2 - Alguma coisa entre nós.

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A noite, estou me arrumando no quarto, enquanto Karina me encara com um olhar de desgosto.

- Você sabe que ele só quer transar né?

- Somos amigos.

- Sei lá, conheço o Eduardo. Se tivessem transando hoje à tarde, não estariam saindo para jantar.

- E você está preocupada comigo?

- Na verdade não. - Ela bufa e sai do quarto.

Em instantes estou pronta, me olho uma última vez no espelho e gosto do que vejo. Meus cabelos curtos e acobreados estão parcialmente presos por uma fivela. Minhas sapatilhas são confortáveis, estou com um vestido floral que enriquece minha cintura e valoriza meus seios. Não que eu me importe com o que Eduardo vai pensar, mas eu gosto de ficar bonita, sempre gostei de me arrumar, apesar de não ser fã de maquiagens e produções em excesso.

Desço as escadas e lá está ele, bebendo uma cerveja, está usando uma camiseta que molda perfeitamente o seu corpo, bermuda jeans e tênis de marca.

- Isso é injusto. - Diz Nay, fazendo beicinho. - Eu também queria sair para jantar.

- Digão! - Digo sorrindo feito boba. - Por favor né, isso foi uma indireta para você.

- Eu sei. - Ele responde. - Ela terá a vez dela.

- Vamos? - Pergunta Eduardo, pegando a minha mão.

- Sim.

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Jantamos em um restaurante muito bonito, construído de frente para o mar, ele tem um estilo bem pescador, a comida é deliciosa e o atendimento excelente.

Conversamos muito e percebo que ele é uma pessoa legal, tirando sua paixão por corridas de carros, algo que eu acho insano.

- Você nunca participou? - Ele me pergunta com expectativa.

- Não, e nem quero.

- Você não sabe o que está perdendo.

- Sei sim. - Sorrio. - É algo perigoso, não vale quanto pode custar.

- A é? E o que pode custar.

- Vidas.

- Só custa a vida de quem é trouxa e não sabe dirigir, eu me garanto.

- Vamos mudar de assunto? - Digo desconfortável.

- Tudo bem. Vamos.

Ficamos mais um tempo no restaurante, conversamos sobre um pouco de tudo. Até que ele me convida para dar uma volta.

- Se você prometer não correr.

- Eu prometo.

O carro dele é todo preparado para correr, rebaixado e cheio de parafernálias, aquilo não me agradou nem um pouco, eu sempre achei esses carros desconfortáveis.

Paramos o carro próximo a um píer na praia, e ficamos ali conversando. Ele se inclina para cima de mim e roça seus lábios macios nos meus, sua mão sobe pela minha coxa e levanta um pouco a saia do meu vestido. Ele me beija, primeiro devagar, depois vem um beijo quente, cheio de desejos. Ficamos assim por um tempo, minhas mãos percorrem seus cabelos, e então ele desliza seus dedos pela parte interna da minha coxa, dou um pulo e volto para a realidade.

- Desculpa, eu não posso. - Digo sem folego.

- Não pode? Ou não quer? - Ele sussurra em meu ouvido. - Eu sei que você quer. Posso sentir isso.

Conto* Os dias que mudaram minha vida ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora