci de fechar a cortina. Me xinguei mentalmente por isso, detesto claridade logo de manhã cedo. Quando me acostumei com a claridade, levantei da cama cambaleando por conta do sono. Entrei no banheiro e fiz minha higiene matinal. Voltei para o quarto e me joguei novamente na cama. "De onde saiu tanta preguiça?", pensei. Tateei minha cama até achar meu celular que estava de baixo do travesseiro.

WhatsApp 157 mensagens de 13 conversas

Rolei os contatos e abri as 10 mensagens de Liam.

Liam

preciso de carona amanhã
(enviada ás 20:00)

Harry?
(enviada ás 20h30)

vou te esperar, não se atrase!
(enviada ás 20:50)

Harry você morreu?
(enviada ás 21:30)

Okay você morreu
(enviada ás 22:00)

volte das profundezas do tártaro e me responda!
(enviada ás 23:00)

volte Jack, volte
(enviada ás 00:00)

Ou você dormiu, ou está com alguém (aquela carinha)
(enviada ás 00:30)

nem pra avisar ao melhor amigo né? Okay tchau não se atrase amanhã!
(enviada ás 00:40)

Revirei os olhos e guardei o celular, se eu me atrasar ele me mata!
Fui ao guarda-roupa e peguei uma calça preta meio apertada e uma blusa preta do Rolling Stones que deixa minhas tatuagens do braço a mostra e um tênis.
Passei na cozinha e bebi um pouco de suco. Peguei as chaves do carro e desci para garagem. Mandei uma mensagem para Liam antes de entrar no carro avisando que já estava saindo. Entrei no carro e segui em direção á sua casa, parei em frente da mesma e buzinei. Logo entrou no carro com uma cara nada boa.

- Vish... TPM? – sorri e lhe entreguei o roteiro das suas aulas que ele me mandou pegar na faculdade.
- Cale a boca, Harry! – pegou o papel brutalmente de minhas mãos e fechou a porta com força.
- Nossa okay! – pus a mão no peito me fingindo de ofendido e ele riu.

Fomos o resto do caminho em silêncio.

- Você tem aula agora? – perguntei ao entrarmos na faculdade.
- Não, só daqui á alguns minutos – deu de ombros.
- Ah... Ok, tenho que ir – falei ajeitando a bolsa no ombro.
- Vai pro banco hoje? – perguntou.
- Trabalho é trabalho – respondi enquanto me afastava.

Segui para o terceiro andar, sala 27. Minha primeira aula do ano seria sobre percepção musical.
Quando cheguei, a aula já havia começado. Sentei na primeira fila e comecei a anotar o conteúdo que a professora estava escrevendo na lousa.


***

Eu e Liam estávamos indo almoçar em um restaurante próximo á faculdade. Fizemos nossos pedidos e esperamos o garçom traze-los.

- Cara – Liam puxou assunto – , tem um garoto na minha turma de artes bem interessante.
- Nossa como você é puta!
- O nome dele é Zayn Malik, tem um estilo meio gótico, bad boy...
- Não quero saber do seu futuro peguete – falei revirando os olhos.
- Tudo bem, também não te falo mais nada! – falou ofendido.
- Desculpa – falei rindo.

***



Cheguei em casa por volta das 13:00, tenho que estar no banco daqui duas horas.
Subi para o meu quarto e separei meu uniforme em cima da cama, fui para o banheiro e tomei banho. Vesti meu uniforme, peguei minha mochila coloquei meu celular dentro e fui para o carro. O banco fica do outro lado da cidade, demoro cerca de uma hora para chegar lá.

***

- Boa tarde, Mani – cumprimentei Normani, minha colega de trabalho.
- Boa tarde, Hazz – respondeu sorridente.

Coloquei meu crachá do banco e sentei atrás do balcão.

Meu dia foi tranquilo como sempre, atendi alguns idosos que vieram buscar sua aposentadoria, algumas pessoas trouxeram dinheiro para poupança, etc.
Já se passavam das dez da noite quando eu já estava me preparando para encerrar meu expediente.
Guardei algumas coisas e quando eu ia desligar o computador, escuto gritos vindos da frente do banco.

-Todos calados e ninguém se machuca! – gritou um dos três caras mascarados que tinham acabado de entrar no banco armados.
- Pro chão! Agora! – gritou o outro com uma senhora enquanto um vinha em minha direção.

Gelei. Não conseguia mexer um músculo, ele ia se aproximando cada vez mais com uma arma apontada para mim.

-O dinheiro do cofre, AGORA! – assenti com a cabeça e fui até o cofre que fica nos fundos do banco.

Merda. Está trancado! É agora que eu morro.


- T-tá t-trancado – respondi apavorado.
- Então arranja a senha! Rápido!

Assenti e fui em direção á um dos computadores dos gerentes, a senha estava guardada de baixo de um dos computadores. Decorei a sequência e voltei para o cofre, tudo sobre a pressão do assaltante e daquela arma apontada em minha cabeça.

Abri o cofre revelando várias gavetas com jóias, dinheiro, barras de ouro, etc.


- Coloca tudo dentro da mochila, rápido! - gritou ele e eu de pronto o obedeci.


Abri a primeira gaveta e coloquei várias notas de cem dólares e barras de ouro, na segunda coloquei jóias e alguns diamantes.


- Boo, eles chegaram! - gritou um dos caras que estavam na frente do banco.


Logo, sirenes da polícia foram ouvidas.


O cara que estava com a arma apontada em minha cabeça se abaixou junto a mim e pegou a mochila de minhas mãos, por impulso levantei a cabeça tendo a visão de seus olhos azuis, uma corrente elétrica estranha percorreu por todo o meu corpo, não conseguia desviar meu olhar do seu. Azul no verde. Verde no azul.


- O que você tá fazendo, vamos logo! - fomos despertados por uma voz vindo da porta do cofre.


Dois assaltantes estavam lá parados olhando para nós. Os três saíram correndo, e foi quando eu soltei todo o ar  prendido em meus pulmões. Sentei no chão e tentei me acalmar, quando vi algo dourado brilhar no chão. Peguei a pequena corrente que continha um coração e dentro dele havia a foto de uma mulher que aparentava ter seus trinta e cinco anos.

Estranho. Isso não parecia estar no cofre, geralmente esses objetos mais sentimentais não ficam em um banco. 

Guardei a corrente no meu bolso e escutei vozes se aproximando. Levantei do chão e dois policiais apareceram na porta do cofre e me levaram para fora do recinto.


Fui guiado até a frente do banco e de repente começou o interrogatório. 


- Quantos homens eram? - perguntou um dos policiais.

- Três - respondi ainda um pouco nervoso.

- Você percebeu alguma coisa? Tatuagens, olhos, altura, cor da pele...?

- Não senhor, n-na verdade eu não lembro de muita coisa. Estava em estado de choque.

- Eu entendo - falou terminando de anotar algumas coisas em seu caderno - , se lembrar de algo nos avise com o máximo de antecedência.


***


Voltei para casa por volta da meia noite. Estava exausto, nunca presenciei nada parecido!

Depois de tomar banho e comer alguma coisa, deitei em minha cama e busquei na memória algo que me ajudasse a descobrir sobre a corrente. Nada. Puxando mais coisas na memória acabei lembrando dos olhos azuis, por que isso mexeu tanto comigo?



Bom gente, essa é a minha primeira fic. Espero que gostem :D


A maior parte dos créditos: camrencj

Até o próximo capítulo!

Kisses!



Thug LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora