A Morte dos Meus Sonhos

Encontros

Meu travesseiro estava molhado de suor, meu coração estava disparado e minha respiração estava ofegante. Eu não conseguia entender, o que esses sonhos estavam querendo dizer pra mim? Se eu contasse para alguém iam me taxar de louca, estava totalmente confusa, desnorteada, sem saber o que pensar, poderia ser apenas um mero sonho, mas eu já o vira uma vez no carro, (mas só eu) ninguém mais, e o Breno meu irmão, porque eu o ouvia gritando daquele jeito pra mim?

Era tudo confuso demais.

Olhei no relógio, passava das três da madrugada, resolvi que iria tentar dormir novamente, fui ao banheiro lavei meu rosto e me deitei outra vez. Rolei na cama, eu não conseguia mudar de pensamento, mas foi em meio deles que adormeci mais uma vez. Acordei no horário certo, nesse meio tempo de sono não me lembrei de ter sonhado com nada, lembro-me apenas do sonho anterior, justo o que eu não gostaria de lembrar, pois ele me deixara muito angustiada.

Repeti todo meu ritual matinal de antes de ir pra escola, e como sempre tia Agnes estava me esperando cheia de carinho na sala de estar.

- Boa aula minha querida. – disse ela com a sua voz doce, depois afagou meus cabelos soltos.

- Obrigada. – eu a dei um beijo e parti para a escola.

Hoje cheguei no horário certo, alguns de meus amigos já estavam na sala jogando conversa fora.

- Poxa, pensei que hoje você não viria, porque demorou? – O olhar da Raquel como sempre mostrava aquela curiosidade.

- Calma gente, eu estou no horário normal. – eu falei, e era isso mesmo, nem o professor havia chegado.

- Mas você sempre chega mais cedo! – dessa vez era o Tadeu que estava controlando meu horário.

- Ai, eu não estou aqui! Estão satisfeitos? – Joguei meu material na carteira, e sentei com velocidade, acho que fui ignorante, ouvi o Tadeu resmungar alguma coisa, mas ninguém disse mais nada. Logo em seguida me arrependi da minha grosseria, logo com eles que me receberam tão bem.

- Gente, me desculpem, são meus nervos, eu não tive um sonho legal esta noite, sonhei com meu irmão e não foi uma coisa muito agradável. Por favor, me desculpem.

- Então desculpe a nós Ís – falou Tadeu levantando-se e afagando o meu cabelo -, se precisar de alguma coisa é só falar com a gente.

Assim eu percebi que havia encontrado verdadeiros amigos.

Durante a aula de história o professor disse que nós iríamos fazer uma excursão amanhã para um museu. Era na cidade vizinha, menos de meia hora de ônibus. Todo mundo ficou animado, segundo Raquel, depois da visita o professor libera os alunos para passear e fazer compras pela cidade. Até eu me animei um pouco, eu gostava de fazer compras, mas não para mim, estava pensando em comprar um presente para tia Agnes que me tratava com tanta dedicação. Eu só não sabia o que; mas não ia me preocupar com isso agora.

Essa noite, eu não consegui ver claramente meu sonho, só lembro-me de ter visto borrões, alguém correndo, mais nada.

Foi frustrante acordar e não conseguir lembrar de nada, de não vê-lo, mas por outro lado foi até melhor pois assim eu me concentrava mais no passeio e no presente que eu tinha pra comprar hoje.

Cheguei à escola e minha turma toda já estava lá, na frente de um moderno ônibus.

- Só estávamos te esperando! – Ferrugem estava todo sorridente.

- Ai Ísis você não sabe, os meninos tão disputando pra ver quem vai sentar com você no ônibus. – Maíra me contou dando uma risadinha e uma piscadela. E eu fiquei toda sem graça. Como eu disse não estava acostumada com esse tipo de tratamento.