Prólogo

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O dia estava nublado e mais uma vez eu estava trancada neste lugar, e eu odeio esse apartamento,odeio que ele esteja tão vazio, e eu não quero mais sofrer. Escuto meu celular tocando, porém continuo quieta. Quem quer que seja, eu retornaria depois. Levantei e caminhei até meu closet, tantas roupas, tantos sapatos, antigamente aquele monte de coisas me animaria. Senti um cheiro de queimado, meu Deus, a comida! Sai do correndo para cozinha, chegando lá, sabia que por mais uma noite eu teria que pedir comida pronta. Me aproximei da pia com a panela queimada, lavei e arrumei minha pequena bagunça. Ouvi meu celular tocando novamente . Merda. Sai da cozinha e caminhei tranquilamente pelo corredor, cheguei no quarto e atendi meu celular sem olhar quem era.

- Quem morreu caralho?
Disse assim que atendi, quem quer que fosse saberia que eu não estava nada calma.

- Nossa Ana, que grosseria. Pelas palavras calmas sabia que era minha melhor amiga Géssica.

- Aí Gess, perdão. Não estou nos meus melhores dias, mas o porque da ligação?

-pode melhorar seu humor, preciso de você em Curitiba para ontem. Tenho um caso para você. Assim que ela disse, meu lado viciado em trabalho ficou animado.

- Agora sim algo bom, então me dê uma prévia do que eu irei encontrar.

-É um caso bem delicado Ana, na verdade, uma moça chamada Simone não quer a filha que tem alguns meses de vida. E a mesma não tem pai, parece que o pai não sabe da existência da criança. Preciso que você a leve para a sua cidade. Pela segurança dela, e sei que vai adorar a pequena Valentina.

Neste momento,comecei a chorar baixinho,  alguém não querendo a própria filha, enquanto eu louca por uma pequena, e não posso ter. Me sentei na cama pensando o que fazer,e olhei para o nada.

-Amiga, eu sei que você sofre com esse tipo de caso, mas eu pensei em você porque talvez...talvez....

- talvez o que Géssica? Fala. Disse com a impaciência tomando conta de mim.

- Você pudesse adota-lá. Ela não tem ninguém no mundo, a mãe não a quer por causa da família, e o pai ninguém sabe quem é. Você poderia dar uma família para ela. Eu sei que você é sozinha. Sua família mora longe. Ana, você pode...

-Géssica, eu não posso fazer isso, família de um? Fala sério gata, essa garotinha merece uma família de verdade, com irmãos e tudo mais.Estarei indo a Curitiba amanhã de manhã, nos encontramos no aeroporto?

-tudo bem Ana. Até logo.

Nem respondi, apenas desliguei o celular, essa garotinha merecia uma família de verdade. Não alguém amargurada como eu. Tomei um banho, coloquei uma roupa confortável e fui para o escritório que tenho no meu apartamento. Peguei alguns papéis e comecei a analisar alguns casos. Alguns momentos me peguei pensando na garotinha, estava com medo do que iria encontrar, e sabia que isso mudaria minha vida.  O blackout não iria mais embora, tudo continua escuro. Não há luz. Porém sabia que essa garotinha seria o começo de tudo.

Espero realmente que gostem, sou amadora nisso. BJSSS

BlackOutOnde histórias criam vida. Descubra agora